Presentes Inesperados

583 Words
Kira acordou com a luz suave da manhã filtrando-se pelas cortinas de seu quarto. Ainda estava atordoada pelos acontecimentos do dia anterior. O beijo, o toque, o calor da pele de Luís contra a sua... tudo parecia um sonho proibido, vivido entre quatro paredes de uma sala de aula. Ela se sentou na cama e esticou os braços, ainda sentindo o corpo reagir à lembrança dele. Havia uma mistura perigosa entre euforia e medo como se ela tivesse saltado de um penhasco e agora estivesse aprendendo a voar no meio da queda. Enquanto escovava os dentes, seu celular vibrou. Notificação do banco. Depósito recebido: $100.000,00. Origem: L.SANTORO HOLDINGS Ela ficou paralisada. Olhou de novo. Estava ali. Não era um erro. Não havia pedido nada. Nem sequer havia dado a ele seus dados bancários. Mas de alguma forma... ele tinha. Sorriu, mordendo o lábio inferior. Horas depois, já no campus, caminhava pelo estacionamento da universidade com os olhos protegidos por óculos escuros. Usava uma saia jeans e uma blusa branca com amarração na cintura. O celular tocou. Um número desconhecido. — Alô? — Senhorita Kira? Aqui é da loja Rosé & Perfumes. O senhor Luís Santoro deixou um presente reservado para a senhorita. Podemos entregar hoje no campus? Kira soltou uma risada baixa. — Pode sim. Estou na universidade o dia todo. Quinze minutos depois, um entregador apareceu com uma sacola de couro branca, com laço rosa. Dentro, um frasco elegante de perfume francês, raríssimo, e um cartão escrito à mão: "Para deixar sua presença ainda mais inesquecível. L." No final da tarde, ao sair da biblioteca, um segurança se aproximou. — Senhorita Kira? Pediram para entregar isso à senhorita. Ele entregou uma pequena caixa preta com fita dourada. Dentro, um iPhone novíssimo, última geração, com a tela já configurada. Havia uma única foto no fundo de tela: uma imagem discreta de um jardim interno da universidade exatamente o local onde eles haviam se visto sozinhos pela primeira vez. Ela já não sabia mais se estava surpresa ou hipnotizada. Mais tarde, deitada na cama, recebeu uma mensagem no novo aparelho: L: "Apenas um início. A beleza merece ser celebrada." K: "Você está tentando me comprar?" L: "Jamais. Estou tentando te marcar. Comprar é o que homens fracos fazem. Eu ofereço. Você aceita se quiser." No dia seguinte, ao chegar na aula, encontrou um envelope discreto sobre sua carteira. Dentro, um cartão de acesso VIP para o estacionamento reservado dos professores. E logo depois, outro presente: uma chave. E o bilhete: "Estacione no espaço 11. O carro é seu. Branco, discreto... mas poderoso." Kira desceu até a garagem, o coração batendo em ritmo de corrida. Ali estava: um Mercedes-Benz A35 AMG, branco perolado, estofado de couro caramelo, o tipo de carro que ela só havia visto em revistas. Ela entrou devagar, acariciando o volante com dedos trêmulos. Luís não estava tentando apenas impressioná-la. Estava deixando sua marca em cada canto da vida dela. E ela... estava gostando. Talvez mais do que deveria. No fim daquela semana, ao abrir a porta de seu quarto, encontrou mais uma surpresa. Flores. Muitas. Rosas brancas. Dezenas. Com um novo cartão: "Você entrou na minha rotina e bagunçou tudo. Quero mais. L." Ela encostou-se à parede e sorriu, abraçando o buquê. Aquilo não era só sedução. Era algo mais profundo. Um jogo de poder e entrega, onde ele dava e ela decidia o que fazer com tudo aquilo. E uma coisa era certa: quanto mais ele dava... mais ela queria.
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