Depois de lavar meu rosto, desci para a cozinha e liguei a televisão.
Jornalista: e hoje trazemos mais uma péssima notícia, o corpo de uma adolescente por volta dos dezessete anos foi encontrado carbonizado no meio da floresta. Os restos só conseguiram ser identificados pela arcada dentária, meus pêsames a família.
Troco de canal e conecto meu celular a TV, coloco uma música e começo a dançar.
Alguns minutos depois, a música para e eu pego meu celular vendo que era uma ligação.
Ligação...
Júlia: amiga!!, Feliz fim do ensino médio!!. - ela ri.
Ana: obrigada amiga, e pra você também, as suas também acabaram né?.
Júlia: sim, e agradeço por isso. - ela suspira aliviada.
Ana: então quer dizer que você já vai voltar?, Porfavor diz que sim!!.
Júlia: óbvio que sim moça. - diz feliz.
Ana: até que enfim, não aguentava mais ficar sem você. - falo e choramingo.
Júlia: eu também, mas relaxa que no fim de semana eu volto.
Ana: aff, nem para você voltar antes e ir na formatura comigo. - falo chateada.
Júlia: eu também queria, mas por conta de umas coisas não vou poder. - ela suspira.
Ana: mas depois você volta e fica de vez né.
Júlia: óbvio!.
Ana: hum, acho bom, se não te amarro no porão e quero ver você sair. - digo e dou risada.
Júlia: tu nem porão tem mulher. - ela dá risada.
Ana: e daí?, Eu disse que era na minha casa?,ia ser muito óbvio, seria em outro lugar. - falo convencida.
Júlia: credo moça. - diz fingindo medo.
Ana: haha, não me subestime. - dou uma risada maléfica.
Júlia: amiga, eu tenho que ir viu, minha mãe tá me chamando aqui.
Ana: de boa, vai lá, beijos.
Júlia: beijos, até.
Ligação off...
...
Alguns dias depois...
Formatura...
Acordei tomei meu banho, tomei o café da manhã, e fiz meus afazeres.
A tarde...
A formatura começou, e eu já não via a hora de voltar para casa, no final todos estavam tirando fotos e comemorando.
Eu tirei foto com alguns professores que eu gostava, com o diretor, e minha mãe.
Mais tarde haveria uma festa, e por insistência da minha mãe fui obrigada a ir.
Look:
Deixo a maior parte do meu cabelo solto, com uma trança lateral.
Coloco um vestido de cetim azul bebê, e um salto alto branco .
Chegando na entrada da escola, eu já conseguia ouvir o som alto da música.
( É melhor eu voltar para casa... ).
Dou um suspiro e me viro, até ouvir a voz do diretor.
— senhorita Miller!. - ele se aproxima. — você está muito elegante. - ele sorri gentilmente.
— o senhor também diretor. - retribuo o sorriso.
— vamos entrar?.
— hm, não vou poder, é que minha mãe me ligou e-
—Ana... - ele fala em um tom sério. — sua mãe me avisou que você daria alguma desculpa para ir embora.
( Poxa mãe....me trair desse jeito?... ).
Eu suspiro.
— tudo bem... - eu o acompanho.
Olho ao redor e todos estão sorrindo e se divertindo.
( Eu só queria ir logo pra casa... ).
— Ana!, Você veio!. - a presidente do conselho estudantil vem até mim.
— sim sim, infelizmente... - murmuro a última parte.
— vem!, Vamos nos divertir. - ele encaixa seu braço no meu e me puxa.
...
Já estava escurecendo, e eu estava exausta, graças a presidente do conselho, eu tive que dançar, tirar fotos....foi exaustivo.
E agora eu estou aqui sentada no gramado, meio zonza e com um copo de algum suco batizado.
— eu só quero que esse dia acabe logo, pelo amor de Deus... - bebo um pouco do suco.
— porque uma garota tão linda, está sozinha na festa de formatura?. - uma voz masculina se aproxima de mim.
— essa "garota tão linda", só quer ir para casa. - falo e viro o rosto para ver quem é. — você?. - pergunto surpresa.
— depende, se eu acho ser quem eu acho que sou, sou eu sim. - ele sorri. — eaí Ana.
— mas porque você...quer dizer, você não estuda aqui não é?, Eu nunca te vi...
— não, um amigo meu estuda aqui. - diz simples.
— ah tá...
Ficamos por alguns segundos em um silêncio meio constrangedor até ele falar algo.
— quer dançar um pouco?. - ele levanta e estende a mão para mim.
— bom, já estamos no inferno, então é só se queimar. - termino minha bebida, me levanto e seguro sua mão. — vamos.
Nós dois fomos para a pista e começamos a dançar uma música animada, alguns minutos depois o DJ troca para uma música lenta, então o pares se juntam, eu olho para o Jeffrey e ele segura minha mão e me puxa para perto.
— me concede essa dança?. - ele sussurra próximo ao meu ouvido.
Eu apenas aceno com a cabeça. Então ele desliza suas mãos pela minha cintura, e eu coloco meus braços ao redor de seu pescoço.
Quando o DJ troca para outra música, nós dois nos separamos e eu vou até a mesa de bebidas.
Bebo um pouco de água, e ao me virar para onde eu e Jeffrey estávamos dançando a poucos segundos, vejo Elena "conversando" com ele.
Ele parecia não se importar muito com o que ela dizia, mas também não se afastava. E rapidamente ela ficou a alguns centímetros dele.
( Até na droga da festa de formatura ela tenta me atormentar ).
Solto um longo suspiro e dou de ombros.
( Não vou me abalar, não hoje! ).
Vou até eles.
— dá licença. - empurro a Elena. — Jeffrey vamos. - pego em sua mão e o puxo para as escadas.
Nós dois subimos e vamos até o segundo andar.
( Aquela miserável me tira do sério, mas não hoje, hoje você não vai ter o que quer ).
Sorrio confiante e olho para o céu estrelado, pela janela.
— vocês não se dão bem?. - ele pergunta me fazendo olha-lo.
— não. - respondo seca. — haa... - suspiro. — me desculpe, é que ela vem me atormentando desde sei lá quando, e só hoje eu tive alguma reação de verdade.
— hm, tudo bem eu entendo. - ele sorri amigavelmente. — já passei por isso também. - ele dá de ombros.
— sério?. - pergunto realmente surpresa. — mas você parece aqueles garotos descolados e super populares.
Ele ri.
( Porque eu não paro de falar??... ).
— é, mas eu nem sempre pareci um "garoto descolado e super popular". - ele parece se lembrar de algo. — antigamente eu sofria bullying. - ele fala parecendo magoado.
— ah, me desculpa, eu não queria..
— tudo bem, como eu disse isso já faz muito tempo. - ele sorri novamente.
— mas você não parece tão velho assim, você tem a minha idade não?. - pergunto.
— um ano mais velho.
— então. Tá vendo?. - acabo sorrindo.
Ficamos em silêncio por alguns segundos até ouvirmos seu celular tocar.
— eu preciso atender. - ele segura o celular.
— ah tá, de boa, vai lá.
— mas, minha mão... - ele olha para baixo e eu sigo seu olhar.
( MAS O QUE NA TERRA?!!... ).
Solto rapidamente sua mão e o olho.
— ah, bom, desculpe, eu nem percebi que eu estava...
Ele apenas sorri e se afasta para atender sua ligação.
Uns cinco minutos depois, ele vem até mim e diz que precisa ir para algum lugar.
( A essa hora da noite?... ).
Nos despedimos e ele me deixa no táxi.
Ao voltar para casa falo com minha mãe rapidamente e depois subo para o meu quarto.
( Ah...estou morta... ).
Me jogo na minha cama e tiro os saltos.
— preciso dormir. - falo enquanto me cubro com o cobertor.
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Mais um cap fresquinho pra vocês meu amores.
Espero que gostem :).