SALA DE TRAUMA (não existe manual quando o corpo decide não voltar mais) As portas da emergência abriram com força. O barulho da maca cortando o corredor ecoava como se anunciasse morte. Mas ali, ninguém planejava deixar Thales Montenegro morrer. ** — “Trauma grave! Código vermelho confirmado! Vítima militar! Explosão! Lesão múltipla! Perna esquerda esfacelada, sem resposta motora em membros inferiores!” A voz da residente tremia, mas o protocolo não esperava firmeza — esperava execução. Quatro médicos se alinharam. Dois cirurgiões. Um neurologista. Um vascular. Mais três enfermeiros. Técnico de anestesia. E o monitor cardíaco, que apitava feito bomba prestes a explodir. ** — “Vamos entubar. Pressão trinta por quinze. Saturação caindo. Está desidratado, em choque e com múltiplo

