📓 NARRADO POR SIMONE
O sangue ainda martelava nas minhas têmporas. O peito subia e descia rápido, como se eu tivesse corrido uma maratona, mas a verdade era outra: tinha sido só ele, o Pardal, me prendendo no colo daquele jeito.
A mão dele ainda parecia marcada na minha cintura, pesada, quente, vulgar. O olhar dele, tão perto do meu, quase roubando o ar da sala inteira. E a voz… a maldita voz debochada ecoando na minha cabeça:
"Me dá um motivo… só um… pra eu não beijar essa tua boca."
Eu me levantei num pulo, quase tropeçando nas próprias pernas, mas não olhei pra trás. O corpo dele ficou lá no sofá, espalhado, dono da cena. Eu fugi antes que minha coragem se desmontasse inteira.
Atravessei a sala rápido, a respiração presa, e só quando fechei a porta do quarto atrás de mim é que desa
