Yosef retribuiu o abraço na mesma hora. Coloquei minha cabeça na curvatura do seu pescoço soltando um longo suspiro aliviada, pois eu pensava que estava sozinha, mas na realidade eu tinha alguém ao meu lado me ajudando e me protegendo escondido.
— Por que não me disse deste o início que era você? — Indaguei ainda abraçada nele. — Eu perdi todas as minhas memórias depois do acontecimento, tinha alguns flashbacks, mas nada tão claro pra eu assimilar uma coisa na outra. — Meus olhos marejaram enquanto me afastava delicadamente dele. — Eu pensava que estava realmente sozinha e que não tinha ninguém... Pensei assim por anos e anos. Estava perdendo as esperanças e desistindo de minha vida!
— Me desculpe, eu realmente sinto muito. — Yosef disse segurando o meu rosto entre suas mãos. — Estava ficando... — Desviou seu olhar dos meus brevemente.
— Você estava ficando? — Indaguei segurando seu queixo fazendo com que seu olhar voltasse pra mim.
— Estava ficando mais forte para poder lhe proteger. — Soltou um suspiro baixo enquanto umedecia os lábios. — Eu queria muito ter te protegido quando aquilo aconteceu com seus pais, queria ter ficado ao seu lado em cada momento, queria ter dado o apoio que merecia naquela época, mas não consegui e sumi por anos sendo, obrigado pelo meus pais, porém eu voltei e estou determinado a te proteger e dar todo o amor que é seu por direito! — Sorri de lado e ele abaixou a cabeça. — Eu o nutri por anos, nenhuma outra garota foi capaz de me fazer os sentimentos e sensações que tenho quando vejo você ou quando te toco!
— Você não mudou absolutamente nada! — Exclamei puxando-o novamente a um abraço. — Posso ficar assim por alguns minutos? Senti falta do contato das pessoas que gosto!
— Claro que pode! — Ele disse retribuindo o abraço e inclinando o corpo ao lado, fazendo com que nós caíssemos deitado na cama. — Nem precisa pedir pra ter isso! — Murmurou colocando o seu rosto na curvatura de meu pescoço.
— Isso tudo é uma loucura, sinto como se estivesse sonhando, mas não sei se é um sonho bom ou r**m. — Murmurei e ele se afastou lentamente de mim, fixando seu olhar em meus olhos. — O que são esses homens de preto que mencionou? E porque eles estão atrás de mim? — Me lembrava de algumas coisas, mas ao meu ver, ainda estava faltando algo.
— São as pessoas que mataram seus pais... E o motivo, é que você é mais especial do que imagina! — Respondeu-me e eu fiquei em silêncio e concentrada pra ouvir toda a sua explicação. — Anos atrás havia clãs de pessoas com poderes dos mais variados tipos, e tanto você quanto eu, fazíamos parte de um. Eles eram divididos de acordo com uma classificação que era a soma de todo o poder da família, recursos e feitos no mundo. Você era do Clã Mina, vulgo clã que estava no topo dessa classificação, e eu faço parte do Clã Moon que está em segunda classificação. — Com a sua fala, começava a me lembrar brevemente de ter ouvido, em algum momento de minha vida, meus pais me explicando exatamente o que ele disse. — Passamos anos entre os humanos, até que descobriram e criaram uma pessoa, que ainda é desconhecida, criou um grupo de pessoa que tem o objetivo de matar todos nós, afim de limpar o mundo de pessoas estranhas.
— As pessoas ao verem algo ou alguém diferente, tem o estranho desejo de mata-las. — Exclamei e ele concordou soltando um suspiro. — Então quer dizer que somos os únicos com poderes ainda vivo? — Negou mostrando que não sabia. — Qual é o meu poder?
— Isso é algo desconhecido pra mim! — Ele disse e eu concordei mostrando que havia entendido. — Seus pais eram feiticeiros extremamente fortes e talentosos, pode ser que você tenha herdado o dom, porém ainda está adormecido por ter perdido suas memórias.
— E o seu? Qual é o seu poder? — Indaguei e ele soltou uma risada enquanto eu me lembrava dele aparecendo em meu quarto de repente. — Teletransporte? — Concordou e eu fiquei animada.
— Teletransporte e uma habilidade grande em lutas. — Concluiu e eu me sentei na cama. — Com o passar desses anos, estudei muito, muito mesmo e adquirir a habilidade de voltar no tempo. — Arregalei os olhos.
— Não acredito! — Estava surpresa e bem mais animada que antes. Observei-o sentar na cama e me encarar de uma maneira bem dócil. — Então quer dizer que eu posso ver meus pais? — Indaguei e ele concordou. — Você pode me levar até eles?
— Você tem certeza disso? — Indagou arqueando a sua sobrancelha e eu concordei, pois aquela era uma chance de me lembrar de coisas que tinha esquecido.
Yosef se levantou puxando-me junto entrelaçando nossas mãos. Observei-o esticar a mão em sua frente enquanto fechava os olhos, em frente a sua mão aberta, apareceu uma linha do tempo e eu arregalei os olhos, pois aquilo era uma loucura. Sua mão pairou no ano em que estávamos e suavemente, deslizou até um ano. Tudo ao nosso redor ficou escuro fazendo com que eu pressionasse minha mão contra a dele, arrancando uma risada anasalada do mesmo.
Lentamente tudo ficou claro, pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade e olhei em volta percebendo que estávamos em frente a nossa casa. Meu coração começou a bater mais rápido enquanto nostalgia tomava conta de mim juntamente com diversas memórias de mim com o Yosef, com seus pais e os meus pais. Seus rostos estavam claros agora, finalmente depois de anos, eu me lembrava do rosto de meus pais. Lembrava de todo os risos, todos os toques e todas as carícias que eles me davam.
Olhei em volta novamente e logo atrás de mim, encontrei eu e o Yosef brincando na calçada enquanto nossos pais estavam ao nosso lado. Aproximei-me deles, percebendo que seus rostos estavam desfocados e aquilo fez com que meus olhos marejassem.
— Isso que acontece quando alguém morre! — Ele disse se aproximando dos seus pais que estavam com o rosto da mesma maneira que o do meus pais. — Não dá para ver os rostos deles. — Tentou colocar as mãos no rosto deles, mas sua mão passou por dentro.
— Eu... Eu sinto muito! — Comecei a chorar e o mesmo se aproximou de mim me abraçando de lado. — Não queria te fazer lembrar de algo doloroso, eu desejava apenas lembrar dos rostos dos meus pais!
— Meus pais morreram um mês depois dos seus! — Ele disse com sua voz de choro. — Eles me mandaram fugir para o mais longe possível, eu não queria, mas eles disseram que eu era a única pessoa do Clã, a única esperança de restaurar ele. A última coisa que eles disseram antes de mim fugi foi “eu te amo”. Quando voltei para ver se eles ainda estavam vivos, a casa estava pegando fogo r em frente a escadaria da porta tinha um bilhete "Não importa onde esteja ou o que escolher, sempre iremos estar com você para lhe proteger". — Não consegui falar nada, pois antes que eu tentasse, ele se afastou de mim e adentrou a sua casa que era ao lado da nossa. Aproximei-me dos meus pais que estavam de frente um para o outro.
— Amo vocês! — Exclamei tentando parar de chorar. — Desculpa ter esquecido de vocês e tudo que fizeram por mim. Agradeço a Deus por ter me dado pais maravilhosos igual vocês!
— Yosef... — A voz de meu eu criança soou e no mesmo instante tomou minha atenção. — Você já beijou alguém?
— I-Isso é pergunta de se fazer Kylee? — Yosef indagou um tanto constrangido com a minha pergunta enquanto eu me mantinha tranquilamente.
— Sim ou não? — Insistir na pergunta aproximando-me mais dele vendo seu rosto ficar meio corado.
— Não! — Respondeu-me baixo desviando o olhar de mim fazendo com que um sorriso surgisse em meus lábios.
— Quer tentar? — Indaguei e ele me encarou com os olhos arregalados olhando pro nossos pais que se afastava de nós.
— C-Como?! — Gaguejou e ficou olhando pra mim e em seguida ao chão. — E-Eu quero!
Eu sorri para ele e me inclinei mais em sua direção. Aproximei nossos rostos e em seguida fechamos os olhos, timidamente depositei um selar rápido em seus lábios. Afastei-me dele corando e levando a mão em direção aos meus lábios.
— Gostei! — Ele disse realizando o mesmo gesto que eu. — Quando namoramos um dia, quero outro, igual aos do filme!
— E quem disse que vamos namorar? — Indaguei toda abusada e ele sorriu largamente se aproximando de mim e depositando outro selar em meus lábios.
— Por que o Moon Yosef gosta muito da Mina Kylee, igual ela gosta de mim! — Corei e fiquei completamente sem atitude enquanto ele ria da minha atitude.
— Meu primeiro beijo foi com o Yosef. Eu realmente não esperava isso! — Murmurei pra mim mesmo sorrindo enquanto todas as memórias que eu tive com o ele aparecia em minha mente, da época em que erámos crianças e com isso, veio o sentimento que nutria quando criança.
De repente, tudo ficou escuro novamente, só que dessa vez eu estava sozinha. Fechei os olhos e quando tudo ficou claro eu os abri, encontrei o Yoongi em minha frente.
— Desculpa, eu só não queria ficar mais lá! — Ele disse em um tom baixo e eu concordei, pois com certeza pra ele, ainda era doloroso voltar ao tempo e ver que não tem mais os pais ao lado. Teria me sentindo assim, se eu lembrasse deles desde pequena.
— Sabe... — Murmurei aproximando-me mais dele enquanto um sorriso confuso surgia em seus lábios.
Antes que eu me aproximasse dele, o mesmo sumiu e apareceu atrás de mim, virei-me e novamente ele se sumiu aparecendo atrás de mim. Fiquei novamente de frente para ele e o mesmo me empurrou delicadamente para a parede.
— Para de fazer isso, é irritante! — Resmunguei e ele riu fazendo-me revirar os olhos e ficar com um pouco mais de raiva.
— Prossiga com sua fala anterior! — Ele disse e eu inspirei fundo pra não descontar a minha raiva no mesmo.
— Eu me lembrei de uma coisa! — Murmurei e ele arqueou a sua sobrancelha em minha direção um tanto confuso. — Lembrei disso aqui! — Segurei sua nuca puxando seu rosto para mais próximo do meu, pressionando seus lábios contra os meus em um selar rápido.
Afastei nossos rostos sorrindo enquanto ele tinha seus olhos arregalados em choque pela a minha atitude. Yosef piscou algumas vezes e sorriu de lado segurando meu rosto entre suas mãos e aproximando nosso rosto, depositando outro selar em meus lábios que logo se transformou em um beijo suave.
Ele iniciou um beijo calmo, suas mãos começaram a acariciar meus cabelos e aos poucos descendo pela lateral do meu corpo parando em minha cintura me puxando para mais perto dele fazendo tudo ao meu redor parar. Entrelacei minhas mãos em seus cabelos puxando alguns fios, e acariciando levemente. Yosef pediu passagem para língua que ao mesmo tempo foi concedida por mim. Quando nossas línguas se tocaram, senti-o arfar contra meus lábios apertando minha cintura, me arrepiando e sorri entre o beijo.
Já fazia um bom tempo que estávamos nós beijando, e o ar já estava começando a fazer falta. Mordi seus lábios inferior separando nossos lábios, ele encostou sua testa na minha, olhado no fundo dos meus olhos. Percebi que ele estava ofegante igual a mim.
— Foi ótimo! — Suas mãos vieram parando em meu rosto e então lentamente seu polegar acariciou meus lábios, fazendo com que eu, inconscientemente, abrisse-os. — Melhor do nosso primeiro beijo quando éramos criança. — Corei levemente fazendo-o rir.
[Moon Yosef]
Depois que fui embora do orfanato em que Kylee morava, passei a maior parte da noite, da manhã e do tempo na escola questionando e tentando encontrar uma boa resposta para ela estar naquele local até os dias atuais. Ela era filha única do Clã Mina, vulgo Clã que era conhecido por ser o mais forte e os mais ricos existentes na face da terra. Ela tinha dinheiro pra dá e vender, se desejasse. Uma herança que nem se compara com a minha junta com as ações da minha empresa.
— Está pensando em que? — Ouvi a voz do Dangelo seguida de um estralo em minha frente tirando-me dos meus devaneios.
— Deve que está pensando na Kylee e no motivo dela ter faltado. — Gael disse rindo em seguida. E ainda tinha esse fato dela ter faltado hoje, sendo que eu a deixei perfeitamente bem.
— Droga! — Resmunguei um tanto alto relaxando na cadeira fixando meu olhar no teto.
— Vai lá ver ela logo Yosef! — Jase disse se sentando na mesa ao meu lado. — Fica aí resmungando e olhando para as coisas fixamente.
— Quem não te conhecesse pensaria que você é doido. — Ravi murmurou em um tom divertido fazendo-me soltar uma risada baixa.
— Se a gente sair agora seremos expulsos, esqueceram? Principalmente eu! — Retruquei lembrando-me perfeitamente das falas do diretor quando pegou nós fugindo pela a segunda vez em uma semana.
— Se vocês fugirem mais uma vez da escola, vocês serão expulsos. — Eu e os meninos repetimos a broca que ele nos deu, rindo em seguida.
— Ele é muito chato, a gente nem foge assim! — Dangelo disse mordendo o canto dos lábios para conter o riso.
— Só todos os dias. — Ravi começou a rir e ambos se encararam sorrindo maliciosamente.
— Sabia que vocês têm uma tensão s****l grande? — Indaguei sorrindo de canto para ambos. Eles se encararam novamente e logo fizeram careta arrancado uma risada de todo mundo até deles mesmos.
Senti meu celular vibrando em meu bolso, peguei ele vendo que era uma mensagem do meu advogado.
— Vou atender. — Exclamei saindo da sala encostando em um armário atendendo a ligação dele. — Conseguiu o mandato de busca para entrar no orfanato? — Indaguei ansioso pela resposta do mesmo.
— Consegui, foi mais fácil do que eu pensava. — Ouvi uma risada lerda dele e logo entendi como ele tinha conseguido tão rápido.
— Subordinou quem? Espera... Melhor, seduziu qual policial? — Soltei uma risada só de imaginar.
— Que isso Yosef, eu nem faço isso. — Ele disse como se estivesse magoado. — Seduzi uma policial! — Confessou começando a rir.
— Você não presta mesmo Caleb. — Balancei minha cabeça negativamente sorrindo.
— Aprendi com você! — Ele disse e eu sorri de maneira anasalada. De fato, ele aprendeu agir daquela maneira comigo mesmo.
— Eu nem faço isso! — Resmunguei baixo ouvindo uma risada irônica do mesmo.
— Não mais! — Maneei minha cabeça de um lado ao outro. — Quer que eu passe aí para convencer o diretor a deixar você sair e depois ir ao orfanato?
— Se você não estiver fazendo nada, eu aceito! — Concordei rapidamente só de imaginar eu fora daquele colégio.
— Ótimo, estou aqui na entrada! — Ele disse e eu fiquei surpreso com a sua praticidade.
— Como sabia que eu iria querer ir? — Indaguei arqueando minha sobrancelha segurando o riso.
— Porque você odeia escola e a garota que você gosta está envolvida em problemas. — Respondeu-me e em seguida desligou na minha cara a ligação.
Guardei meu celular no bolso voltando para a sala, guardei meus materiais e em questão de minutos, o Caleb estava na porta da minha sala chamando por mim. Despedi-me dos meninos e sai da sala com ele, em seguida do colégio, tendo finalmente ar puro.
— Posso ir dirigindo? — Indaguei esticando a mão tentando pegar a chave das suas mãos, mas ele desviou no mesmo instante.
— Agora, como estou sendo seu advogado é obvio... — Ele fez uma pausa olhando para mim. — Que não, agora entra no carro. — Resmunguei entrando no carro vendo-o entrar no banco do motorista. Joguei minha mochila no banco de trás e logo ele deu partida.
Caleb parou o carro em frente ao orfanato. Olhei em um canto vendo umas crianças brincando enquanto uma mulher os observava. Desci do carro e logo ele parou ao meu lado e nós abrimos o portão, entrando no pátio sendo parados por uma mulher loira, baixa e gorda.
— Posso ajudá-los? — Ela indagou em um dócil e amigável olhando para mim e em seguida meu advogado.
— Desejamos falar com a diretora do orfanato. — Exclamei ansioso para saber mais da Kylee e o que ela aguentava naquele local.
— Siga-me por favor. — Ela disse no mesmo tom de antes, começando a andar. Adentramos o orfanato logo atrás dela. Por fora era meio estranho, meio abandonado sua aparência, mas por dentro, era claro, limpo e bem harmonioso de ficar.
— Onde é o dormitório de Mina Kylee? — Indaguei olhando ao redor curioso, afinal havia me materializado para o interior do seu quarto então não vi o lado de fora.
— Ela não pode receber visitar agora... — Paramos em frente a uma porta. Ela bateu suavemente três vezes. — Você tem visitas! — A diretora confirmou que podíamos entrar.
Agradecemos a mulher loira e adentramos a sala da diretora. Ela estava sentando em uma cadeira, quando nos viu, ela se levantou sorrindo largamente para nós.
— É um pouco raro ver um casal... Gay vim adotar uma criança! — Ela disse e eu revirando os olhos e o Caleb sorriu cinicamente arrumando seus óculos. Ambos completamente incrédulos por ela ser tão indelicada com tal assunto.
— Não somos gay e não viemos adotar uma criança. — Ele exclamou seriamente. Observei-o atentamente, quando se encontrava em trabalho, magicamente ele se transformava em uma pessoa completamente assustadora. — Ele é o meu cliente e nós temos um mandato de busca e apreensão para olhar os documentos da órfã adolescente Mina Kylee. — Quando ele disse a diretora sorriu fraco, olhando de um lado para o outro.
— Desejo vê-la também. — Exclamei e ela me olhou desconfiada. Franzindo o cenho, fazendo com aparecesse várias linhas de expressões.
— Você é o que dela? — Indagou de maneira completamente ousada, olhando pra mim de cima embaixo.
— Sou o namorado dela. Na verdade, quase noivo! — Ela se recusou com a ideia, mas logo me entregou a chave do quarto dela, deixando-me incrédulo por ela estar trancada em seu quarto. Encarei o Caleb que logo entendeu a situação em que a gente se encontrava.
— Adoraríamos que a senhora fosse junto. — Ele exclamou e ela engoliu o seco. — Já que não sabemos onde é o quarto dela e a senhora conhece cada canto desse lugar. — Percebi que ela suava e muito e acho que Caleb também percebeu.
Ela concordou e nós acompanhou até o quarto. Rapidamente destranquei a porta, encontrando a Kylee no chão desmaiada com um pouco de sangue saindo de seu nariz e boca. Corri até ela com o coração batendo rapidamente.
— Kylee, Kylee... Acorda! — Coloquei sua cabeça em minhas pernas e lentamente, ela abriu seus olhos e sorriu ao me ver.
— Y-Yosef. — Ela disse engolindo o seco como se estivesse com sede ou algo similar.
— Chama a polícia. — Virei meu olhar ao Caleb e ele concordou pegando seu celular digitando o número da polícia saindo de perto da porta do quarto segurando o pulso da diretora para não fugir.
— Es-Estou com sede. — Ela disse respirando fundo umedecendo os lábios. — E com fo-fome!
— Você não comeu ontem a noite não? — Indaguei horrorizado. Isso com certeza era somente uma parte do quanto ela sofria naquele local, tudo isso porque demorei a melhorar, demorei a ficar forte.
— Eu... — Ela começou a me responder, mas parou e começou a tossir fortemente.
— Não fale mais nada. — Acariciei seu rosto suavemente. — Vai ficar tudo bem a partir de hoje! — Meu coração doía, mas felizmente eu tinha conseguido chegar antes que fosse tarde demais.
Em questão de minutos, pude ouvir o barulho da sirene da polícia em frente ao orfanato junto com a de uma ambulância. Apareceu dois homens na porta segurando uma maleta. Ambos enfermeiros. Coloquei a cabeça da Kylee no chão com cuidado afastando-me dela, deixando-a sobe os cuidados deles.
Sai do quarto em passos rápido indo ao escritório da diretora que estava sendo interrogada pelos policiais.
— Como você pode fazer isso com ela? — Aumentei meu tom de voz encarando-a. Todos me olharam surpresos, até mesmo meu advogado, Caleb, já que o mesmo não me via tão alterado assim.
— Se acalme por favor senhor! — Um policial pediu para mim e eu soltei um suspiro mordendo os lábios tentando conter a raiva que aumentava a cada segundo.
— Cadê o papel da herança dela? — Indaguei e ela arregalou os olhos. — Ela devia ter recebido ou ter pelo menos consciência de que ela tinha uma herança quando completou dez anos de idade.
— Isso é verdade senhora? — Um policial arqueou a sobrancelha e ela concordou. — Desejamos ver os documentos dela! — Ela mostrou uma gaveta. — Qual o nome dela?
— Mina Kylee. — Exclamei eles concordaram indo até a gaveta mexendo nela, até que tirou uma pasta de lá, abrindo-a foleando até que tirou um papel.
— Achei o documento da herança, só falta a assinatura dela para confirmar. — Ele disse olhando a folha atentamente. Encarou a diretora com um certo desprezo.
— Posso levar para ela assinar? — Indaguei e eles concordaram entregando-me a folha.