P.O.V. Aurora
Esfrego meus braços tentando me aquecer do frio. Eu conseguia ver o ar saindo da minha boca.
Entrei pelos fundos da lanchonete. Retirei o grosso casaco que eu estava usando e o gorro.
Passei o avental pela minha barriga e o amarrei. Prendi meus longos cabelos cacheados.
Eu estava no horário certo. Era um milagre que eu não tenha me atrasado, até minha chefe deve estar agradecendo.
Respirei fundo quando entrei, o ar aqui estava bem melhor. Eu agradeço pelo aquecedor fazer esse trabalho.
Fui até o balcão. Sorri para minha amiga, ela sempre chega primeiro do que eu, não sei se sou tão responsável assim.
Mas meu sonho não é ser garçonete a vida toda, eu já estava em um curso de enfermagem. Comecei ano passado.
__ Bom dia, Moana - reviro os olhos.
Minha amiga cisma em dizer que sou parecida com a princesa. Eu não acho isso.
__ Bom dia Camila. Eu já disse que não sou a Moana - ela faz um som desdenhoso com a boca.
__ O formato do rosto, o cabelo, o gênio difícil e teimoso, é todo você - eu ri um pouco. Acho que talvez ela possa ter razão.
__ Eu só não canto bem, e os olhos não são a mesma cor - ela assentiu.
__ Seus olhos são verdes, lindos olhos verdes. O Sr. Palmer está aí, de novo - respiro fundo.
Ele é um senhor de 65 anos que vem sempre aqui. Mas é literalmente um porre. Está sempre colocando defeito no que é servido para ele.
Fui até mesa dele. Seu olhar arrogante, estava lá, como sempre.
__ Bom dia - forcei um sorriso - já sabe o que pedir? - peguei o bloco de notas de dentro do meu avental.
__ Se não soubesse não teria lhe chamado - uma patada nessa manhã era tudo que eu precisava.
Eu mordo meu lábio, para não dá uma boa resposta a ele. Esse homem é irritante.
__ O que vai ser então?
__ O de sempre - assenti.
__ Com licença - retirei o papel com o pedido. Coloquei na corda para o cozinheiro olhar.
Minha amiga me olhou e riu. Aquele homem é um porre e ela sabe disso. Sempre brigamos para saber quem vai atender ele.
Camila pegou o celular e pareceu estressada com a mensagem. Eu franzi o cenho sem entender.
__ É o Liam, ele não estava muito bem quando saí de casa - passei a mão pelo ombro dela.
__ Espero que ele melhore - ela suspirou.
Liam é filho da minha amiga. Ele tenha 3 anos e é uma criança adorável, apesar de bem levada. Eu sou madrinha dele.
Camila saia com um homem casado e acabou engravidando dele. Assim que soube, é óbvio que ele desapareceu.
Minha amiga trabalha bastante para sustentar, ela, o filho e o irmão, e apesar de tudo, está sempre com um sorriso no rosto.
__ A babá está me saindo caro, eu vou colocar ele na escolinha, no próximo semestre.
__ Eu acho uma boa ideia, ele precisa se adaptar - ela assentiu.
__ Jonathan ainda estuda nessa partícular, que eu dou graças que seja bolsa integral - sorri.
__ Ele é um menino inteligente - abri o caixa para contar quanto tem ali.
Eu contei e anotei tudo no caderno. Não posso cometer nenhum erro com isso.
Eu só conseguia reparar no quanto essa lanchonete estava falida. Se isso acontecer eu ficaria sem trabalho.
Meu pai só tinha deixado para mim, o dinheiro para a faculdade. Pelo menos isso ele fez.
No final do espediente, eu fui para a faculdade. Eu curso enfermagem. Eu gostava do que fazia.
__ Tia? - gritei pela casa. Eu não conseguia encontrar ela.
Olhei ao redor, não tinha ninguém ali. Achei estranho, mas não me importei muito com isso.
Subi para meu quarto, tomei um banho e fui para a cama. Eu precisava estudar para uma prova que estava chegando.
Quando fui pegar meus livros encontrei a caixa que eu deixo meu dinheiro aberta. Aquilo só podia ser um pesadelo.
Eu estava reservando aquele dinheiro a muito tempo. Ela não fez isso, não fez!
Eu tinha retirado do Banco ontem.
Minha tia é viciada em jogo. Qualquer quantia que ela encontra, é motivo de jogar.
__ Rebeca! - desci as escadas correndo.
__ O que foi? Está gritando por quê? - minha prima estava no fogão, fazendo a janta.
__ Meu dinheiro desapareceu! - ela franziu o cenho.
__ Acha que foi eu? Não preciso disso, garota!
__ Onde está sua mãe? - ela soltou uma risada.
__ Quantas vezes eu já disse para você esconder? Eu sempre faço isso. Ela nunca encontrou um dinheiro meu - apertei minha mão.
Eu sempre fui grata pela minha tia cuidar de mim. Mas eu ajudo nessa casa, como todo mundo, ela não tinha o direito de pegar oque é meu.
__ Onde ela costuma ir?
__ Depende, quanto tinha lá?
__ 5.000 - ela arregalou os olhos.
__ Tudo isso? Então ela deve estar naquele cassino super chique. Sabe que ela gosta de se sentir poderosa enquanto joga.
__ Isso não vai ficar assim - bati na mesa.
Subi as escadas correndo. Coloquei uma roupa um pouco mais aquecida. Eu tinha que chegar lá, antes que ela gastasse todo meu dinheiro.
Liguei para Camila. Jonathan iria me dar uma carona no carro dele.
__ Aonde você vai Aurora? - Rebeca gritou enquanto eu saia da casa.
O carro já estava parado em frente a minha casa. Eu entrei e bati a porta. Rebeca entrou do meu lado, ela tinha um olhar assustado no rosto.
Eu fiquei muito tempo juntando aquele dinheiro. Assim que eu terminar a faculdade irei morar sozinha. Eu tinha algumas economias normalmente deixo no banco, mas tirei esses 5.000 para algumas coisas que eu preciso para a faculdade.
__ Vai para aquele cassino. Aquele que minha tia costumava ir - Jonathan assentiu.
__ Amiga - Camila se virou para falar comigo - você precisa se acalmar. Olha como você está, com o cabelo para o alto e com roupa de dormir.
__ E você acha que eu vou me arrumar para que? Eu vou entrar lá, a força, e recuperar meu dinheiro, ninguém vai me impedir - ela negou com a cabeça - vai mais rápido!
__ Calma c*****o! Quase me fez bater o carro - Jonathan reclamou.
__ Fica na sua, ou você que vai apanhar hoje - ele não falou mais nada.
Jonathan estacionou o carro um pouco longe do cassino. Eu sai e olhei ao redor. Só tinha gente rica por ali.
Eu não entendo o motivo da minha tia fazer isso. Ela não consegue ficar sem jogar.
__ Cada um para um lado - eles assentiram.
Eu vi ela virando a esquina do cassino. Era por ali que ficava os táxis.
__ Tia! - ela se virou para me olhar.
Rapidamente seu rosto se transforma em medo. Ela entrou dentro do táxi para fugir.
Eu não iria permitir que aquilo acontecesse. Entrei na frente do carro fazendo ele freiar.
__ Ficou maluca? - o motorista saiu de dentro dele gritando comigo.
Abri a porta de trás e peguei o braço dela. Puxei ela até um canto da parede.
__ Que isso. Ficou maluca?
__ Não se faça de sonsa! - ela ficou assustada com meu grito - cadê meu dinheiro? - ela paralisou.
__ Como assim?
__ Não começa Lúcia! Eu sei que você me roubou - ela apertou meu braço.
__ Fala baixo! Eu não roubei nada, apenas peguei emprestado.
__ Sem pedir? - ela me puxou para longe dali.
Eu tentei me afastar, mas minha tia só me puxava para mais perto dela. Parecia que eu não teria meu dinheiro de volta.
Camila, Jonathan e Rebeca já estavam em frente ao carro. Minha amiga me olhou com pena.
__ Vai com seus amigos, a gente conversa em casa - eu não falei mais nada, apenas a obedeci.
Eu não consegui recuperar a quantia e nem vou. Ela já tinha gastado tudo.
Eu agradeço a Camila e Jonathan por me ajudarem. Eles me deixaram em frente a minha casa e foram embora.
Rebeca voltou a fazer o jantar e eu fui para meu quarto. Me sentei na cama e deixei minhas lágrimas virem.
Eu nunca me permiti chorar na frente das pessoas, eu não gostava de me sentir vulnerável.
Esse dinheiro era meu, eu iria comprara as coisas amanhã de manhã, mas agora é tarde, eu nunca teria ele de volta.
Burra, burra!
Rebeca tem razão, eu não posso deixar dinheiro assim, ela sempre encontra, minha tinha sempre encontra.
Eu não quis jantar e nem conversar com ela. Eu só iria escutar o que sempre escuto.
"Você devia agradecer que eu cuidei de você quando seus pais não quiseram"
Toda vez que ela falava isso parecia um tiro no meu peito. Doía muito ouvir ela dizer aquelas palavras.
***
Eu sorri para a cliente e lhe entreguei o pacote com o colar. Ela agradeceu e foi embora.
Uma semana depois e eu ainda estava sem meu dinheiro e agora praticamente, sem emprego.
A lanchonete ia de m*l a pior, por esse motivo, eu fui despedida. A dona do local era mais acostumada com minha amiga e além disso, ela tem um filho.
__ Eu vou almoçar - a vendedora me avisou, me deixando sozinha na joalheria.
Eu não gosto de ficar parada. Prefiro trabalhar para ter minhas próprias coisas.
Era três vezes na semana. Eu não recebo muito, mas é o suficiente. Eu tenho mais algumas economias guardadas. Está no banco e minha tia não sabe de sua existência.
Eu estava no lugar de uma mulher que estava grávida, ela teve o bebê e teve que ficar um tempo em casa, então não duraria muito.
Meu pai deixou uma boa quantia para minha faculdade. Como eu não uso tudo, tenho um pouco para gastar com outras coisas.
Ajeitei minha postura quando mais um cliente entrou na loja. Sorrisos simpáticos para pessoas arrogantes, eu tinha que manter isso em mente.
Era um homem. Ele tinha uma postura séria e rígida. Não era velho, mas não era novo, aparenta estar na casa dos 30, ou menos.
__ Boa tarde. Eu posso ajudar? - eu tremi sobre seu olhar penetrante.
Mais de perto eu consegui dar uma boa olhada nele. Era bonito, isso se vía de longe, ele tinha uma barba rala, seus olhos cor de ônix e seus lábios finos, tudo em contraste com as marcações duras em seus rosto.
__ Não! - eu pisquei um pouco confusa.
Dei um passo para trás. A voz dele era rouca e grossa, me assustou a forma que ele falou comigo. Ele tem um forte sotaque.
__ Se precisar...
__ Eu já sei o que quero - respirei fundo dando um sorriso.
Ele já tinha escolhido, por isso não precisava da ajuda.
__ Então?
__ Um colar, de esmeraldas - assenti.
Andei um pouco até mostrar as opções que tínhamos. Todas com uma única peça de Esmeralda na ponta.
Ele pegou um. Era lindo, fino e delicado, tinha três pedras de esmeraldas na ponta, e na outra parte ele ficava no pescoço, também tinha três esmeraldas. Eu chama aquele tipo de colar de "coleira de cachorro. "
__ Ok - peguei da mão dele levando até o balcão - mais alguma coisa? - ele assentiu.
__ Um anel de noivado - sorri para ele.
Era óbvio que um homem como ele não era solteiro. Apesar de ser sério e arrogante, ele era muito bonito e pelo visto, rico, o sonho da maioria das mulheres.
Ele não parecia ser daqui. Seu forte sotaque mostrava isso. Olhei para seus braços a mostra graças a sua camisa levantada até o cotovelo. Seus braços estavam repletos de tatuagens, algumas em outro idioma, como mandarim, russo e tailandês.
Mostrei as opções de anel. Ele escolheu um bem simples, em ouro branco.
__ Qual o tamanho? - ele franziu o cenho - do anel, para caber no dedo.
__ Não é importante!
__ Então vai levar assim mesmo? E se não couber?
__ Eu não irei dar o anel - aquilo me deixou ainda mais confusa. Sem mais perguntas eu embrulhei para ele.
Ele pagou tudo em dinheiro vivo. Achei mais estranho ainda. Aquele homem me causou arrepios.
Ele deixou uma nota de 100 no balcão eu agradeci, mas ele apenas se virou e foi embora.
Ok! Aquele foi a pessoas mais estranha que eu já conheci na minha vida, e olha que eu moro com minha prima meio maluca.
***
__ E depois foi embora? Sem mais nem menos? - Camila enfiou um punhado de pipoca na boca.
Essa noite eu passaria na casa dela. Eu não estava muito bem com minha tia, então resolvi dar um tempo.
__ Sim! Muito estranho, você não acha? - peguei um pouco de pipoca.
__ Quem sou eu para julgar?
__ Talvez ele seja um serial killer, e vai tornar você sua próxima vítima - Jonathan soltou um risinho.
Ele estava consertando a caixa de som da minha amiga. Liam que quebrou e por esse motivo estava no quarto de castigo.
Engoli em seco. Aquilo me deu um pouco de medo. E se fosse verdade?
__ E tu' vai acreditar no Jonathan? - ela jogou pipoca nele - só ta' querendo te assustar.
__ Eu sei... Mas ele pagou em dinheiro.
__ Deixa de besteira, ele só quer ostentar que tem - ela deu de ombros.
__ Mas... Ele tinha um cartão, aqueles black sem limite. Ele pegou na mão, mas não me deu para pagar.
__ É melhor você mudar de país - dessa vez, eu que joguei pipoca no Jonathan.
__ Amiga relaxa - ela bateu no meu ombro - ela nem deve ter olhado muito para você. Sei disso porque já trabalhei para gente rica.
__ Eu não sei... Ele me olhou tão estranho. Ele não é daqui, tem um foste sotaque, é cheio de tatuagens.
__ Reparou mais do que devia, tu' tem namorado garota?!
__ ex - namorado! Aquele traste. Cansei dele, nem sei o motivo de ficar com ele, o i****a não me agrada em nada.
__ O que foi, o sexo não era bom? - Jonathan riu.
Senti meu rosto arder. Eu estava com vergonha de mim mesma. Era um pouco estranho que eu, com meus 19 anos, não tenha passado dos beijos.
Eu namorei por dois ano com Ryan. Conheci ele na escola e desde então namoramos. Depois de um tempo que fui perceber que ele é um i****a.
Eu simplesmente terminei, não aguentava mais ele. Ryan não conseguia respeitar, que eu não estava pronta para um passo a mais.
Ele nunca me passou confiança, ou me deixou confortável. Acho que o problema nunca foi ele, sempre foi eu.
Tivemos um termino amigável. Ele não me suportava mais e nem eu a ele, então nos tornamos amigos.
__ Esqueci que você é a virgem Maria - Camila riu e Jonathan seguiu ela.
__ Muito engraçado vocês dois. Também, não é como se você fosse a personificação de um promíscuo, não é Jonathan? - ele parou seu trabalho para me olhar.
__ Mas não sou virgem.
__ É o que você diz - apontei para ele.
__ Pode perguntar para minhas ex-namoradas e namorados - deu de ombros.
__ Você só tem uma ex-namorada e um ex-namorado, não começa - fiz um high five com minha amiga.
Ele revirou os olhos, se levantou e ligou o som. Estava funcionando perfeitamente.
Minha amiga deixou em uma música não muito alta. As pipocas foram trocadas por bebidas e uma noite divertida de bebidas e dança.
Eu acordei na manhã seguinte com muito dor de cabeça. Eu não deveria ter bebido tanto.
Eu não precisaria trabalhar hoje, já que era sábado. Dia de descanso. Eu só tenho que estudar mais tarde.
Me levantei, escovei os dentes e desci. Meus cachos estavam um pouco desalinhados, então eu amarrei meu cabelo.
Fui para a cozinha e preparei o café. Jonathan chegou um tempo depois com, pão, queijo, presunto e bolo.
__ Bom dia - ele me olhou de cima a baixo e soltou um risinho.
__ Bom dia. O que foi? - olhei para meu corpo.
Não tinha nada de mais. Meu pijama estava normal. Shorts um pouco curto e uma camiseta.
__ Já olhou o seu rosto? - ele arqueou uma sombrnacelha.
Subi as escadas correndo. Eu estava pintada de palhaça.
__ Liam! - soltei um grito agudo.
Fui até o quarto dele. Ele estava escondido debaixo da coberta.
__ É assim que você trata sua madrinha? - puxei a coberta de cima dele.
A criança de 3 anos sorriu sapeca. Ele adorava fazer esse tipo de coisa.
__ Desculpa madinha'. A ideia num' foi minha - assenti, mesmo sabendo não ser verdade.
__ Vamos tomar café - peguei ele no colo.
Voltei para a sala com ele, não sem antes pegar um removedor de maquiagem.
Retirei tudo do meu rosto. No banho ficaria um pouco mais difícil.
Peguei um jornal e me sentei para o café. Camila desceu um tempo depois. Ela estava muito pior. Isso que dá misturar whisky com vodka e vinho.
__ Quero morrer - ela gemeu.
__ Eu antecipo se você quiser - Jonathan sorriu quando levou um soco.
__ E nem pense que escapou do castigo mocinho. Vou avisar a sua babá - Liam resmungou - porque está olhando o jornal? Eu nunca vi você fazer isso antes.
__ Estou preocuranso um emprego, a joalheria não me paga muito bem e é temporário.
__ Sinto muito pelo que aconteceu amiga - neguei com a cabeça.
__ A culpa não é sua. Você tem um filho e eu não preciso tanto assim do dinheiro - ela assentiu mais ainda parecia culpada.
Eu dei uma boa olhada e circulei algumas opções para mim. Eu não tenho muita experiência com empregos, trabalhei minha vida inteira naquela lanchonete.
Voltei para casa por volta do meio dia. Era sábado, então eu não tinha muita coisa para fazer.
Rebeca estava no sofá com um garoto. Eles estavam aos beijos e amassos. Minha tia não estava a vista, ela devia ter saído.
__ Olá? - eles se separaram.
__ Iai? Beleza? Sou o Vagner - ele estendeu a mão e eu apertei.
__ Oi Vagner, sou Aurora - sorri para ele.
__ Caraca, tu' não é a namorada do RY?
__ RY? Está falando do Ryan? - ele assentiu - Ex-namorada - dei ênfase no ex - onde está sua mãe? - Rebeca deu de ombros.
Voltei para meu quarto. Coloquei minha bolsa com meus pertences na cama.
Entrei no banheiro e tomei um bom banho. Lavei meus cabelos e fiz uma massagem nele.
Voltei para o quarto com uma toalha envolta do meu corpo. Sentei em frente a penteadeira.
Passei um creme no meu cabelo e o penteei. Modelo meus cachos com as mãos. Eu tenho essa rotina todos os dias, mas amo meus cabelos cacheados.
Fiz uma leve maquiagem. Me levantei indo até meu guarda roupa. Escolhi um vestido leve e florido, coloquei uma rasteira nos meus pés.
Desci e fui para a cozinha. Preparei uma lasanha para comermos.
__ Que cheiro bom - Rebeca sorriu para mim - o Vagner pode?
__ Tudo bem!
__ Então demoro - ele se sentou um pouco afobado - tá com um cheiro muito bom.
__ Espero que o sabor esteja melhor - me sentei com eles.
Mais tarde naquele dia, eu recebi uma ligação. Eu teria uma entrevista de emprego na segunda, como Secretaria pessoal.
Eu enviei meu currículo por e-mail. Eles só aceitaram assim.
Eles não tinham muito requisitos, então eu acho que teria uma chance. Eu realmente espero conseguir.