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Sem Perdão

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intro-logo
Blurb

“Quando o maior pecado, é amar;

O amor supera tudo;

O amor liberta;

O amor nos faz ver a vida com outros olhos;

Mas, o amor também nos faz sofrer.”

De um lado do fio, Audrea, uma jovem aparentemente calma e centrada, mas, que esconde um enorme anseio de liberdade, o que gera muitos conflito com seu pai imperioso.

Do outro, um jovem Padre, Albert, que verá sua vida transformada ao encontrar os olhos de Audrea enquanto percorrer os corredores da igreja da pequena cidade de Salvatore.

Uma paixão arrebatadora, sem limite e principalmente sem pudores.

Será Audrea capaz de resistir ao azul reluzente dos olhos de Albert?

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1
d***a! Bato forte a porta de meu quarto. Ando para os lados buscando o ar que me faltava. Ouço batidas na porta. – Audrea, querida – era mamãe. – Não quero falar com ninguém. Por favor, me deixe em paz. Dou graças quando ouço o barulho de seus sapatos se afastarem. Sento na cama e fito o babado de meu vestido. Deito e fito o teto. Sigo para a janela, e avisto Edgar escovando Panteão. Saio do quarto e desço as escadas correndo. – Ele está pronto? – pergunto ao me aproximar. – Está sim – diz Edgar, um homem de meia idade – deseja montar? – Sim – digo passando a mão no dorso do cavalo n***o. – Deixe-me pegar a cela. – Não precisa – num pulo eu monto em Panteão. – Senhorita, seu pai não vai gostar nada. Principalmente sem a cela. – Edgar, e desde quando eu ligo para o que meu pai pensa? – digo rindo. Olho para a porta e avisto de longe seu bigode bem alinhado e preto. – Audrea! – papai grita – desça já daí! Rio e dou o comando pa rapidamente ra que o animal saísse em disparada. O animal correu pela enorme propriedade até chegar os portões de saída. Seguimos pela estrada larga de terra, até chegarmos ao pequeno centro. – Bom dia senhorita – cumprimenta uma senhora corpulenta que me oferece uma maçã. Sorrio em agradecimento. Sigo vagamente até chegar a entrada onde um velho amigo trabalhava. Desço do cavalo e o amarro. – Poope – entro em meio a sujeira e os ferros pontiagudos. Adentro um pouco mais, onde ouvia o barulho de batidas em ferros. – Aí está você – digo ao encontrá-lo. – Audrea? O que faz aqui? – pergunta enquanto tira a p******o de seu rosto. – Não acredito que esqueceu. – O que? – Combinamos de caçar hoje. Poope me olha cabisbaixo. Todas as vezes que seus olhos verdes se escondiam atrás das sobrancelhas alaranjadas, eu sabia que algo havia acontecido. – O que houve? – indago preocupada. – Nada, só estou sem tempo. Encaro-o seriamente. – Poope! Ele me olha e baixa a máscara. – Poope – toco em seu braço – o que houve? Ele respira fundo. – Seu pai. Afasto-me e sinto mais uma vez a raiva tomar conta de mim. Dou as costas e saio apressada. Monto em Panteão, mas Poope me impede de sair. – Ele apenas pediu que não fôssemos mais caçar. – E o que mais? Que você não me procurasse mais porque não merece estar no meio de pessoas como nós? – Poope me olha sem jeito – conheço meu pai, e sei que ele não falaria somente isto. Dou a comanda e o cavalo sai em disparada. Cheguei em frente ao enorme casarão e saltei. – Papai! – abro a porta e percorro a entrada com o olhar. – Audrea querida, o que houve? – indaga mamãe com a voz de preocupação. – Onde ele está? – No escritório com uns… – não esperei que ela terminasse de falar, e corri para as enormes portas de madeira pesada no fim do corredor. Empurrei-as sem me importar. Papai estava rodeado de velhos corpulentos, com olhares sujos e bolsos repleto do que ele mais queria. – Com que direito você vai até meus amigos e os manda ficar longe de mim? Papai apenas me observava. Ele baixou o papel que segurava e tirou os óculos. – Estou no meio de uma reunião. Podemos conversar depois? – Não, quero conversar agora! – Audrea, esta reunião é de extrema importância! – Eu não ligo! – berrei alto. O olhar de papai era o que mais me deixava enfurecida. Era um olhar de desprezo, de indiferença. – Audrea, pela última vez. Saia daqui. Plantei os pés no chão e cruzei os braços. Papai odiava aquilo. Ele levantou e bateu com os punhos fechados na mesa. Se aproximou rapidamente e me pegou pelo braço. – Agora chega! – Me solta! Papai me arrastou para o lado de fora da casa. – Luíz – mamãe gritou. – Não se meta Analice – gritou ainda mais alto – Você gosta de aparecer, não é isso Audrea? Pois bem – ele me virou de costas e rasgou meu vestido. – Luíz! – mamãe se aproximou, mas ele a olhou daquele jeito que só ela entendia. Os homens que antes estavam em sua sala, agora estavam servindo de plateia. – Edgar, o chicote. Olhei para Edgar e percebi sua surpresa. – Mas, senhor… – Não vou pedir duas vezes – ameaçou. Edgar se afastou por alguns instantes e voltou com um chicote fino na mão. – Não – papai gritou – o meu. Traga o meu. – Pai… – Calada. Eu devia ter feito isso há muito tempo. Edgar voltou com o chicote de papai, que era cinco vezes mais grosso do que o normal. Era trançado com duas voltas. Ele me empurrou para o chão e ordenou que eu ficasse imóvel. – Luíz, pelo amor de Deus – mamãe suplicava. – Se disser mais uma palavra Analice, serão mais dez chicotadas nas costas dela – advertiu. Baixei a cabeça e pensei em tudo o que já dissera para meu pai. Era demais pedir que ele deixasse que eu escolhesse meus amigos? Era demais pedir que ele tratasse melhor as pessoas? Olhei para Edgar a minha frente e tornei a baixar a cabeça. Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, senti minhas costas esquentar. Tentei segurar o grito, mas, as lágrimas, foram impossíveis de conter. Na segunda, ele aumentou a força e foi assim até ele gritar: – Dez – ele soltou o chicote no chão e se apoiou nos joelhos. Caí no chão sem forças. Sentia o sangue escorrer em minhas costas, mas, não daria o prazer a ele de me ouvir pedir perdão. – Quer me dizer alguma coisa? – pergunta se abaixando ao meu lado. Olhei-o da forma mais desprezível possível. – Não? Ótimo! Edgar – berrou – ajeite tudo para a viagem de Audrea. Levanto a cabeça e a encaro. – Vai para casa de sua tia. – O que? – retruco. – Luíz, não. – Calada mulher. Você – disse apontando para mim – vai morar com sua tia no convento. E só vai voltar de lá, quando aprender a ser gente. Até lá, não verá mais sua mãe, e nem a mim. – Quanto a você, me sinto aliviada – rebato. Ele cerrou os punhos, mas se conteve. – Leve-a para dentro – diz para mamãe que se aproxima rapidamente – apronte-a o quanto antes. Mamãe me levantou e me levou para dentro. Ela me ajudou a tomar banho e chamou uma empregada para ajudar com os curativos. Pus o vestido mais confortável que tinha. – Audrea, peça desculpa, peça perdão se necessário – mamãe suplicava. – Não posso mãe. – Porque?! – Porque, quem tem de pedir desculpas é ele, e não eu. Ele está errado. A porta do quarto se abre de uma vez. – Está pronta? Baixo a cabeça e não respondo. – Estou terminando de fazer as malas dela – mamãe diz. Papai sai e nos deixa sozinhas novamente. – Por favor, minha filha, faça isso, por mim. Seguro a mão de mamãe e a faço entender, que estava fora de cogitação pedir desculpas a ele. Descemos e estava tudo pronto. Edgar pegou minha mala e colocou na carruagem. Papai estava do lado de fora com um charuto na boca. Mamãe me abraçou calmamente por conta das feridas. – Coloquei muitos mantimentos para seus curativos – diz – por favor, desista. Beijo-a e sigo para a porta da carruagem. Entrei e o cocheiro tomou sua posição. Papai se aproximou e disse: – Aprume-se. Aproveita sua estadia por lá, para que aprenda algo, principalmente sobre matrimônio – não consegui conter minha surpresa diante de suas palavras – quando voltar, será para casar. Ele bate na lateral e o cocheiro bate as rédeas. Ponho a cabeça pra fora e observo-o atentamente. Mamãe me dá um adeus que nem consegui responder. Casar? – penso. Recosto-me no banco e começo a pensar no que me esperava. Sabia muito pouco sobre essa tia que era freira, mas, o que sabia, era que, além de muito religiosa, ela era pior que o papai. Ela o criou, fez dele sua imagem e semelhança. Respirei fundo e decidi que nada mais me abalaria, mas, que acima de tudo, eu jamais perdoaria papai por aquilo.

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