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JOGANDO COM O AMOR

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Blurb

Quando uma pessoa divaga ela acaba pensando demais, raciocinando demais, exigindo demais, isso era algo que Helena fazia muito, dona de uma timidez, mas força de vontade absurda, a garota de 18 anos sempre gostou de jogar futebol, tanto que foi observada pelo grande Paris Saint-Germain, agora, camisa 10 do grande clube, a garota mora em Paris, com o salário que ganha ajuda os pais e vive em um luxo que muitos queriam, mas para ela sempre falta algo. A jogadora tem uma namorada, a possessiva, Heloise, sempre tem o que quer, e isso inclui a morena, dona de uma beleza naturalmente brasileira, corpo moreno bronzeado, cintura finda e bumbum avantajado, ela a queria, e a conseguiu, mas todos percebiam que aquele relacionamento ia além de um simples namoro, todos percebiam que era errado, inclusive Diane, essa que despertou sentimentos por Helena, até então desconhecidos, até onde isso iria atrapalhar? Até que ponto Helena iria suportar? Ela tinha dúvidas e era carente, Heloise lhe dava amor e p******o, ou era isso que a garota ingênua pensava, mas eis que sua história será contada. Conhecem Helena Andreoli e se deliciem com essa estória de amor e superação. Isso não é uma história comum, não é um triângulo amoroso, são mulheres com personalidades ainda em processo de descoberta que precisarão enfrentar a própria dúvida para saber lidar com o próximo.

OBS: Serão abordados temas aqui como, traição, possessividade, relacionamento abusivo, perdão e futebol. (Algumas palavras em francês serão ditas, mas terão as traduções).

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I
Divagar sobre muitas situações era um dom de Helena, na verdade ela nem sabia se era mesmo um dom, ela só se via lembrando, pensando, analisando, talvez por isso fosse tão boa no que fazia, apesar de que no futebol as decisões devessem ser tomadas de imediato, no calor do momento, um bom planejamento, treinos e prática resultava na boa execução, por isso hoje ela é a camisa dez do melhor time feminino de futebol da Europa, no caso o Paris Saint-Germain, o grande e expressivo que só por seu nome conseguia tirar muitos gritos das torcidas, muitas emoções, ganhava tudo que participava, conquistas invictos, cem por cento de aproveitamento, mas ainda assim vivia o grande drama do masculino, a tão sonhada Champions League ainda não veio, apesar de que o time de meninas só a disputou há dois anos, pois faziam apenas três anos que o fora montado e em um ano já era o melhor, assim como o dono investiu no masculino fez o mesmo no feminino, fez aquelas meninas suarem.             Com exceção Helena, que é brasileira, uma chinesa, uma italiana, uma mexicana e duas americanas, o restando do time é todo de francesas, o bom é que na modalidade delas não há a restrição de apenas três estrangeiros, se quiser o time pode ser formado por apenas estrangeiras. Mas bom, Helena de apenas dezoito anos foi contratada pelo time há seis meses, quer dizer, ela já era do grande clube há muito tempo, mas precisava completar a maior idade para poder vir à Paris. A garota ainda se lembra das palavras dos pais, “Siga seu sonho, filha, mas saiba que as nossas portas estarão abertas sempre para você”.             No fundo a morena de olhos negros, cabelos lisos tão escuros quando seu olhar, não queria viajar, ela queria continuar em Santos, no seu time de futebol, em sua casa, mas sabia também quer era quase impossível. Um olheiro a viu jogando, em um domingo ele fez a proposta, cinco milhões para o Santos Futebol Clube pela jogadora, sendo que desses, trinta por cento eram dela, pois ainda continuava com esse valor dos seus direitos, contrato de três anos e salário para de cinquenta e sete mil dólares, um detalhe é que ela seria a terceira jogadora mais bem paga do time, perdendo apenas para uma veterana que era ovacionada pela torcida, era zagueira, e recebia mais de oitenta mil dólares e a número nove, que recebia cerca de sessenta mil, se ganhassem a Champions daquele ano, eles renovariam o contrato com o dobro do valor do salário atual, ela queria dizer não, como poderia sair da sua cidade e ir morar tão longe? Ela nem sabia falar a língua deles, mas então pediu para pensar, chegou em casa e viu que sua mãe tinha a testa suada por fazeres de casa, seu pai estava velho, trabalhou a vida toda para dá condições melhores para toda a família, ela recebia no Santos cerca de três mil por mês, suspirou e pensou, era a chance de dá uma vida melhor para seus pais, tranquilidade, só o dinheiro que receberia da venda seria o suficiente para tirar a família daquele bairro pobre, tinha que fazer aquilo e fez, nos quatro meses seguintes que faltavam para o seu aniversário ela se pôs a estudar a cultura, língua, cidades, tudo que podia da cidade, afinal, era Paris, quando chegou no país já falava muito bem o idioma e melhorou com a convivência.             A despedida foi dolorosa, os pais da morena sabiam que ela fazia aquilo por eles, Helena tem mais três irmãos, ela é a mais velha, então tinha que fazer isso. Hoje depois de seis meses, elas estão nas quartas de finais do campeonato que pode definir a sua vida, de um jeito bom ou r**m. Ela fez as contas, claro que sim, recebe atualmente cerca de cento e setenta mil de reais por mês, manda todo mês dez mil aos pais, se ganharem aquilo iriam duplicar, em menos de cinco anos ela teria suficiente para poder ir embora.             Jogar bola é a sua paixão, sempre foi, mas a morena nunca sonhou com fama, sair de casa, ficar longe, e ela tinha tudo isso em Paris, os fanáticos por futebol e pelo time a reconheciam na ruas, pediam fotos, Helena é uma pessoa muito centrada na sua vida, só tinha que aguentar mais um pouco, conseguiu comprar uma boa casa para os pais em um bairro bom, dois irmãos ajudam eles, pensam em abrir um negócio, ela tem a consciência tranquila em reação a isso, cumpriu com a promessa de lhes ajudar, seus pais estão bem financeiramente, agora ela tem que pensar um pouco nela, o que quer depois dali? O que fazer? Para onde ir? E o que fazer com ela? Sim, ela, a garota ao seu lado sorrindo das piadas das amigas de equipe, em todo o time existiam três casais de lésbicas, as outras eram tranquilas quanto a isso, a treinadora também não se importava desde que não atrapalhasse no time. Não que ela não gostasse dela, claro que sim, afinal elas namoravam há dois meses, era sua amiga, se davam bem, mas sempre sentia que algo faltava, as vezes sentia medo... - Mon petit... (minha pequena).             Helena foi tirada dos seus devaneios por aquela voz firme, aquela mulher de vinte anos, goleira do time, uma linda n***a que chamou muito a atenção de Helena, Heloise Girani é francesa, joga no time desde as categorias de base, uma aposta do país, ela é muito boa no que faz, assim como todas ali, logo se identificou com a namorada quando chegou há seis meses que jogou seu lindo charme e não demorou a terem algo. - Hum... – A n***a parou de sorrir encarou a namorada, ela não gostava quando a morena saía do ar assim, era estranho. - Divagando de novo? – A n***a pergunta um tanto irritada. - Desculpe. - Vamos dormir.             Heloise disse, todas na sala ficaram caladas, sabiam bem como aquele relacionamento funcionava, apensar de a mais velha demonstrar amor por Helena, era um tanto abusiva, queria mandar em tudo que a garota fazia, mas a menor não entendia, para ela era apenas p******o, mas alguém ali já havia percebido isso. - Você já quer dormir, Hel?             Diane Marvel era uma linda loira com cabelos cacheados, vinte e um anos, chegou ao time do rival Lion cerca de três meses antes de Helena, era a número nove, segundo salário mais alto, tinha um carinho especial pela garota, além de ser a mais nova, ela desenvolveu um ar protetor, coisa que Heloise não gostava, por isso foi rápida em dá em cima da brasileira, conseguindo seu coração, ou assim pensava ser. - Hum... eu... – A morena encara a loira, mas não termina de falar. - Vamos dormir, Helena. - Sim, claro, vamos.             Elas se levantam do tapete que estavam sentadas e dão as mãos, seguindo pelo corredor da grande casa. Todas as jogadoras ficavam ali a maior parte do tempo, tinha academia, campo de futebol, refeitório e um quarto para cada, mas quem ficava em casal sempre dormiam juntas. No caso Helena e Heloise. As duas desaparecem no corredor e Diane suspira. - Amor, você tem que parar de se meter.             Belle Ozanan era uma linda ruiva, seus cabelos lisos caídos pelos ombros era um charme que com certeza Diane não deixaria escapar, apesar de se sentir muito m*l por achar que a mulher era apenas um prêmio de consolação por não ter em seus braços quem realmente queria. - Odeio quando ela a trata assim. - Eu sei, mas não podemos fazer nada, apenas Helena pode perceber isso, se ela não quer ver, então é algo que terá que conviver.             A loira suspira e beija os lábios da namorada de leve, logo todas se despedem e vão para seus quartos, o outro casal, as duas americanas, Jane e Amber entendiam bem como aquilo era errado, na verdade todas ali percebiam, mas apenas uma pessoa podia mudar a situação, e aquela era quem não conseguia enxergar a verdade. 

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