Capítulo 49.

1669 Words
Manu narrando Tá querendo peitar Só que tu não entende nada Se quiser pode vim Que essa mina é preparada Melhor da espaço pra ela Por que a potência é braba Vai, taca, taca, taca, taca, taca, taca Vai, taca, taca, taca, taca, taca, taca Vai, taca, taca, taca, taca, taca, taca Vai, taca, taca, taca, taca, taca, taca ... Solto uma risada quando vejo Lavínia gritar algo, mas não consigo entender. O som da música é muito alto, as batidas do funk vibram pelo chão da laje, subindo pelas minhas pernas e ecoando no meu peito. Meu corpo acompanha o ritmo automaticamente, balançando de um lado para o outro, mas o calor é tanto que tá começando a me deixar tonta. Ou será que é a bebida? Porque sinto meu corpo mais leve do que o habitual, quase flutuando. Misturei tanta coisa que já nem sei mais o que bebi. Viro de costas, empinando a b***a e fazendo um quadradinho que começa lento mais depois vai ganhando velocidade, tremo o bumbum subindo e descendo várias vezes enquanto sinto os olhares ao redor se intensificarem. O suor escorre pela nuca, e os cabelos grudam no rosto, mas não paro de dançar. O grave da música é tão forte que parece pulsar dentro da minha cabeça, enquanto o suor escorre devagar pela lateral do meu rosto. Meus cabelos grudam na nuca, e eu os jogo para frente com as mãos, respirando fundo. Mas até o ar parece quente aqui em cima. Manuela: Tá muito quente! – Grito pra Lavínia, que concorda com a cabeça enquanto tenta abanar o rosto com as mãos. Lavínia: Vamo descer pra beber água lá embaixo e sair um pouco desse tumulto! – Ela grita de volta, mas o som é tão alto que m*l consigo entender. Me aproximo dela e falo bem próxima ao seu ouvido para que escute: Manuela: Vamos! Ela segura na minha mão, e nós começamos a sair pelo meio da multidão rumo à escada. Enquanto descemos, o som abafado da música vai diminuindo, mas o calor ainda parece grudar na minha pele. Assim que chego ao térreo, vejo um segurança do Terror parado próximo à entrada. Ele me reconhece e leva o rádio à boca, falando algo que não consigo ouvir. Prefiro não encarar por muito tempo e viro o rosto, seguindo com Lavínia até a cozinha. O ambiente é mais fresco, e o som da música se torna um pano de fundo distante. Respiro aliviada enquanto encosto no balcão. Lavínia: Nossa, você dança pra c*****o! – diz ela, me entregando um copo d’água gelada. O toque do vidro gelado nos meus lábios secos é um alívio instantâneo. Manu: Olha que o que eu sei foi vendo vídeos na internet, adorava ficar vendo e tentando fazer igual. – respondo, tomando um gole longo da água, sentindo o alívio refrescante percorrer todo o meu corpo. Lavínia: Pois tá arrasando, mulher! Se assim é vendo vídeo, imagina se tivesse aula! – ela ri, balançando os cachos enquanto pega outro copo d’água. Manu: Ah, para, Lavínia! Você que é incrível, parece que nasceu dançando. – respondo, rindo e ajeitando os cabelos molhados de suor. Lavínia: Mano, somos duas então! – Ela ri animada, me olhando como se tivesse acabado de me adotar como sua melhor amiga. A água desce congelando a garganta seca, mas ao mesmo tempo é revigorante. Ficamos ali por alguns minutos, conversando e nos recuperando do calor. Lavínia começa a me contar sobre sua vida. Lavínia: Mas aqui mora só eu, meu pai e minha tia. Minha mãe morreu muito nova, então desde então é só a gente. Meu pai sempre foi dono de tudo aqui na Penha. Manuela: Sinto muito pela sua mãe, de verdade. – Digo com sinceridade, colocando o copo vazio no balcão enquanto observo a expressão dela. Lavínia: Valeu, amiga. Mas a vida segue, né? E, quer saber, hoje não é dia pra tristeza! Hoje é pra gente aproveitar! – Ela sorri, e a energia volta a brilhar nos olhos dela. Eu aceno com a cabeça, ela tem razão. Hoje é um dia pra esquecer de tudo, deixar o passado de lado e viver o momento. Lavínia: Bora subir? A galera deve tá perguntando por você lá em cima! – diz ela enquanto pega meu braço e me puxa em direção à escada novamente. Eu apenas sorrio e deixo Lavínia me guiar. Assim que subimos de volta para a laje, ela solta minha mão e vai direto ao encontro de um homem que está acompanhado de outro cara. Eles começam a conversar, e enquanto Lavínia e ele trocam palavras animadas, percebo que o amigo dele não tira os olhos de mim. Meu coração acelera instantaneamente. Tento fingir que não percebi, mas é impossível. O olhar dele é direto, e me faz sentir completamente sem jeito. Desvio o rosto para outro lado, tentando disfarçar, mas sinto meu rosto começar a esquentar. Já me imagino vermelha como um pimentão. Dou uma olhada de relance para ele e, mesmo sem querer, começo a reparar nos detalhes. A camisa vermelha com a palavra "Overcome" estampada no peito, o jeito que o tecido se ajusta aos ombros largos dele. Ele usa um short preto, e a postura dele é altiva. Os olhos dele são castanhos. A barba bem aparada e a sobrancelha tem um risco igual ao da lateral do cabelo. As tatuagens no braço chamam minha atenção, linhas bem feitas que contrastam com a pele bronzeada. O sorriso dele é lindo, e ele acena pra mim. Me fazendo engolir seco. Ele é muito bonito, não. Ele é lindo! – Penso, sem nem conseguir evitar. Por que será que ele tá me encarando assim? Tento parecer tranquila, mas sinto minhas mãos começarem a suar. Respiro fundo, como se isso fosse acalmar o nervosismo, e finjo que tô interessada em algo do outro lado da laje, qualquer coisa que me tire do alcance dele. Lavínia: Deixa eu apresentar vocês. Esse aqui é o Muel, meu primo, e esse aqui é o Felipe. – Ela aponta para os dois, mas logo percebe que falou demais, levando a mão à boca como se tivesse cometido um erro. – Foi m*l. – Fala para o tal Felipe, rindo. – Amiga, o vulgo dele é Mago. Ela ri alto e os dois a acompanham, se divertindo com a situação. O tal Muel segura minha mão e deposita um beijo demorado por cima, o que me faz soltar um sorriso sem jeito enquanto puxo minha mão de volta. Seu amigo, por outro lado, apenas pisca pra mim com um sorriso de canto que revela o brilho do aparelho nos dentes. A ousadia daquele olhar me faz engolir seco. Lavínia: Ele odeia que chama ele pelo nome. – Cochicha no meu ouvido antes de lançar um olhar divertido na direção deles. – Ele é um gatinho, né? Nego com a cabeça, sorrindo, tentando disfarçar o desconforto. Muel parece perceber e puxa assunto, se inclinando levemente pra me observar melhor. Muel: Nunca encostei com você por aqui. – Diz, colocando as mãos nos bolsos e assumindo uma postura mais fechada, mas ainda descontraída. Manu: Sou de outro morro. Primeira vez que venho nesse morro. Mago: Entendi .. Mas tu é moradora nova lá também? Nunca te trombei aqui do RJ. Manu: Sim... eu não morava aqui no Rio. – Respondo, me aproximando um pouco mais por causa do barulho ao nosso redor. Mago: Não escutei, desculpa! – Ele grita, encurtando a distância entre nós enquanto inclina o rosto um pouco mais na minha direção. Manu: Eu morava em São Paulo. Exatamente no interior. – Respondo, dessa vez mais alto, sentindo o cheiro de maconha que vem dele. Mago: Imaginei que não fosse daqui. Primeiro pela forma de falar e segundo porque uma mulher como você não passaria despercebida por mim em lugar nenhum. – Fala no meu ouvido, e sinto um arrepio percorrer minha espinha. Sorrio sem jeito, tentando disfarçar o impacto que a proximidade dele causa em mim, mas ele se aproxima ainda mais, diminuindo o espaço entre nós a ponto de quase sentir o calor da respiração dele no meu rosto. Mago: Tava vendo tu dançar e p**a que pariu. Tá de parabéns. – Diz no meu ouvido, soltando uma risadinha safada no final. Manu: Tava aonde que não te vi? – Pergunto, olhando pra ele, notando que é bem maior que eu, mas ainda assim não mais alto quanto o Terror. Mago: Esqueceu? Sou o Mago, eu apareço e desapareço do nada. Manu: Então tu some à meia-noite igual Cinderelo? — provoco, rindo e cruzando os braços. Ele n**a, passando a língua pelos lábios num gesto quase hipnótico antes de responder. Mago: Depende, pô. – Faz um gesto com a cabeça e olha por cima de mim, varrendo a laje com o olhar, como se procurasse alguma coisa ou alguém. Seguro o rosto dele com firmeza, sentindo a pele quente sob meus dedos, e puxo para que nossos lábios se encontrem. No instante em que nossas bocas se tocam, é como se eu esquecesse que não estamos sozinhos. Ele desliza as mãos pela minha cintura, apertando com força suficiente para me fazer sentir cada centímetro do toque dele. É firme, dominante, mas ao mesmo tempo cheio de desejo. O beijo começa lento, com uma pitada de provocação, ele explora minha boca. E sinto a língua dele brincar com a minha, meu corpo todo responde em um arrepio. Ele inclina a cabeça, aprofundando o beijo, e o som abafado da música parece ecoar dentro de mim, acompanhando a intensidade do momento. As mãos dele escorregam pelas minhas costas, pressionando-me contra o corpo dele, e é impossível não sentir o perfume que ele exala. Eu puxo levemente sua camisa, provocando, e ele responde mordendo meu lábio inferior antes de continuar o beijo, agora mais urgente. A respiração dele se mistura com a minha, pesada, enquanto o beijo se torna mais voraz, como se nenhum dos dois quisesse parar. 🔥🔥🔥🔥
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