CAPÍTULO 105
EDUARDA NARRANDO
Fiquei ali, deitada por cima dele, sentindo o peito subir e descer acelerado, o suor misturado com o meu, o cheiro dele grudado na minha pele. Ainda sentia meu corpo pulsar, sensível, vibrando. Cada pedacinho meu parecia ter sido tomado por ele.
Sombra tava com os olhos fechados, a respiração pesada, a mão firme na minha cintura, como se quisesse me manter ali pra sempre.
— Tu acabou comigo agora… — ele murmurou, com aquele sorrisinho de canto e a voz rouca, arrastada.
Sorri, sem forças até pra responder. Só me ajeitei, deitando de lado e puxando o lençol. Ele me abraçou por trás, colando o corpo quente no meu, como se o encaixe continuasse mesmo depois de tudo.
— Cê sabe que a gente vai se atrasar, né?
— Que atrase… — ele sussurrou no meu pescoço. — Va
