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Don't Leave Me

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Blurb

Desde a suposta perda dos seus pais em um incêndio causado por um vasamento de gás, Mina Kylee, passou toda a sua vida em uma orfanato sofrendo bullying e agressões tanto físicas e emocionais. Um dia totalmente comum para ela, acontecimentos estranhos deixaram-a confusa e com medo, porém o seu reencontro com seu primeiro amor da época que ela era uma criança, Moon Yosef mudou completamente o modo que ela via o mundo, causando com isso confusões, revelações, perigos para ambos e quem ficam em sua volta.

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Capítulo 01
"— Filha, vai para seu quarto e se esconda no nosso esconderijo! — Minha mãe disse baixo para mim enquanto eu olhava assustada para a porta, ouvindo um barulho vindo de fora dela. — E lembre-se... — Meu pai se aproximou de mim agachando em minha frente. — Nós amamos você e não importa o que aconteça, sempre iremos estar com você! — A porta foi aberta bruscamente relevando dois homens de preto segurando duas armas em cada mão. — VAI KYLEE! — Meus pais gritaram em uníssono e eu subi as escadas correndo. Fechei a porta do meu quarto trancando-a em seguida. Sem ter controle de minhas emoções, comecei a chorar. Sentei-me em um canto encarando a porta. Eu podia ouvir barulho de tiros e várias coisas sendo quebradas, então de repente tudo parou, e eu ouvi passos se aproximando da porta fazendo com que eu desejasse gritar pelo os meus pais. — Temos que matar mesmo que matar a garota? — Uma voz masculina perguntou — Ela só tem cinco anos, sabe de nada da vida e muito menos do que está acontecendo aqui! — Isso não importa, ela é um monstro igual aos pais dela! — Uma outra voz respondeu e em seguida eu pude ouvir barulho na porta como se quisesse arromba-la, de uma vez ela foi aberta..." Acordei ofegante e suada, encarei o relógio do meu lado percebendo que marcava cinco da manhã. Suspirei tirando os fios grudados em minha testa por conta do suor provocado pelo o pesadelo enquanto me sentava na cama tentando esquecer cada detalhe daquele pesadelo horrível. Meus pais morreram quando eu tinha cinco anos e desse dia em frente, eu comecei a morar em um orfanato, pois eu não tinha avós e nem tios que pudessem ficar comigo, todos morreram, de acordo com as pessoas que procuraram por ele. Sempre que eu era adotada, alguns meses eles me devolviam dizendo que coisas estranhas aconteciam quando eu estava triste ou chorava, e aqui estou eu, sem pais, morando em um orfanato deste sempre, não tenho amigos e sofro bullying tanto na escola quanto no orfanato. Uma vida maravilhosa! A polícia e os médicos disseram que me acharam no gramado desacordada enquanto a casa toda pegava fogo com os meus pais dentro, mas eu não me lembro de nada do que houve naquele dia depois que abriram a porta. Parecia que eu tinha recebido uma lavagem cerebral, pois não conseguia me lembrar de nada que aconteceu quando era criança, apenas em alguns momentos, tinha curtos e embaçados flashbacks. Em meus flashbacks sempre via um menino comigo, a todo instante, como se fosse meu melhor amigo ou algo similar, mas eu, infelizmente, não me lembrava de seu rosto e muito menos de seu nome. Soltei um suspiro levantando-me da cama. Caminhei em direção a cômoda e optei em pegar uma calça jeans um pouco folgada, um moletom cinza e uma peça íntima preta. Soltei outro suspiro e abri a porta do meu quarto, após pegar minha toalha. Olhei em volta e pra minha sorte, somente eu estava acordada. Fechei a porta atrás de mim e caminhei em direção ao banheiro. Adentrei-o e tranquei a porta, mas antes de me despir me certifiquei que não havia ninguém me olhando ou se não possuía nenhum tipo de câmera no cômodo. Coloquei minhas roupas em cima da pia junto com a toalha. Despi-me e liguei o chuveiro, entrando debaixo dele. Assim que terminei meu banho, sequei-me na toalha e vesti as roupas que tinha escolhido, em seguida realizei minhas higienes matinais. Ao terminar tudo, peguei meu pijama e minha toalha e abri a porta, dando de cara com Kiara, uma das meninas que também morava no orfanato e que era um tanto venenosa, por isso que quase ninguém queria adotar ela. — Você vai assim mesmo para a escola? — Kiara indagou encarando-me de cima embaixo com um certo olhar de desprezo. — O que eu visto ou deixo de vestir não é da sua conta! — Murmurei fechando a porta atrás de mim e seguindo meu caminho de volta pro meu quarto. — PARECE QUE A NOSSA AMIGUINHA ACORDOU DE TPM! — Ela gritou, mas eu optei em ignora-la e continuar caminhando. Ela não valia meu tempo e muito menos a minha paciência. Durante o caminho ao quarto, percebi que quase todo mundo havia acordado e estava no corredor conversando. Era constrangedor e um tanto irritante ver todos me encarando como se eu fosse alguma espécie de monstro. Completamente distraída, não percebi que estava passando em frente a um grupo de meninas que se achavam as melhores, e isso foi o suficiente pra cair no chão com tudo arrancando risada das pessoas próximas. — Olha por onde anda... — Uma delas disse e as outras meninas começaram a rir. Inspirei fundo passando a mão em meus lábios percebendo que havia cortado. Encarei-as vendo que saíram de perto de mim. Seria errado desejar que ela caísse e se machucasse? Levantei-me seguindo meu caminho e na metade dele pude ouvir um grito de dor. Me virei tentando entender o que aconteceu, mas como não entendi e nem fiz questão de compreender, continuei meu caminho.                                                          A escola não era muito longe do orfanato então era possível eu ir andando tranquila, sentindo a brisa da manhã batendo contra meu corpo causando uma sensação boa. Parei em frente ao portão principal criando coragem pra aguentar mais um dia. Após alguns segundos, adentrei em meu inferno. No corredor ouvia risadas e palavras desagradáveis sobre mim fazendo-me abaixar minha cabeça e agradecer por essa vida maravilhosa que Deus havia me dado. Adentrei minha sala sentando-me em minha carteira. Olhei em volta e no mesmo instante meu olhar se fixou em um grupo de amigos rico. Agora eis a questão, se são ricos, porque não estão em uma escola privada? Será que a vida em uma escola pública era tão fácil!? Percebi que estava sendo encarada por um desses meninos, assim que ele viu que eu tinha o visto ele tentou disfarça. Ele era alto, sua pele branca como se evitasse sol o máximo possível, meio forte, cabelos negros entrando em contraste com sua pele, olhos pequenos e lábios rosados, seu sorriso gengival que fazia seus olhos se tornarem riscos ao rir ou sorrir. Ouvia a maioria das garotas falando que ele parecia um gato, e eu concordava, pois se fosse comparar ele realmente parecia um. Não era a primeira vez em que eu via ele me encarando, tanto ele quanto seus amigos, não entendia o motivo e nem planejava, pois ele e seu grupo de amigos eram os queridos da escola. Sabe aquele típico filme onde os meninos ricos eram idolatrados pelas as meninas, então, essa era a realidade na escola. Tinha um grupo de meninas que estavam quase ao mesmo nível que eles, onde não aceitavam qualquer garota chegar perto deles por mais de minutos, até mesmo encará-los. E o foco delas, eram garotas sonsas e sem atitude igual a mim. A diretora gosta delas, então por mais que tentássemos dizer a ela o que estava acontecendo conosco, ela simplesmente iria ignorar e fingir que nada aconteceu, por conta disso, a taxa de meninas eram baixas no colégio. Tinha, mas era apenas pessoas que uma condição aceitável a diretora e a todos no colégio. Por mais que eu sofresse, me mantinha firme, pois se eu saísse do colégio, seria expulsa do orfanato e não teria nenhum local pra ir. Era eu por eu mesmo na vida maravilhosa que eu tinha.   — Quem deixou você o encara daquela maneira? — Yurely indagou jogando-me no chão enquanto depositava um chute em minha barriga, fazendo-me gemer de dor. Tudo isso por que eu olhei por um milésimo de segundo pra um garoto que nem se importava com a existência dela. Optei em apenas fiquei calada, pois sabia que se eu falasse ou não alguma coisa eu iria apanhar. Ela suspirou agachando-se em minha frente segurando meu cabelo com força, erguendo minha cabeça para olhar ela. — Quantas vezes eu tenho que lhe dizer para não encarar eles tanto? — Ela disse e novamente eu não respondi, apenas olhei fixamente em seus olhos desejando que ela morresse pra que eu pudesse ter um pouco de paz naquele maldito colégio. Ela soltou meus cabelos de uma vez fazendo minha cabeça ir ao chão com tudo. No mesmo instante um barulho irritante se instalou em meus ouvidos enquanto ficava gradativamente tonta. Com dificuldade, levei minha mão ao local que bateu no chão e assim que voltei com ela percebi que estava com um pouco de sangue. Não pude falar absolutamente nada, pois ela e suas amigas começaram a me bater. Tudo aquilo por causa de um mero garoto, era algo inacreditavelmente i****a e sem sentindo. — Para... — Exclamei com um pouco de dificuldade tampando minha cabeça, vulgo local que mais era atingindo por elas. — PARA! — Gritei. Quando meus lábios se fecharam, pude ouvir algo se quebrando. Ergui minha cabeça com dificuldade percebendo que a janela em que estava embaixo havia se quebrado e os cacos de vidro, estavam flutuando no ar. E então de repente, eles voaram em direção e Yurely e suas amigas que gritaram. Aproveitando que elas se agacharam pra se defender, levantei-me do chão cambaleando e um tanto assustada. Assim que virei o corredor acabei esbarrando no vulgo ser que olhei rapidamente e apanhei por conta disso, conhecido também como Moon Yosef. O que elas viam nele? Além de seu dinheiro, é claro! Realizei uma reverência em sua direção e continuei meu caminho correndo. — KYLEE! — Escutei-o gritando por mim e eu tive que conter a vontade de me virar e encará-lo. Meu corpo queria responder ao seu chamado o que era completamente estranho pra mim. Corri até o banheiro e entrei em uma das cabines. Encarei as minhas mãos que tinha machucados da minha defesa e deixando-me completamente horrorizada, os cortes estavam sumindo lentamente. Rapidamente passei a mão em minha cabeça, no local que estava sangrando antes, e não estava sangrando mais. Não entendia tudo aquilo e eu tinha medo de entender e ter medo de mim mesmo. Comecei a respirar rapidamente enquanto meu peito batia rapidamente. Balancei minha cabeça de um lado ao outro espantando todo e qualquer tipo de pensamento ou ideia negativa, desejando apenas estar em meu quarto, debaixo de minhas cobertas. — O que está acontecendo comigo? — Indaguei para mim mesmo então a flutuar igual aos cacos de vidro. Abri a cabine saindo de dentro dela rapidamente, encarando o papel que me seguia. — Não chega perto. — Exclamei para o papel como se fosse responder, de repente ele caiu no chão em minha frente. — Isso é um pesadelo e eu irei acordar logo! — Passei as mãos em meus cabelos e me encarei no espelho, minha aparência estava horrível, mas nada se comparava ao medo que sentia.   Fiquei no banheiro até o último soar do sinal, que liberava todos os alunos. Era seis da tarde, de acordo com o meu relógio de pulso, e eu só desejava pegar minha mochila e ir o mais rápido possível pra casa. Esperei mais um pouco até que a maioria dos alunos fossem embora e rapidamente sai da cabine que estava. O banheiro estava completamente vazio igual ao corredor enquanto corria em direção a minha sala. Adentrei-a e peguei a minha mochila. Coloquei ela nas costas e assim que me virei preparada pra ir embora, dei-me de cara com o famoso riquinho Moon Yosef encostado no batedor da porta encarando-me fixamente. Ignorei-o por completo e tentei passar mesmo assim, contudo ele me impediu. — Poderia me deixar passar? — Indaguei, mas ele não respondeu. — Por favor... — Novamente não respondeu e eu soltei um alto e longo suspiro. — Tenho horário pra chegar, se passar dele, vou dormir do lado de fora! — Menti é feio, sabia?! — Ele finalmente se pronunciou e ainda escolheu as palavras erradas, pois aquilo me deixou um tanto irada. — Você não sabe o que eu passo pra dizer o que é verdade e o que é mentira! — Exclamei friamente o empurrando pra tentar ir embora, mas pela a segunda vez, ele me impediu. — Você está se s*******m comigo né? Afastei-me dele esperando a sua boa e nobre vontade de desocupar a saída e me deixar ir embora. Arqueei minha sobrancelha cruzando meus braços abaixo do seio e ele então, começou a caminhar em minha direção com uma certa malícia, no mesmo instante o medo tomou conta de mim enquanto lembranças ruins tomavam conta de minha cabeça. — Não chegue perto de mim! — Exclamei tentado parecer forte, mas era completamente perceptível que estava com medo. Uma risada soou de seus lábios e ele continuou se aproximando de mim. A cada passo que ele dava, eu recuava para trás e quando me dei conta estava encostada na parede e ele na minha frente. Esse maldito estava brincando comigo e nem entendia o exato motivo de tudo aquilo e qual era a graça de me deixar assustada. — Sai de perto de mim! — Exclamei em um tom um pouco alto colocando minha mão em seu peito vendo-o voar até a parede, batendo suas costas com tudo. Seus olhos me encararam e era visível que estava assustado, igual a mim. — M-Me desculpe! — Sai correndo da sala, deixando-o sozinho. Corri pelo os corredores até que finalmente sai do colégio. No pátio da entrada estava a Yurely e suas amigas, provavelmente me esperando pra eu obrigar a comprar algo pra elas. Passei correndo escutando apenas elas me gritarem e chamarem de nomes que não mereciam ser repetido de não escroto que eram. Corri até o orfanato, estava ofegante e cansada, mas minhas pernas não pararam e continuaram firmes. Quando finalmente cheguei não conseguia respirar muito bem, mas era até compreensível ao ver o tanto que tinha corrido. Adentrei o orfanato e corri ao meu quarto, que tranquei a porta assim que entrei. — Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus... — Repeti essas palavras várias e várias vezes, tentando raciocinar o que estava acontecendo comigo. Meu coração estava acelerado, minhas mãos estavam suadas e eu estava sem conseguir respirar adequadamente. Podia ser pelo o que tinha acabado de acontecer comigo, pela a corrida ou simplesmente, a junção de todas essas coisas. Os móveis do meu quarto começaram a se levitar, igual aos cacos de vidro e o papel higiênico no banheiro. Comecei a puxar o ar com mais força e minha visão começou a ficar turva. Aquilo tudo era um pesadelo e se fosse, eu desejava acordar imediatamente. Senti duas mãos em minha cintura, virei-me no mesmo instante encontrando o Moon Yosef me encarando um tanto preocupado. — Como você entrou aqui? — Indaguei mais assustada ainda e os móveis começaram a se balançar de um lado para o outro. Era como se eles reagissem e acordo com o que eu estava sentindo. — Longa história, é difícil explicar quando você não se lembra de nada e nem mim... — Respondeu-me soltando um suspiro baixo e triste. — Agora tente se acalmar! — Eu vou gritar! — Ameacei e ele sorriu passando as mãos em meu rosto delicadamente. Estranhamente, não quis afastar, mas sim quis mais contato de suas mãos. — Se acalme primeiro, se alguém entrar aqui e ver as coisas assim irão ligar para a polícia, depois mandariam você para um hospício algo similar a isso e separaria você de mim e dos meus cuidados... — Ele disse soltando outro suspiro parando de acariciar meu rosto. — E os homens de preto iriam te achar e te matar. — Mas... — Comecei a falar sem entender o que estava acontecendo. Era coisa de mais acontecendo em um único dia. — Mesmo que minha proteção seja r**m, eu quero tentar meu melhor para proteger você! — Ele concluiu olhando fixamente em meus olhos. Lentamente minha respiração foi melhorando, meu coração desacelerado e eu não estava com tanto medo. Os móveis estavam voltando para seus lugares ao solo enquanto o Moon Yosef acariciava meu rosto suavemente olhando em volta e vendo que tudo estava normal. Com a tranquilidade, veio minha visão ficando turva e meu corpo ficando mais mole. Quando me dei conta, não consegui me manter em pé ou com os olhos abertos. [Moon Yosef] Peguei a Kylee no colo assim que desmaiou colocando-a deitada em sua cama. Sentei-me ao seu lado e passei a mão em frente ao seu nariz conferindo se ela estava realmente respirando. Ela não devia ter usado tanto seus poderes sem ao menos como saber controlá-los corretamente. Analisei todo o seu corpo, fixando meu olhar em suas mãos, que estavam fechadas em punho, como se estivesse preparada pra dar um murro em alguém e eu sentia que esse alguém era eu. Abri o seu punho lentamente percebendo que havia marca de unhas em sua palma. Levantei-me preparado pra ir embora, e foi nesse momento em que senti meus pés saindo do chão. Encarei-a no mesmo instante percebendo que ela ainda estava dormindo. Soltei uma risada anasalada e lentamente meu corpo foi posto no lugar vazio ao lado dela. Contemplei-a se mexer um pouco, se aproximando de mim e deitando-se em meu peito, deixando-me um pouco desconfortável, pois aquela era a minha primeira vez deitado com uma menina daquela maneira. Sua mão foi posta em minha barriga e uma de suas pernas entrelaçaram na minha. Ela dormia profundamente. Ela não vai sair de cima de mim não? Acho que não! Passei uma das minhas mãos por debaixo da sua cabeça e a outra em sua cintura aproximando-a mais de mim. Fechei meus olhos soltando um logo suspiro, adormecendo depois de longos minutos tentando e tentando.  [Mina Kylee] Acordei sentindo uma forte dor de cabeça, abri meus olhos lentamente passando as mãos em meus olhos afim de me acostumar com a luz acesa. Olhei pro lado encontrando o Moon Yosef dormindo calmamente. Sentei-me na cama rapidamente assustada com aquela cena, mesmo vendo ele dormindo tão serenamente. Aos poucos veio em minha mente as cenas que aconteceram antes de eu desmaiar. Encarei-o me perguntando o que ele estava fazendo em meu quarto e como ele tinha entrado no orfanato e em meu quarto. Era milhares perguntas, mas sentia que nenhuma seria respondida. — O que você tanto olha? — Ele indagou ainda de olhos fechados assustando-me. Engoli o seco e desviei o olhar dele rapidamente. — Nada... — Respondi-o contendo a minha vontade de fazer as milhares perguntas que tinha sobre o que estava acontecendo. — Sua cabeça vai parar de doer daqui uns minutos. — Ele disse e eu apenas arqueei minha sobrancelha, pois em momento algum mencionei em voz alta que estava com dor de cabeça. — Como... — Não consegui terminar a frase, pois parei ela pra observar ele sentando-se na cama enquanto esfregava os olhos e se espreguiçava em seguida. — Eu já passei por isso! — Ele disse encarando-me fixamente fazendo-me debochar. — Muitas vezes! — Minha boca se abriu, mas nada saiu dela, deixando um clima bem estranho entre nós dois. — Você não sabe mesmo que eu sou né? — Indagou enquanto sua expressão se tornava triste. Pisquei várias vezes e neguei enquanto ele sorria triste. — Você é o Moon Yosef, o menino rico do colégio a qual as garotas são loucas pra namorar! — Respondi-o e ele apenas riu anasalado. — Estudamos na mesma sala a vários anos e você vive me encarando desde que chegou no colégio! — Parece que sua memória ainda não voltou! — Ele disse levantando-se da cama me deixando um tanto confusa, afinal ninguém sabia que eu tinha perdido uma grande parte de minha memória. — Eu sabia que não iria conseguir salvar você inteira, pelo menos você está viva, isso que importa!  De repente, minha visão começou a ficar desfocada enquanto encarava ele andando de um lado para o outro. Pisquei algumas vezes, mas isso piorou ainda mais Minhas pálpebras ficaram pesadas, tão pesadas que não consegui manter meus olhos abertos e fechei-os. Demorou alguns segundos e o peso sumiu, possibilitando que eu os abrisse. Assim que eu os abri e olhei em volta, entrei em choque, pois não estava em meu dormitório, mas sim em alguma praça, cidade em que nasci e cresci até os cinco anos. — Vai devagar! — Uma voz de criança soou atrás de mim, fazendo-me virar no mesmo instante. Assim que me virei, encontrei eu e o Moon Yosef correndo. Eles passaram por dentro de mim como seu eu fosse invisível ou algo similar. Em vez de ficar no local onde estava, segui ambos que pararam perto de um escorregador e se sentaram um de frente ao outro. — Me pergunto como você corre tão rápido assim! — Moon Yosef disse e eu sorri vitoriosa com aquela fala dele. — Você só dorme por isso que é devagar! — Eu disse arrumando meus cabelos que tinham bagunçado. — Por que você me trouxe aqui? — Ele indagou olhando em volta analisando todo o local. — Para fazer uma promessa! — Sorri e estiquei o dedo mindinho em sua direção. — Promete que não importa o que aconteça nunca irá esquecer de mim? — Que besteira Kylee! — Moon Yosef disse e eu dei um soco no ombro dele. — Prometo, mesmo sabendo que isso não irá acontecer. — Ele passou seu dedo mindinho no meu. — E você também promete não se esquecer de mim?  — Prometo! — Triscamos no dedão selando a nossa promessa enquanto sorríamos um ao outro. " KYLEE, KYLEE, KYLEE... ACORDA" Uma voz soou no fundo, olhei em volta, mas não havia ninguém. Voltei a encarar eu e o Moon Yosef quando crianças percebendo que o cenário havia mudado para um lugar onde só havia uma árvore em um campo verde e um pôr-do-sol que deixava tudo mais calmo. Fixei meu olhar nas crianças e dei um passo pra trás ao ver que elas me encaravam como se eu não fosse mais invisível. Elas se levantaram ficando uma do lado da outra, com o olhar ainda fixo em mim. — Não acredito que você quebrou sua promessa! — Moon Yosef disse e eu engoli o seco dando um paço pra trás. — Depois de tanto esforço que ele fez para lhe achar e tentar te proteger! — Meu eu criança balançou a cabeça negativamente enquanto eu engolia o seco. — Como você pode se esquecer dele! — Em minha frente apareceu imagens do Moon Yosef me observando escondido, seus olhares sobre mim enquanto estava assistindo a aula, as flores que sempre aparecia em cima da minha mesa depois da aula de educação física, ele brigando com a Yurely e suas amigas, e também com os meninos que mim zoava. Coloquei minha mão na boca chocada com tudo aquilo. Todo o tempo, meu melhor amigo esteve ao meu lado e eu nem me lembrava dele. Não foi fácil pra ele, deve que foi extremamente doloroso ver que sua melhor amiga não se lembrava mais dele. Como mágica minhas lembranças com ele voltavam juntamente com o carinho e amor que sentia por ele. — A gente tentou te avisar, mas você nos ignorou todo esse tempo! — Yosef disse sumindo do nada e aparecendo ao meu lado. — Agora vá e cumpra sua promessa! — Meu eu criança disse caminhando em minha direção e parando ao lado oposto do Yosef. — Qualquer coisa a gente te chama novamente! — Apontou para um portal que apareceu em minha frente. — Mas não recuse nosso chamado, apenas relaxe! — Senti um empurrão atrás de mim e eu fui para frente entrando no portal. Puxei o ar com força como se estivesse se recuperado depois de um afogamento. Abri meus olhos no mesmo instante, encontrando o Yosef em cima de mim com os olhos cheios de lágrimas. — V-Você estava bem, mas do nada você se deitou na cama e não estava respirando! — Uma lágrima caiu em meu rosto enquanto sua voz soava assustada e chorosa. — Fiquei com tanto medo de te perder pela a segunda vez! Ele saiu de cima de mim sentando-se ao meu lado com as mãos no rosto. Delicadamente retirei as mãos de seu rosto e abracei-o fortemente. Finalmente eu me lembrava dele e mais nada iria me separar dele, não depois de todo esse tempo em que estávamos separados.        

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