Vicente narrando
Eu estava feliz que tinha fechado dois negócios grandes para empresa, a empresa estava progredindo de uma forma que eu jamais imaginei. Eu mando uma mensagem para Maya para saber como ela está, abro a gaveta e pego a pulseira que tinha comprado para dar a ela, eu abro um sorriso. Estava pensando em fazer uma surpresa para ela, uma viagem ou algo do tipo.
— Senhor Vicente – A secretaria fala
— Sim – eu falo olhando para ela.
— Senhor Raul Gusmann está aqui fora – eu encaro ele.
— Não tinha marcado nada com ele.
— Ele insiste em falar com você.
— Pode mandar entrar – eu falo e ela assente.
Tinha ficado curioso para saber o porquê ele estava aqui, já que não tinha marcado com ele, Raul era um homem totalmente misterioso, achei que ele ficaria mais próximo da filha dele, mas pelo ao contrário, ele continua distante enquanto Maya sofre pela sua ausência.
— Raul – eu falo
— Que bom que te encontrei aqui – ele responde
— O que aconteceu? – eu pergunto
— Preciso falar com você sobre Maya.
— Aconteceu algo?
— Não – ele fala – eu estou acompanhando Maya de longe e estou vendo como ela está diferente, com princípios, criou uma loja, está indo muito bem na loja, como ela mudou.
— Sua filha é uma mulher encantadora e sonhadora – ele me encara – você deveria conversar mais com ela, estar mais com ela.
— A vida nos distanciou.
— Você nunca pensou que Maya fez tudo que fez para chamar sua atenção? – ele me encara – ela já me comentou o quanto sentiu a morte da sua mãe e o quanto você foi indiferente com ela após a morte dela.
— Você não sabe o que está falando.
— Mas acho que sua filha sim – ele me encara – você diz que sua filha tem problemas, que não deveria ser levada a sério, mas Maya é uma mulher, é adulta, é encantadora, sonhadora e sabe correr atrás das coisas dela. Não é o senhor, que deveria procurar ajuda para você entender o que sente, ainda mais após a morte da sua esposa, Maya sempre disse vocês eram unidos e depois você simplesmente largou de mão.
— Vicente, eu não quero arrumar briga com você – ele fala.
— Você sabe que estou falando a verdade Raul – ele me encara – a culpa da Maya ter feito tudo que fez, foi por causa da sua indiferença com ela.
— Por que está falando isso? Se preocupando com ela?
— Eu amo a sua filha – ele me encara – e eu quero o melhor para ela, sua filha sofre diariamente pela sua ausência, o senhor deveria ser mais pai, ao invés de apenas se preocupar com dinheiro e aparência, quando o senhor morrer, não levará nada com você.
Raul me encara em silêncio e apenas se levanta e sai do escritório, eu deveria ter pensado melhor nas palavras, mas não estava mais aguentando guardar tudo isso para mim, ver a forma em que Maya era tratada por ele me deixava nervoso.
Ao mesmo tempo, eu também estava insatisfeito com muitas coisas em minha vida, uma delas era com a cobrança excessiva da minha mãe em relação a quebra do contrato entre eu e Maya.
Eu olho a hora e resolvo ir ao encontro da Maya, já que ela fecharia a loja hoje sozinha e fazer uma surpresa a ela, levando a pulseira que eu queria dar de presente.
Quando me aproximo da loja, vejo Maya tentando fechar a loja e Jonas com uma faca em sua cintura, na mesma hora ligo para polícia.
— Por favor, preciso de ajuda. Estão assaltando a loja da minha esposa e estão preste a machucar ela – eu falo no telefone.
Mas, eu abro a gaveta do carro e pego a arma que eu tinha. Estava cansado de Jonas.
Capítulo 20
Maya narrando
— Para com isso Jonas – eu falo para ele – você não sabe que você pode ser preso novamente?
— Maya, você deveria estar comigo.
— Por que você mentiu? – eu encaro ele – você me enganou, você me usou, só queria o dinheiro do meu pai.
— E você acha que o Vicente quer o que? – ele pergunta nervoso – a empresa estava falida, você acha que ele não usou dos benefícios?
— Eu e Vicente é outra história, ele nunca me enganou, você não – eu olho para ele – você disse que me amava, me fez acreditar nisso, me fez acreditar que você era diferente, quando fui morar com você, fez a minha vida um inferno.
— E quando ele souber a verdade? – ele pergunta – eu te aceitei de todas as formas.
— Não me ameace – eu falo para ele.
— Você deveria ter vergonha de seguir sua vida, sendo que Daniel esta da forma que esta – ele fala – por sua culpa e claro, seu pai passou o pano por tudo.
— Eu paguei por tudo – eu olho para ele – sozinha, você sabe que Daniel não era inocente, eu fui julgada, cumpri serviço comunitário, e sou julgada até hoje por isso.
— Eu te aceitei, te amei da mesma forma – ele fala
— Não preciso do seu amor bandido – eu olho para ele – do seu amor que machuca, do seu amor violento, eu não preciso disso Jonas, eu realmente achei que precisava por achar que nunca ninguém iria me amar, mas eu achei uma pessoa que me ama.
— Vicente? – ele pergunta rindo – você continua sendo uma boba – ele me joga contra a parede e eu me viro de frente e ele coloca a faca em meu pescoço – você deveria ter vergonha