Chapter 4

3051 Words
Ethan Black's POV Miami, FL 2:30am O show foi excelente, para mim um dos melhores nos últimos dias. Saímos todos da equipe para uma comemoração digna de uma noite de uma madrugada de sexta feira. Minha garganta vibrava a cada gole de bebida alcoólica enjerida. Minha gargalhada era alta e irrelevante, levando em consideração que eu estava rindo de qualquer palavra que a mim era dita. Metade do pessoal havia ido embora pouco antes das duas da manhã. Apenas eu e Christian nos mantínhamos fixos naquela boate luxuosa do centro de Miami. Os preços das bebidas lá eram realmente elevados, mas obviamente não para mim. Minhas mãos passearam pelos meu bolso ao sentir o meu celular tocar, deslizei o aparelho mediano do meu bolso e encarei a tela. Dei risada ao ler o nome da chamada: Helena.  Um garçom passa com vários copos de bebidas cheias ao meu lado e eu não penso duas vezes antes de jogar o aparelho dentro de um deles. Eu tinha total consciência dos danos que iriam causar ao telefone, mas não me importei. Nem ao menos me dei ao trabalho de recuperar o aparelho.  – O QUE VOCÊ FEZ, CARA? - Christian questiona assustado ao perceber o que eu tinha feito. – Aquele celular é caro, sua vida está ali. - ri de sua cara. Ele estava certo, porém eu não me importava, estava acostumado a trocar de celular pelo menos duas vezes a cada seis meses. – Eu posso refazer minha vida em outro celular. - respondo alto para que ele pudesse me ouvir. O som estava realmente alto e faziam meus tímpanos vibrarem. Uma grande movimentação se fez dentro da boate, as pessoas se deslocavam para a saída com garrafas de bebidas, alguns estavam se pegando, outro apenas bebiam. Eles se divertiam. Aquilo me chamou a atenção, mas não me movi para acompanhar a maioria. Christian segurou na minha blusa e me arrastou para fora, abandonei meu copo de conhaque em uma mesa qualquer, não havia mais nada lá mesmo. – O que está acontecendo? - pergunto com cautela. Christian olha para mim e sorri. Ele solta minha blusa e deixa que eu o siga com o meu próprio subconsciente. Ajeito a camisa preta no meu corpo e respiro fundo. Não há qualquer segurança ao meu redor e eu agradeço por isso, agradeço também não ter recebido qualquer tipo de atenção especial ou assedio pelo pessoal.  Já fora da boate, observo de longe a multidão se acomodar ao redor de dois carros de luxo, muito bem equipados. É um racha. Sorrio sozinho, isso é bem divertido, mas mais divertido do que observar um, é participar de um. Eu e Christian nos aproximamos ainda mais, um cara n***o e outro pardo estão recebendo dinheiro de algumas pessoas. Certamente as apostas. – Você quer participar? - Christian questiona, me tirando a atenção. Seu estado alcóolico está pior que o meu, mas eu também estou alterado o suficiente para concordar com qualquer loucura que ele me proponha. – Podemos participar? - ele assente. Gargalho, estendo minha mão e ele bate na mesma em um toque especial que somente nós dois temos. – Vinte mil dólares. – Vinte mil dólares é pouco para você, JB. - ele diz surpreso. – Mas é muito para mim. - abro meus lábios em um grande sorriso divertido. – Então eu sugiro que você ganhe. - respondo irredutível. Me afasto de Christian deixando ele com seus pensamentos e medos de talvez, ou certamente, perder para mim e me dever vinte mil dólares. Eu ganharei dele, é evidente que sim, mas não irei cobrar ou receber o dinheiro, caso ele queira me dar. Farei apenas por diversão e sabendo que ele fará de tudo para me ganhar, fico ainda mais divertido ainda com o desafio subindo de nível. Ando até os dois homens e tenho uma breve conversa com os dois, coisas irrelevantes e acordos para permitir que eu e Christian tomássemos posse dos carros em uma corrida de tempo estimado de trinta minutos. Christian logo se junta a nós e escuta atento as instruções do cara n***o que falava calmo, sem pressa. O pardo continuava recolhendo os dólares das apostas.  – O perímetro é pelo centro comercial, shopping Eslavla, a ponte, 2km do litoral e depois o mesmo perímetro de volta. É simples. - ele umedece os lábios e sorri para nós. – É importante dizer que vocês não ganham nada com a vitória ou a derrota, os carros estão aí, mas a grana é minha e do meu parceiro. - ergo meus ombros, não me importo de fato.  – Eu não ligo. - falo alto o que meu subconsciente grita em minha cabeça. – As chaves... - ergo minha mão, ele entrega para mim as duas chaves, ambas tem as marcas do carro. Eu opto pela Ferrari amarela, lanço a chave da lamborghini azul para Christian que a pega no ar. – Boa sorte. - dou risada. Afasto-me de Christian e observo ao longe uma garota de cabelos castanhos claros, lábios grossos e olhos quase da mesma cor dos fios dos seus cabelos se aproximando-se de mim e estendendo a sua mão em minha direção. – É um prazer conhecê-lo, Ethan. - peguei na mão e apertei a mesma. Ri nasal. – Eu sou Emma, Emma Jeffries. - ela mordeu os lábios de forma propositalmente vulgar. – O prazer é todo meu. - faço careta e rosno por meu pensamento ter ido tão longe ao ponto de chegar na Califórnia, Los Angeles, Helena. Meus pensamentos pecaminosos em relação a Emma não eram imundos, levando em consideração que eu ainda tinha uma esposa e que apesar doa pesares eu ainda pretendia mantê-la. – Me dê licença, eu tenho uma corrida para vencer. - meu tom é rude, mas não me importo. Emma deu dois passos para trás e então pude notar a blusa extremamente decotada que além disso, também só chegava até no máximo um palmo abaixo dos seus s***s. Deixando sua barriga bem definida de fora, dando destaque ao piercing no umbigo. A saia não era tão diferente da blusa, era tão curta quanto tal. No seu quadril, uma bandeira dos Estados Unidos estava amarrada e os pés cobertos com um salto vermelho com algumas estrelas brancas estampadas. Isso é o que eu chamo de orgulho pela sua nação. Balanço a cabeça de forma negativa e fecho meus olhos expulsando pensamentos incertos após a garota sumir na multidão. Vou em direção aos carros passando pelo atalho que se formou no meio das pessoas, toco as suas mãos e meu sorriso vitorioso é intenso. Christian vem logo atrás e não está tão diferente de mim, apesar de que eu tenho absoluta certeza do seu medo eminente de perder a corrida. Entro no meu carro e fecho a porta que não convencionalmente, estava erguida acima do teto do carro. Acomodo-me no estofado de couro de cor bege e respiro fundo o cheiro de carro novo que o veículo exibe. Observo o painel bem equipado e me dou conta do preço elevado que esse carro custou para ser equipado dessa maneira, pelos meus cálculos matemáticos mentais e meus conhecimentos de carro e seus acessórios aquilo tudo não havia saído por menos de dois milhões e meio de dólares, é emocionante. A porta do meu lado se abria e a garota de cabelos castanhos e explicitamente cidadã americana orgulhosa adentra o carro e a fecha rapidamente fazendo com que o barulho do lado de fora, música misturado com a gritaria das pessoas, se tornassem abafado do lado de dentro. – O que faz aqui? - sou direto e um pouco grosso. – Eu vou com você. - arregalo meus olhos e ergo minha sobrancelha. – Não, não vai. - ela havia me assustado e assustou mais ainda ao dar uma risada maldosa. – Ei, relaxa. - coloca a mão direita na minha coxa e arrasta suas unhas grandes com esmalte cor de rosa na minha calça. Movo-me desconfortável. – Olha. - retiro sua mão dali para dar continuidade. – Não me leve a m*l, mas eu sou um cara casado. Sabe? Ca sa do. - ergo minha mão esquerda evidenciando o dedo com a aliança grossa de ouro. – Eu sei, eu não vivo no mundo da lua, Black. - ela revira os olhos. – É só um racha, eu não vou tentar dar para você não. Nem tinha pretensões disso. - ela riu. – Eu acho engraçado como vocês homens ficam quando uma mulher como eu dá em cima de vocês. - ela umedece os lábios e joga seus cabelos para trás. – Está brincando comigo? - Emma gargalha e assente. – Olha ali. - coloco minhas duas mãos no volante, uma garota com um vestido curto e apertado, s***s fartos, coxas grossas e cabelos longos escuros se colocou no meio dos dois carros. – Eu gosto disso. - seu tom foi completamente malicioso. – Você é lésbica? - arregalo meus olhos e olho para ela um tanto quanto surpreso. - É sério? - ela faz careta e ri. Suas mãos adentram os fios longos e lisos de seu cabelo e os jogam para o lado. – Ei, vá com calma. - franze a testa. – Que reação engraçada, mas é, a resposta para as suas perguntas é sim. - Emma se vira e puxa o cinto na parte superior do carro, posteriormente passando o mesmo no seu corpo e o travando em baixo. – Uau. - olho para frente e a garota que havia sido usada como explicação estava conversando com o mesmo homem que eu tinha falado minutos atrás. Em sua mão há uma bandeira semelhante a que Emma tem amarrada na cintura.  – É. - sua voz soa risonha. – Inclusive, isso aqui é seu. - viro meu rosto em sua direção e ela pega o meu aparelho celular dourado de dentro de seu bolso. – Você deveria saber que não é gentil colocar uma surpresa dessas na bebida dos outros, sabe? Você coloca isso na orelha e passa os dedos aí, sabe se lá onde você colocou esses dedos ou pior, onde você colocou esse celular. - ela faz cara de nojo. – Inclusive, se a sua intenção era essa, acho que você ficaria feliz em saber que ele com toda certeza deu perda total. Ela estava me observando o tempo todo? Que loucura. Emma se encosta no estofado e respira fundo, parece ter dificuldades em puxar o ar para os seus pulmões. Não respondi ao seu sermão, apenas peguei o celular o joguei sem cerimônias por cima do porta luvas do carro. Voltei minha atenção para a atenção para a garota de grandes s***s que se colocava no meio dos dois carros. Ligo o motor do mesmo após receber o sinal de permissão. Ela ergue seu braço direito com as mãos levantadas. Abaixa cada um dos dedos de forma lenta e após abaixar o último levanta a bandeira e grita algo como "Vai". Meu carro e o de Christian saem em disparada pela avenida até então reta. Meu coração estava acelerado e na minha garganta um grande nó. Podia sentir a grande quantidade de adrenalina sendo jogada para cada canto do meu corpo misturada com o sangue que meu coração bombeia. – O caminho é pelo centro de Miami. - avisou-me. Ignoro, eu sabia o caminho. Christian está atrás de mim, mas não muito. Viro a esquerda de forma abrupta. Ele não faz o mesmo, na verdade ele havia sumido do campo de visão do meu retrovisor. Sorri malandro. A minha vitória estava no papo. – Eu sendo você não cantava vitória antes do tempo. - olho para Emma e noto que agora em suas mãos há um iPad da qual ela desliza seus dedos e  cara a tela brilhante do aparelho com a testa franzida. – Espera aí, um... Dois... Três... Agora! Olha. - apontou para frente e assim eu o fiz. O carro azul de Christian saiu pela esquerda da rodovia que eu estava, muito a frente de mim. – Filho da p**a. - eu o xingo, volto a pisar meu pé no acelerador. – Como você sabia disso?  – Porque o carro de vocês dois tem GPS, Black. - ela ri e n**a com a cabeça descrente de minha pergunta. – Eu sou mais do que um rostinho bonito, enfiada numa roupa curta e que curte outros rostinhos bonitos, femininos. - ela riu de um modo fofo. Revirei os olhos. – Vira na próxima a direita. – Pra quê? – Faz o que mando sem questionar, c*****o. - apesar do palavrão, ela não é rude. Emma era centrada, o tipo de pessoa que seria uma tarefa difícil de se tirar a paciência Viro a direita por onde ela havia me pedido, avisto ao longe o shopping Eslavla. Havíamos pegado um atalho consideravelmente grande, levando em consideração que tínhamos cortado todo o centro comercial. – Agora vai pra esquerda, passando essa na outra. - ela me instrui completamente confiante. Virei na esquerda e para a minha surpresa ela está certa, avisto o carro azul de Christian indo em direção a ponte que nos levaria ao litoral e agora nós corremos de igual para igual. O barulho do motor dos nossos carros soava alto, o que tornava tudo ainda mais divertido. O sorriso não sai do meu rosto, eu ganho de Christian no momento, mas com uma diferença mínima, eu posso ser ultrapassado em pouco tempo. – Ethan, volte! - Emma exigiu. Neguei com a cabeça. – Não, eu estou ganhando, garota. Não notou? - ela bufa irritada. – Volta logo, c*****o. Faz o que eu estou mandando, você vai se... - o barulho de sirenes tocando em um volume elevado tomou conta dos meus ouvidos, duas viaturas da polícia vinham em minha direção. – Merda! - ela xingou. Piso meu pé no freio de imediato, mas não retiro o outro do acelerador. Viro o volante com rapidez voltando da metade da ponte para trás. Christian faz o mesmo e vem logo atrás de mim. Os carros de polícia não são menos que os nossos, pelo contrário, pareciam correr de igual para igual. Meu coração pareceu ter parado, eu sentia minha pele ficar gelada. Eu estou ferrado.  – Eu não posso ser presa de novo. - ela murmura baixinho. Sua voz é chorosa, mas não posso observa-la. Tento fugir pela I-5, mas torna-se impossível. Mais quatro carros da polícia se colocaram a nossa frente e outros dois nos acompanhavam de igual pelos lados. Não tinha para onde fugir. Parp o meu carro e bato as mãos no volante, posteriormente bufando. Emma enxuga as poucas lágrimas que escorrem do seu rosto, com cuidado no canto dos olhos para que não borre a maquiagem. Seu nariz está vermelho, ela funga e passa as mãos no cabelo o alinhando. Não tem muito o que se fazer.  – Me desculpa. - sussurro, amargurado por vê-la tão vulnerável. Fecho meus olhos e raciocino a grande besteira que iria ser feita agora. Eu iria ser preso e um grande novo escândalo se formaria em minha vida. Mais um e quando eu menos preciso.   Entro na delegacia algemado, minha cabeça está coberta pelo capuz da minha blusa escura. Havia paparazzi na porta da mesma, era bem esperado mesmo que a notícia já tivesse se espalhado. O efeito do álcool havia sumido e o que havia restado era apenas a minha dificuldade respiratória e de racionamento de saber em que tipo de situação eu havia me metido.  Christian, Emma e uma outra garota ruiva de olhos verdes estavam junto comigo. Não sei seu nome, mas sei por raciocínio lógico que estava com o meu amigo dentro do carro, fazendo por ele o mesmo que Emma estava fazendo por mim. Meus pulsos doíam e aquelas ferramentas me incomodavam se maneira absurda. Estava tudo silencioso, o relógio pregado na parede em canto superior direito não marcava mais do que três e meia da manhã o que me fez perceber que tudo havia passado rápido demais. Abaixo a minha cabeça e puxo o ar para os meus pulmões. Eu não queria estar aqui. – Boa noite. - um homem de no máximo 1.80 de altura, ombros largos, careca, pele n***a e vestido com roupas escuras e um colete a prova de balas entrou na sala. Tinha nas mãos uma caneca do que eu sugiro ser café em mãos. Fumaças saiam de dentro do recipiente. – Eu sou o delegado Steve Carter, é bom vê-los aqui. - não há humor em sua fala, pelo contrario há um m*l humor contagiante. – Vândalos. - diz com deboche. – Sabem que estão encrencados, não é mesmo? - ninguém o responde, todos nós nos mantemos calado. – Era somente o que me faltava, três e quarenta da madrugada e eu sou obrigado a buscar jovens apostando corrida na minha cidade. E pra completar um deles faz o favor de entupir a minha delegacia de fotógrafos inúteis e negligentes. - ele diz suas últimas palavras olhando diretamente para mim. Eu sustento seu olhar. Eu não respondo. – Aprendam uma coisa, ninguém faz Miami de pista de fórmula um enquanto o Carter estiver sobre o poder da polícia militar da Florida. - é estranha a maneira como ele se refere a si mesmo na terceira pessoa. – Delegado, não conseguimos pegar mais ninguém, mas segundo os documentos encontrados nos carros, os mesmos não pertencem aos rapazes. - um dos policiais que ajudou na nossa apreensão entrou na sala portando alguns papeis. – Os proprietários são Paul e Tom Purb. Ambos tem passagem na policia por organizar rachas e venda de bebida alcoólica e cigarro para adolescentes. - o delegado recolhe os papeis e checa os mesmos. Ele suspira irritado e coça a sua nuca. Ele joga os papeis em cima da mesa, beberica o seu café e olha para nós quatro. – Eles devem ser julgados de imediato, perante ao resultado do juiz eles pagam a fiança e são liberados. - sua mão se fecha em punho. Ele está decepcionado. – Vocês estão presos. - avisa-nos. – Por direção perigosa, competição ilegal, colocar em risco a população de Miami, direção sobre efeito de álcool e resistência a prisão. - ele não falha em momento algum na fala. Trava seu maxilar e coloca a caneca na mesa. – Vocês vão ser julgados em duas horas, liguem para os seus advogados e muita má sorte na frente do juiz. - ele parece bastante irritado. Se retira da sala sem dizer mais nenhuma palavra.  Não posso negar, uma pitada enorme de alivio se criou no meu peito. Eu não ia ficar enjaulado por muito tempo.
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