[Goug Johen]
— Cadê a intrusa?! — Kain indagou após procurarmos ela por todos os cômodos da casa. — m*l chegou e já está causando confusão!
— Gostando ou não temos que respeitar, pois ela está presa conosco aqui e ainda por cima tem sangue real. — Exclamei e ele revirou os olhos assim que saímos da casa.
Olhei em volta encontrando-a próximo ao penhasco com um vestido vermelho combinando com seus longos cabelos negros além de uma Píton Diamante em seus pescoços.
— Ela parece muito a nossa mãe adotiva e a menina que você matou desnecessariamente. — Olhei para o Kain que olhava para ela fixamente. — Será que ela é a reencarnação dela?
— Impossível... — Ele disse e logo a menina olhou para nós com um sorriso em seus lábios. — Impossível e para de colocar isso na minha mente! — Adentrou a casa enquanto ela caminhava em minha direção.
— Se sente bem, minha lady? — Indaguei realizando uma breve reverência para ela.
— Sim, obrigada por perguntar! — Respondeu-me e a cobra que estava em seu pescoço mostrou suas presas sibilando para mim. — Me chame de Seina e tente não usar tanto a sua formalidade.
— Como desejares! — Realizei outra reverência. — Conceda-me uma pergunta?! — Na hora que eu ergui meu olhar ela havia adentrado a casa deixando-me sozinho lá fora.
— O nome dela é Seina! — Murmurei para o Kain enquanto ela adentrava o corredor após deixar sua cobra em cima do sofá. — Sério, algo me diz que ela é a filha da nossa mãe adotiva, imagina se ela for sua...
— Cala a boca! — Kain disse e eu soltei uma risada afastando-me dele, contemplando a cobra dela transforma-se em um homem. — Olha que surpresa.
— Estou até chocado com isso! — Exclamei e nós dois começamos a rir enquanto sentávamos em locais aleatórios.
— Vocês realmente merecem estar aqui... — Ele disse e eu soltei um longo suspiro, cruzando minhas pernas, arrumando meu cabelo e olhando para ele fixamente com uma sobrancelha arqueada.
— Está aqui de visitante então regula as coisas que irá dizer para não acabar machucado. — Exclamei sorrindo de lado vendo a menina voltar para a sala. — Desejas algo?
— Só estou um pouco curiosa... — Ela disse segurando uma taça de sangue em suas mãos. — Como que sobreviveram aqui por todos esses tempos?
— Essa casa, graças à duas pessoas, amaldiçoou-a e sempre que desejamos algo, ela simplesmente nos dá! — Kain disse encarando o chão da casa evitando contato visual com ela.
— Essa pessoa foi minha mãe? — Ela indagou e nós dois a encaramos surpresos com a sua fala. — Irei ver o resto da casa!
[Hangy Seina]
Subi as escadas com a expressão facial deles assim que eu disse que minha mãe era a responsável pela a maldição deles e por estarem presos por séculos, fazendo-me chegar à conclusão de que os meus sonhos, alucinações acordadas foram tudo coisas da minha mente, ou seja, nada daquilo realmente aconteceu deixando-me ainda mais confusa.
Subi as escadas com a barra do vestido em minhas mãos, andando pelo os corredores contemplando todas as portas fechadas e com algumas teias de aranhas em seus cantos como se eles nunca tivessem aberto elas.
No meio de tantas, apenas uma me chamou atenção, uma branca com um enorme rubi nela igual ao que havia em meu colar. Aproximei-me dela e lentamente toquei a maçaneta fazendo com que meu colar brilhasse e o barulha dela sendo destrancada soasse.
— Seina, não entre aí. — A voz do Johen soou atrás de mim, mas eu estava hipnotizada pela a porta que a abri lentamente. — HEY! — Adentrei o cômodo e olhei para trás vendo-o me encarando surpreso.
— Vai entrar não? — Indaguei olhando para ele que se aproximada da porta lentamente. Ele ergueu sua mão, mas uma espécie de barreira impedia que ele entrasse. — Que pena. — A porta fechou-se bruscamente, mas após tudo que eu estava passando não me assustou em nada.
Olhei em volta vendo uma enorme prateleira com vários livros, uma cama com uma estampa cor de bege, uma escrivaninha próxima da janela com um livro e uma carta ao seu lado. Sentei-me na cadeira e peguei a carta onde possuía meu nome. Abri-a.
"Se você está lendo isso significa que fui enganada pela aquela feiticeira ou pelo o destino mesmo por ter condenado os dois de modo c***l após a sua morte naquela década.
Deve estar surpresa ao descobrir que sua amada mãe é uma vampira real e você possuí sangue real em suas veias, e eu pensando que se me afastasse de tudo isso e de todos os seres sobrenaturais daria a você uma vida tranquila e sem preocupações, mas acabei me enganando, mentindo para você em várias coisas sobre o seu presente e o seu passado e te magoando profundamente.
Só quero que saiba que independente de mim estar viva ou não sempre estarei contigo, ou eu ou outras pessoas que irão te amar da mesma maneira que eu.
Mesmo eu escrevendo nesta época já tenho várias coisas planejadas a partir das visões do futuro de uma amiga minha e que irei realizar para que você possa viver tranquilamente, pelo menos tentar.
Eu te amo tanto minha pequena vampirinha Seina!
— Também te amo mamãe... Sinto sua falta! — Exclamei para mim mesmo contendo as lágrimas.
Coloquei a carta no mesmo lugar e levantei-me da cadeira caminhando em direção ao seu guarda-roupa, abri as portas encontrando vários vestidos belos em bons estados. Sorri de lado imaginando-a com aquelas roupas e como um gesto involuntário passei a mão neles sentindo o perfume de sua pele adentrar minhas narinas.
Senti uma dor aguda em minha mão, encarei-a percebendo que se tratava de um corte profundo, uma gota escorreu pela a minha mão pingando no chão.
— Por que esse tecido me cortou? — Indaguei para mim mesmo um pouco confusa. — Deve que é por que não me pertence!
Aproximei-me da porta e abri-a encontrando o Johen, o Kain e o meu guardião na porta com expressões preocupadas, mas assim que me viram bem, elas se suavizaram.
— Estou bem... — Exclamei e eles concordaram afastando-se de mim e da porta, todos menos o Johen.
Ignorei-o e comecei a andar pelo o corredor, porém de repente uma tontura extrema tomou conta de mim, fazendo-me cambalear para o lado espalmando minhas mãos na parede para não cair.
— Tem certeza? — Johen indagou segurando-me me minha cintura, afastando-me da parede. Assenti cravando minhas unhas em sua pele, fechando os olhos com força após me sentir mais tonta. — Está com sede?
— N-Não sei... — Respondi-o encostando minha cabeça em seu peitoral, escutando gritos agonizantes de mulheres e no meio delas escutei um masculino que era semelhante ao do meu irmão.
— Lhe dissemos para não entra neste caminho, mas você não nos escutou e agora irá sofrer da pior maneira possível! — Uma voz feminina soou atrás de mim. — Você é ingênua igual a mim! — Abri meus olhos encontrando o meu irmão ao meu lado com o seu corpo todo queimado e desfigurado.
— Não... Não... — Afastei-me do Johen sentindo um tremor no chão, fazendo com que os gritos de dores das mulheres tornassem cada vez mais altos e próximos de mim. — BASTA! — Gritei e tudo se cessou, minhas pernas falharam, minha visão escureceu e eu caí no chão.
" — Mamãe, por que eu não posso brincar no sol como todos as outras crianças?! — Indaguei manhosa vendo as crianças brincando por trás da cortina enorme.
— Você é sensível ao sol meu bem, é assim que nasceu. — Minha mãe disse afastando-me da janela enquanto eu começava a chorar. — Não fique assim.
— Minha rainha, temos um problema! — Uma mulher apareceu em meu quarto fazendo minha mãe soltar um longo suspiro.
— Irei voltar! — Minha mãe afastou-se de mim e fechou a porta consigo enquanto eu apenas chorava.
Nunca tinha brincando com as outras crianças, nunca tinha pegado um pouco de sol, apenas ficava presa dentro daquele castelo enorme, cercada por adultos ocupados que nunca tinham atenção para mim.
— Não chore... — Uma voz masculina soou ao meu lado assustando-me. — Sei que é r**m ficar preso, mas logo você poderá sair.
— Como você sabe? — Indaguei limpando as minhas lágrimas olhando para o menino que tinha mais ou menos a minha idade.
— Sou especial igual você! — Ele disse e eu fiquei confusa com a sua fala. — Vamos ser amigos e brincar todos os dias juntos? — Esticou a sua mão para mim. — Me chamo..."
Abri meus olhos percebendo que eu estava em um quarto. Sentei-me na cama colocando minhas mãos em minha cabeça, sentindo-a um pouco dolorida. Estava cansada de desmaiar toda vez por coisas bastante sem sentido.
— Por que eu tive que acordar logo quando o menino ia dizer o seu nome!? — Resmunguei para mim mesmo levantando-me da cama com cuidado.
— Fique deitada mais um pouco... — A voz do Kain soou no quarto e eu segui-a encontrando-o escorado na porta.
— Se eu ficar, terei as respostas das minhas perguntas? — Indaguei olhando-o fixamente com uma sobrancelha arqueada.
— Levante se quiser... — Ele disse saindo do quarto de maneira grossa, fazendo-me mostrar língua para ele assim que fechou a porta.
— Terei as respostas que eu quero, custe o que custar. — Murmurei para mim mesmo determinada para fazer de tudo para obtê-las.