Apareci na porta de seu quarto encontrando-a sentada em sua cama enquanto estava sendo atendida pelo os enfermeiros com um cuidado extremo.
— Está tudo bem com ela? — Indaguei adentrando o quarto e chamando a atenção deles para mim.
— Sim, iremos levá-la ao hospital. — Um deles disse e os dois saíram deixando nós dois sozinho.
— Yosef! — Ela disse sorrindo largamente enquanto eu me sentava ao seu lado. — Não devia estar na escola?
— Por que você não comeu e nem bebeu nada? — Ignorei sua pergunta, afinal ela era mais importante do que a escola, naquele momento.
— A resposta da minha pergunta primeiro. — Ela disse rapidamente e eu umedeci os lábios sorrindo.
— Meu advogado pediu ao diretor para eu pudesse sair. — Exclamei rapidamente, da mesma maneira que ela. — Sua resposta agora!
— Ontem de manhã eu já não tinha comido nada e a tarde aconteceu aquelas coisas... — Ela fez uma breve pausa. — E quando você foi embora eu fui comer, mas a diretora não deixou porque uma menina que caiu mais cedo e quebrou o nariz e colocou a culpa em mim, então meu castigo foi ficar sem comer e beber nada. Quando fui me defender eu sem querer xinguei e ela pegou o cinto e começou a me bater. — Franzi rapidamente meu cenho, contendo a vontade de a abraçar fortemente e chorar pedindo desculpas.
— Quando a gente sair daqui eu compro vários sanduíches para você. — Acariciei seu rosto delicadamente, vendo-a fechar os olhos com a minha carícia. — Assine aqui e você poderá sair daqui pra viver uma vida boa e feliz. — Entreguei a ela o papel e uma caneta.
— O que é isso? — Ela pegou o papel e a caneta encarando-me rapidamente, mas logo desviando seu olhar para o papel.
— Sua herança! — Exclamei e ela arregalou os olhos me olhando, incrédula com o que tinha acabado de ouvir. — Sim, você tem herança. — Ri baixo. — Você é filha única do Clã mais forte e rico, como não iria ter uma herança? — Deu os ombros mostrando que não sabia como me responder. Assinou rapidamente o papel da herança.
— Então você é a famosa Mina Kylee? — Caleb entrou no quarto com um sorriso lerdo, fiz um gesto com a cabeça para ele não falar nada, mas ele ignorou. — Yosef falava muito sobre você pra mim, até mesmo pros seus amigos. Chegava até ser chato às vezes, mas era bom ver ele com um sorriso bobo nos lábios. — Corei.
— Sério? — Ela perguntou e o Caleb concordou adorando ver que eu estava com vergonha. Seu olhar virou para mim e ela sorriu de leve.
— Já assinou? — Caleb apontou para o papel em suas mãos e ela concordou entregando para o mesmo. — Só faltava isso para arrumar essa confusão toda! — Ele saiu do quarto.
— Então você fala muito sobre mim. — Ela lançou um sorriso lerdo para mim assim que ele saiu.
— Logico, você é meu primeiro amor. — Sussurrei somente para mim, mas falhou, pois ela soltou uma risada gostosa.
— Você também é o meu primeiro amor, então não precisa sussurrar. — Ela disse e eu corei no mesmo instante por ela ter ouvido.
Ela se inclinou mais para frente me abraçando, retribui na hora seu abraço. Afastei ela gentilmente vendo que ela estava mais pálida que o normal.
Os enfermeiros chegaram e a colocaram na maca levando-a para a ambulância, perguntei o nome do hospital eles disseram e o carro deu partida sair de perto do orfanato. Adentrei novamente o lugar, indo ao escritório novamente.
— Você é o que dela? — Um policial indagou assim que me viu retornando o escritório.
— Namorado! — Me sentei em uma das cadeiras massageando as têmporas. — Ela pode morar comigo? Depois disso tudo não tem mais ninguém para ela ficar.
— Ela não tem avós, tios, primos? — Questionou surpreso e eu neguei. — Ninguém mesmo? — Estava completamente surpreso e ficou ainda mais quando neguei novamente. — Isso é complicado! — Ele disse soltando um suspiro.
— Cadê a diretora? — Indaguei não a vendo na sala, mas vários policiais mexiam nas coisas dela atentamente.
— Ela foi presa por violência doméstica e maus tratos! — Ele me respondeu e eu concordei, contendo o sorriso por ela ter se dado m*l.
Já era a noite mais ou menos e nós estávamos tentando resolver o assusto dela morar comigo, acabou que o caso dela vai ser lançado para a justiça e por enquanto ela irá morar comigo. Aí a justiça esquece o caso dela e ela vive comigo tranquilo, bem, eu esperava que acontecesse algo assim.
— Me leva ao hospital? — Indaguei me jogando no banco do carro sentindo pontadas em minha cabeça.
— Claro, onde ela está? — Caleb indagou e eu disse o nome do hospital. Ele deu partida no carro e o colocou em movimento ao hospital.
Depois de um bom tempo dentro daquele carro, ele parou em frente ao hospital.
— Obrigado, você me ajudou muito hoje! — Tirei o cinto encarando-o fixamente. — Te devendo uma. — Ergui meu punho fechado e ele bateu sorrindo.
— E pra isso que os advogados servem! — Ele sorriu piscando. Desci do carro adentrando o estabelecimento parando na recepção sendo atendido por uma mulher um pouco idosa.
— Desejo ver a paciente Mina Kylee! — Exclamei e ela me encarou fixamente por alguns segundos.
— Você é o que dela? — Ela indagou olhando o número do quarto e andar na tela do monitor.
— Namorado! — Respondi-a e ela concordou ainda encarando a tela do monitor.
— Quarto cinco no andar três! — Fiz uma reverência em agradecimento, indo até o elevador pegando-o.
Parei em frente a porta girando a maçante devagar, vendo a Kylee de braços cruzados e um bico enorme fazendo birra, mostrando que alguns hábitos nunca mudam mesmo com vários anos.
— Motivo da pirraça? — Chamei sua atenção para mim.
— Não gosto de hospitais, quero ir embora! — Resmungou fazendo uma careta.
— Amanhã de manhã você já vai receber alta! — Puxei a poltrona para mais perto dela, sentando-me. Não tinha tanta certeza, mas esperava que meu palpite estivesse certo.
— Você está bem? — Ela indagou se inclinando mais para frente triscando meu rosto delicadamente.
— Só estou cansado. — Peguei sua mão depositando um selar demorado na mesma.
— Obrigada! — Sorriu mostrando sua covinha no lado esquerdo do rosto, deixando-a mais fofa do que era.
— Pelo o que mesmo? — Arqueei a sobrancelha para ela confuso com o seu agradecimento.
— Por não ter me abandonado quando eu não me lembrava de você! — Seu sorriso aumentou. — Espero que você possa fazer todas as minhas lembranças esquecidas minhas retornarem!
— Será um prazer fazer isso acontecer. — Sorri para ela que me puxou como se quisesse que eu levantasse.
— Deita aqui comigo! — Olhou para mim ativando seu modo pidão. Engoli o seco no mesmo instante, desviando meu olhar dela, mas logo voltou e eu me vi contemplando como ela era fofa.
— Eu não sou acostumado a deitar abraçado ninguém. — Exclamei tentando não resistir a sua fofura e o modo que ela me olhava.
— Você provavelmente já dormiu com várias mulheres, então não vem com essas desculpas. — Resmungou balançando suas mãos incrédula.
— Eu dormia com elas, mas eu não as deixava dormirem abraçadas a mim, você foi a primeira. — Mordi meu lábio inferior e ela corou levemente.
— Isso é algo muito fofo de se dizer. — Murmurou deixando-me constrangido. — Então é melhor se acostumar e deixar apenas eu deitar em seu peito ou dormir abraçado com você!
— Você que manda! — Gargalhei cedendo aos seus encantos, deitando-me ao seu lado. Ela sorriu deitando sua cabeça em meu peito enquanto eu acariciava seus cabelos.
Era uma maravilha estar com ela assim. Sonhei tanto por tal momento. Sonhei e desejei que ela voltasse aos meus braços. Sonhei em ver ela sorrindo abobada pra mim. Sonhei ter meus sentimentos correspondidos pelo o meu primeiro amor e finalmente, tudo estava entrando em seu devido caminho e em sua devida velocidade.