01
4 anos antes ?
Levantei da cama com um pouco de dificuldade, olhei o relógio e era 3h30 dá manhã, quem acorda alguém esse horário? Desci as escadas coçando os olhos, abri a porta e não vi ninguém, só pode estar de brincadeira com a minha cara. Olhei tudo do lado de fora e realmente não havia ninguém ali, fui fechando a porta quando eu ouvi um choro. Olhei pra baixo e lá estava ele, uma criança recém nascida jogada na porta da minha casa. Peguei o mesmo e trouxe pra dentro, ele tremia de frio. Minha cabeça rodou quando vi aquele serzinho ali na minha frente sofrendo. Tão pequeno e já passando por tanto sofrimento, havia um bilhete com ele.
" O nome dele é Patrick "
Era a única coisa que tinha ali, enrolei o mesmo numa coberta pequena que tinha ali e peguei minha bolsa. Sair de casa com aquele serzinho no colo, tranquei a casa e desci em direção ao UPA.
- Alguém pode me ajudar ? - logo uma enfermeira apareceu
- Oque aconteceu? - Ela disse pegando o pequeno Patrick de meu colo.
- Deixaram ele na minha casa, na porta para ser exata. Eu preciso que cuidem dele.
(...)
Estava a caminho do morro, havia conseguido a guarda de Patrick definitivamente. Graças a Deus eu conseguir, não sei se conseguiria ficar longe daquela coisinha maravilhosa. Desde aquele dia eu me apaixonei pelo pequeno Patrick.
— E aí conseguiu? — Cris perguntou ansiosa e eu sorrir.
— Agora ele é meu filho — nos abraçamos e nós colocamos a chorar. Porque era tudo oque eu e ela queríamos, desde que ele entrou nas nossas vidas muita coisa mudou.
4 anos depois ?
Patrick está enorme, está na creche pois eu preciso trabalhar para sustentar minha cria.
Levantei morrendo de sono, já que na noite anterior esse serzinho não quis dormi cedo. Tomei meu banho gelado e coloquei meu uniforme, que era uma calça jeans e uma blusa. Trabalhava numa loja de roupas aqui perto do morro mesmo, preparei o café e fui até o quarto de Patrick.
— Vamos amorzinho dá mãe, acorda — Disse enchendo ele de beijo
— Não quero mama — Disse virando para o outro lado. Respirei fundo
— Vamos príncipe, a mamãe precisa trabalhar.
— Tá bom, masi você vai binta comigo quando chegar né ? — Eu amava o modo como Patrick falava, mas sempre tentava o corrigir.
— Mas a mamãe brinca com você meu amor, agora vamos — Ele esticou os bracinhos para minha e eu o peguei no colo. Dei um banho rápido nele e escovei seus dentinhos, vesti o mesmo e resolvi postar uma foto do mesmo.

" Vamos pra escola mamãe? Só se você brincar comigo" #MeuAmor #MundoAzul #MeuMenino
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Cris do Horizonte : Como esse menino está grande. Madrinha ama
Alexis : Que coisa linda gente, nem parece que é seu filho
Deixei pra ver o resto depois, peguei a bolsa de Patrick e desci as escadas com o mesmo. Dei seu café e preparei sua lancheira, graças a Deus eu recebia muito bem pra compartilhar dos meus luxos.
Já era 6:50 quando terminamos, escovei mais uma vez o dentinho do mesmo e fiz o mesmo, desci e a pirua dele já estava lá. Coloquei o mesmo na pirua.
— Se comporta na escola viu mocinho, se não a mamãe não irá brincar com você — Sussurrei no seu ouvido e ele assentiu, dei o último beijo e ele entrou na pirua. Me deu tchau e eu sorri.
Esperei a pirua sair, coloquei os fones de ouvido e olhei pro outro lado da rua. Lá estava um dos mais temidos bandidos do Rio. Adam me olhava de um jeito diferente, do seu lado estava Eithan. Vulgo conhecido como EJ.
Desci as escadarias e olhei o relógio 7:15, caminhei mais rápido porque as 7:30 eu tinha que estar na loja.
Ouvi um barulho de moto e olhei para o mesmo, EJ sorriu pra mim e eu dei dedo do meio pro mesmo que riu.
— Não muda mesmo em priminha — tirei os fones e olhei pro mesmo
— Por favor né Eithan, dá licença — Passei por ele e seguir meu caminho.
(...)
O dia na loja foi normal, Patrick só chega às 16:30 e eu saiu às 16:00.
Subi o morro exausta, uma coisa é certa, é melhor descer do que subir.
Tinha várias crianças brincando na rua, os "vapores" olhando o movimento e tomando conta do morro. Vários mexiam comigo, mas realmente tudo oque eu não queria era me envolver com esses pé de barro.
Cheguei em casa e tomei meu banho gelado, vesti uma roupinha básica e desci, arrumei tudo antes dá chegada de Patrick. Organizei tudo, tirei pó e fui preparar o lanche do meu menino. Olhei o relógio e era 16:29, sair de casa e olhei para o outro lado da rua. E lá estava eles novamente, Adam falou algo com meu primo e eu revirei os olhos. Logo Patrick chegou, peguei o mesmo no colo e sua mochila.
— Tchau pequeno — Ele acenou para tia dá pirua e eles saíram.
— Tio EJ, mama, tio EJ — Disse apontando para Eithan, que assim que viu Patrick veio até mim.
— Oi coisa linda do tio, como tá? — pegou Patrick do meu colo e eu fiquei apenas observando, EJ era o único primo que eu tinha próximo. Ele e mãe era minha única família, desde que aqueles que eu chamo de pai me abandonaram.
— To bem, vuxe num podi anda tuisso — disse apontando pra arma de Eithan
— Vamos filho?
— pô deixa eu fica com ele um pouco? — olhei pro meu primo que estava com aquela cara de quem caiu dá mudança.
— Não, quiser vou na sua casa mais tarde. Mas agora ele vai tomar banho e comer né mocinho? — peguei ele do colo de Eithan e ele assentiu.
— Tchau tio EJ — disse dando tchau e eu entrei com o mesmo.
Entramos em casa e eu dei um banho no meu menino e vesti o mesmo, depois descemos e tomamos o café da tarde.
— Mama? — Olhei pra ele — vuce vai binta comigo?
— Vamos meu amor, quer fazer oque?
— ir no paite — eu rir
— No Parque Patrick, no Parque
— isso, isso, isso — fez que nem o chaves. Coloquei meu chinelos e mandei mensagem para aquela desmiolada.
Mensagem :
Vamos ao parquinho aqui perto? Patrick quer brincar .
Vamos.
Peguei Patrick no colo e sair de casa, tranquei a mesma e olhei pro outro lado e lá estavam eles. Subir um pouco até o parquinho, coloquei o Patrick no chão e o mesmo já saiu correndo. Neguei com a cabeça.
— Oi frour — Comprimentei a Cris e sentamos num banquinho de frente para onde o Patrick estava e que dava para ver o parquinho todo.
Ele era a criança mais alegre dali, apesar de tudo que passamos nesses anos eu não me arrependo de nada do que um dia fiz por esse garoto.
— Lembra quando o Patrick teve a primeira crise de asma? — Perguntei para Cris, não tirando os olhos do meu menino.
— Como se fosse ontem, saímos correndo pro UPA e você se acabava de chorar com medo de perde-lo. Foi sufoco menina — rimos
— Eu daria a minha vida pela dele sabe? Não me arrependo não de ter corrido e movido fundos e mundos para adota-lo.
— Pretende um dia contar pra ele ?
— Claro, ele merece saber a verdade. Assim que ele já entender um pouco eu direi tudo oque sei sobre ele.
— faz certo amiga. — Olhei para onde o Patrick estava e ele estava nos braços de um homem, rindo. Mas não um homem qualquer e sim de Adam. Respirei fundo e meu corpo todo se enrijeceu, levantei-me e fui até os mesmo.
— Mama — Patrick disse assim que me viu, Adam levantou os olhos até mim e me olhou assustado.
— Ele é seu filho? — Assenti — Achei que fosse irmão.
— Mas é meu bebê, né filho? — disse pegando o mesmo do colo de Adam.
— Será que posso tirar uma foto com ele e postar? — olhei para ele desconfiada e assenti. Peguei o celular e tirei a foto pra ele, após isso sair andando com Patrick.
— Vamos pra casa meu amor? Ou quer passar na tia juh?
— pla casa mama — ele estendeu os bracinhos e eu peguei o mesmo. Me despedi de Cris e fui pra casa, já era 19h. Enchi a banheira e coloquei os brinquedos de Patrick, coloquei o mesmo e desci.

" Não há nada melhor que o sorriso de uma criança. #PequenoPatrick #TioJaAma "
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