Amor bandido (morro)

Era uma tarde de muito sol, estava muito quente, a subida do morro parecia nao ter fim nunca, estava cansada de tanto carregar peso, minha mochila estava lotada de livros. Estava quase chegando quando minha mãe me manda uma mensagem e respirei bem fundo ao ler. “ Oi filha, passe na mercearia pra mim antes de voltar para casa por favor, traga alho e alguns legumes, acabou aqui em casa e eu não da pra fazer almoço sem, beijos, te amo” Respondi com um “ ok” ja que eu nao tinha muita opção e então voltei a caminhar . Quando finalmente cheguei, suspirei aliviada, eu estava muito cansada, mas infelizmente ainda teria que subir uma escadaria até chegar a minha casa, o que me desanimou de novo, e antes disso ainda tinha que passar na mercearia do seu Matias. Durante o caminho até a mercearia falei com algumas pessoas conhecidas . Bom, como eu posso explicar o lugar em que eu moro? É basicamente uma favela, existem vários problemas em morar aqui, mas também existe muitos pontos positivos , todos aqui ajudam uns aos outros em tudo que podemos. Passei em frente ao um barzinho que fica antes da mercearia e reparei olhares de pessoas que estavam la dentro, mas ignorei e segui o meu caminho. Cheguei finalmente a mercearia, peguei as coisas que a minha mãe me pediu e pedir para o seu Matias anotar que a no fim da semana minha mãe iria vir acertar. Estava caminhando tranquilamente em direção a minha casa, pronta para subir um lance enorme de escadas, mas quando vi quem estava descendo, quase desisti, revirei os olhos e continuei a subir, é simplesmente ignorar por completo. Mas para o meu azar o Gustavo nunca me deixa em paz. - Fala princesa, chegando da faculdade? Apresento a vocês Gustavo, o cara mais insuportável que eu conheço na face da terra, também conhecido como o dono do morro. - Não, isso aqui é uma miragem, muitas drogas na sua cabeça, sabe ? Eu nao sei por que esse garoto insiste em falar comigo. - Princesa, como sempre bem afiada ne, mas eu adoro. Ele disse e deu uma piscadinha para mim, nossa que garoto irritante. - Ja falei para você nao me chamar assim, eu tenho nome sabia? - Mas então princesa, o seu irmão me falou que tu é uma das melhores alunas da sua sala. - Pera ai, por que você estava conversando com o meu irmão? - Por nada, so queria te parabenizar e dizer que fico muito feliz em ver uma pessoa daqui da comunidade se tornando futuramente uma pessoa muito importante, ja pensou ? Doutora/ Juíza Manuela? - Ok Gustavo, vai caçar uma mulher pra se agarrar ou uma mato pra capinar, me deixa em paz. - Vou pegar você então, é a única mulher que eu quero. Comecei a rir e mostrei o dedo do meio e segui subindo. Essa garoto testa todos os meus limites. Não perde uma oportunidade de dar em cima de mim, falar besteiras e etc, evito ao maximo me esbarrar com ele, mas infelizmente as vezes é inevitável . Gustavo se tornou o dono do morro há mais ou menos uns 5 anos , ele me irrita desde os meus 15 anos, nao sei o que deu nele. Finalmente cheguei em casa, entreguei as compras para a minha mãe, que foi correndo fazer almoço, cumprimentei meus irmãos e entao vi o Tiago correr pela casa procurando por algo . - O que tanto você procura? - O meu tênis, você viu por ai ? Hoje vai ter futebol , nao posso jogar sem tênis. Tiago é meu irmão do meio, tem 14 anos, alem dele tenho uma irmã mais nova, a Eliz de apenas 1 aninho. - Serve aquele ali ? Apontei para um pé de tênis perto da porta - Olha em baixo do sofá, o outro deve estar lá. Você sempre larga tudo jogado por ai. Fui para o meu quarto, joguei minha mochila em cima da cama e fui tomar um banho e colocar o meu uniforme de garçonete . Almocei e fui para o trabalho, trabalho em uma lanchonete no centro da cidade. Meu dia era sempre assim, bastante corrido, fazia faculdade pela manha, trabalhava a tarde e cuidava dos meus irmãos na parte da noite. Meus pais trabalham a noite e por isso acabo ficando com meus irmãos na parte da noite. Enquanto eu estava no ponto de ônibus, uma moto parou ao meu lado e eu bufei ja sabendo de quem se tratava - Fala princesa, quer uma carona? Sei que o ônibus vai demorar a chegar - Eu prefiro esperar o ônibus mesmo Encostei na parede e cruzei os braços, gustavo desligou a moto e se virou para mim. - Qual é cara, vai preferir chegar atrasada ? - Sim, eu não quero carona. Do jeito que você é, capaz de sofrer um acidente. - Então ta bom, vai de ônibus , aposto que seu patrão vai amar que você vai chegar atrasada . Ta, ele ate que tem razão, hoje é dia de pagamento, não deveria me atrasar. - Eu vou com você. - Como é ? - Eu vou com voce, me da o capacete. Subi na moto e ele ainda parecia um pouco surpreso. O i*****l arrancou com a moto rápido de propósito e tive que agarra-lo para não cair. Não posso negar que o Gustavo pilotava muito bem, acabei fechando os olhos e encostando minha cabeça em suas costas, o perfume dele era surreal de bom.