Momento família

3008 Words
Despertei com o sussurro da Paola e em seguida a Gabi entrou no quarto pulando na cama e me abraçando. E para mim essa era a melhor maneira de começar o dia. - Bom dia princesa! Deixa a mamãe olhar pra você! Falei me sentando e a colocando no colo. - Nossa como você está grande! Falei dando ênfase nas palavras e as duas ruivas riram. - Estava com saudade da mamãe? Ela balançou a cabeça afirmando antes de me abraçar novamente. - Hoje vamos aproveitar o dia e brincar muito. Afirmei a fazendo sorrir lindamente. - Temos planos para hoje minha ruiva? Perguntei a Paola, que sorriu denunciando que tinha algo em mente. - Vamos pra mansão dos meus avós. Fazer um piquenique no jardim. Contou me olhando e olhando a Gabi, que estava radiante de felicidade. - Maravilha! Piquenique no jardim e muita brincadeira. Confirmei olhando as duas. Nada no mundo me deixava mais feliz do que poder ficar perto das duas ruivas da minha vida. - Vamos tomar um café bem gostoso e saímos antes do almoço. Contou a Paola para deixar a nossa princesa informada. Mesmo a Gabriela sendo uma criança de apenas três anos, se mostrava muito inteligente e atenta, por isso sempre falávamos com ela de maneira clara sobre assuntos do seu cotidiano. Deixei o quarto com a Gabi em meus braços. Sentia vontade de passar mais tempo com ela e sabia que a pequena também desejava ficar mais tempo comigo. - Bem vinda de volta Nayara! Como vai? Cumprimentou a Lilian. - Estou muito bem, obrigada. E você? - Bem como sempre. Disse sorrindo com simpatia. A Lilian nos ajudava em tudo na casa, principalmente com a rotina da Gabriela, que mesmo tão pequena frequentava um instituto infantil, onde desenvolvia sua capacidade de comunicação e coordenação, e onde também participava de aulas de dança e música. - Nay, nós duas podemos conversar no escritório antes de sair? Perguntou a Paola. - Claro que podemos. Estava interessada em saber que assunto profissional ela queria dividir comigo. Tomamos o café da manhã e depois deixamos a Gabi com a babá enquanto conversávamos. - Ultimamente tenho pensando bastante a respeito da minha extensa jornada. Ela começou falando e eu lhe olhei com atenção. - No que tem pensando especificamente? Perguntei e ela ficou quieta. - Paola, você pode falar sobre tudo comigo, sabe disso. Está com algum problema? Perguntei preocupada e ela baixou a cabeça demonstrando tristeza. - Sinto-me m*l por deixar a Gabi com a babá sempre. Eu cresci desse jeito e por isso mesmo não quero que ela se sinta abandonada. Acumular tantas funções me angustiando e cansando. Por seu tom percebi que a ruiva não estava bem. - O que pensou a respeito? - Eu não consigo decidir nada a respeito sem você. Esperava que me ajudasse Nay. Tenho trabalhado tanto e você também. A Gabriela fica sem nenhuma das mães por perto. Não sei o que fazer pra ficar mais tempo com ela. Estou me sentindo ausente em tudo. Nessa casa, na vida da nossa filha. Na nossa vida. Disse com a voz chorosa e eu me aproximei a abraçando. - Calma minha ruiva, a nossa princesa tem apenas três anos. Se quiser passar mais tempo com ela daremos um jeito. Vamos pensar em uma solução. Podemos falar com os seus pais. Sugeri. - Prefiro não levar isso a eles agora. Afirmou alterando o tom de voz muito rápido. - Entendo. Está tudo bem. Vamos pensar em uma solução juntas. Com paciência. - Temos que fazer novos planos para a nossa vida Nayara. A nossa vida muda o tempo todo e muitas vezes não conseguimos nos adaptar as mudanças. Precisamos definir os nossos próximos passos, pra que eles ainda sigam a mesma direção. - Faremos isso minha ruiva. As mudanças na nossa vida sempre chegaram apressadas. Acho que devemos realmente fazer uma avaliação de tudo que temos e sair tirando os excessos. - Você é minha bússola Nayara. Sem você por perto me sinto perdida. O tom de carência em sua fala foi o que mais chamou minha atenção. Mas depois de tantos dias longe de casa era fácil entender porque ela estava se sentindo sozinha. - Estou aqui pra ser sua bússola e o que mais você quiser. Vamos esquecer um pouco dos problemas, só por hoje minha ruiva. Tenho certeza que nós duas precisamos recarregar as energias passando o dia com a nossa princesa. - Sim. Concordo. Organizamo-nos para sair e quando estava me vestindo para o nosso dia na mansão Canella uma ligação da Emilly atraiu minha atenção. - Bom dia senhora Canella! Aproveitando o dia de descanso? Perguntou bem humorada, o que me deixou intrigada. - Bom dia Duquesa. A que devo a ligação? Respondi me afastando do quarto para não chatear a Paola, que não gostava quando a Emilly me ligava no meu dia de folga. - Serei breve. Precisamos nos reunir amanhã por volta das quatro da tarde. Ela foi direto ao assunto. - Pode me adiantar o assunto da reunião? - Quero apresentá-la a senhorita Blanc. Disse ela. - Está bem. Estava me perguntando quando seriamos apresentadas. - Esperamos por você amanhã. - Combinado. Até amanhã Emilly! Assim que me virei percebi que a Paola estava me olhando. - A Emilly não lhe deixa em paz não é mesmo? Questionou irritada. - Não vi que estava aí. - Quem você está ansiosa para conhecer? Perguntou e eu não hesitei em responder. - A nova parceira de negócios da Emilly. A brasileira que mencionei ontem. - A Emilly vai tentar lhe seduzir com essa proposta da sociedade. - Também não é assim Paola. Eu não sou uma menina ingênua há algum tempo. Chamei a atenção dela. - Podemos só ir aproveitar o dia? - Porque está falando desse jeito comigo? Ela ficou novamente irritada. - Desculpa. Pedi abraçando sua cintura. - Creio que nós duas precisamos acalmar os ânimos. Quem sabe podemos pensar em sair juntas nos próximos dias. Só você e eu em algum lugar romântico. Acha uma boa ideia? Sugeri sorrindo. - É uma boa Cariño. Sinto muito ter me alterado. Ando irritada. - Temos que relaxar um pouco. Por falar nisso, vamos contar a Gabi sobre a viagem? Perguntei imaginando que a nossa princesa ficaria muito contente. - Vamos sim. Ela vai ficar muito animada. Afirmou sorrindo como uma mãe boba. - Faremos isso mais tarde no piquenique. A propósito, foi uma ótima ideia. Como sempre! Elogiei e ela sorriu de um jeito lindo. De carro, seguimos até a mansão Canella, lugar que sempre me fazia pensar no dia do nosso casamento. Assim que chegamos aproveitamos um pouco a piscina, a Gabriela estava adorando receber nossa atenção, seus olhinhos verdes chegavam a cintilar tamanha alegria. A Paola estava feliz e vê-la com a Gabi me fez pensar na nossa conversa de mais cedo. Não devia ser nada fácil para ela ficar distante da filha. Se para mim era difícil para ela devia ser ainda pior, ainda mais por seu histórico, por não ter recebido atenção da Marta na infância. Sem dúvida esse era um trauma que ela não queria causar a nossa pequena ruivinha. Divertimo-nos bastante na piscina e depois do almoço descansamos um pouco na sala principal da mansão, onde a Paola aproveitou para tocar o piano junto com a Gabi. As duas eram a visão mais linda do mundo. Sentia-me grata por tê-las em minha vida, com a presença da Gabriela éramos uma família completa. Ao entardecer seguimos com o nosso plano de fazer um piquenique no jardim. O lugar trazia lindas lembranças a Paola, de momentos com os avós paternos. Com uma toalha estirada no chão e uma cesta repleta de frutas e guloseimas, ficamos bem à vontade para comer e correr ao redor das árvores. Éramos três meninas brincando em um momento de felicidade. - Senta aqui Gabi. Temos uma surpresa pra você! Falei sorrindo e ela se sentou nos olhando com atenção. - Em alguns dias, a sua mãe e eu vamos levar você pra um passeio diferente. Comecei falando enquanto a Paola sorria. - Vamos viajar pra ver sua vovó Andréia. E vamos passear muito em lugares lindos! Contou a Paola e a Gabi sorriu animada. O mesmo sorriso encantador da mãe. - Papai vai viajar? Perguntou e nós duas rimos e nos entreolhamos. - Vai ser uma viagem só de meninas dessa vez. - Vovó Marta? Continuou perguntando. - Ela está em outro passeio com o seu vovô. Expliquei segurando a vontade de rir. Pelo jeito se a Gabi queria viajar com toda família. Sem preocupações, conversas difíceis ou dilemas, ao anoitecer acendemos algumas luzes e continuamos no jardim, olhando as primeiras estrelas aparecerem no céu. Relaxada a Paola pegou o violão e começou a tocar e cantar. Depois de quatro anos eu ainda me derretia toda ao ouvi-la cantando, principalmente a canção que fazia parte da nossa história, The Scientist. Estar com as minhas duas ruivas era um presente para mim. Algo que infelizmente não conseguíamos fazer muitas vezes, porque as obrigações do dia a dia tomavam tanto meu tempo quanto o da Paola. Cuidar de tantas tarefas profissionais e ainda se dedicar a vida pessoal ficava ainda mais difícil tendo uma criança sob nossa responsabilidade, precisando da nossa presença e de cuidados específicos. Estava consciente de que a Paola se esforçava para tornar os dias da Gabi o mais normal possível, pra que ela não crescesse com uma perspectiva errada a respeito das pessoas e do mundo. Embora lhe chamássemos de princesa, tínhamos total cuidado para que a pequena não se colocasse como realeza. Permanecemos no jardim até pouco antes do jantar. Fizemos a refeição e depois subimos para o quarto principal para uma “noite de pijamas das meninas”. A Gabriela adorou a ideia e vendo a alegria nos olhos dela, a Paola e eu ficamos derretidas como duas mães bobas. Assistimos a um filme de princesa, eu li uma história para elas, e quando a Gabi adormeceu a coloquei na cama e finalmente chegou nosso momento como casal. - Tem que ter muita disposição pra cansar a Gabriela. Afirmei me deitando ao lado dela no tapete perto da lareira do quarto. - Sei bem. Todo dia tenho que guardar forças pra brincar um pouco com ela. Garantiu a Paola. - Sabe de uma coisa que merecemos? Perguntei sorrindo pra ela que sorriu de volta. - No que está pensando? Ela questionou rindo. - Merecemos beber um espumante pra encerrar esse dia. Sugeri e ela imediatamente concordou indo buscar uma garrafa. - Ao nosso momento em família! Brindei após a Paola nos servir. - Por mais dias como esse! Ela completou e eu concordei. Solvemos o espumante olhando fixamente uma a outra. - Amanhã você vai falar com a Emilly sobre suas férias? Perguntou interessada. - Tenho que encerrar o relatório dos últimos eventos antes, mas faço isso em dois ou três dias. A Emilly está ciente de que preciso de uma pausa, conversei com ela ainda em Nova York. - Preciso deixar tudo organizado no trabalho também. Só não posso me ausentar totalmente, terei que tirar algumas horas pra me inteirar do que está acontecendo na empresa e no ateliê. Falou demonstrando agitação. Ela realmente parecia sobrecarregada. - Está tudo bem minha ruiva, quando você estiver trabalhando fico com a Gabi. O que planejou para nós? Onde vamos ficar? Perguntei levando sua atenção para um assunto mais leve que o trabalho. - Entrei em contato com uma empresa que aluga mansões por temporada. Quero acertar outros detalhes, ter pessoas a nossa disposição. Não sei se devo solicitar uma babá. O que você acha? Em algum momento vamos querer fazer um passeio de casal. Ela realmente parecia em dúvida. - Podemos deixar a Gabriela com a minha mãe nos dias de folga dela. Você falou com o Casillas sobre essa viagem? Meu questionamento a fez rir. - Falei sim. Ele disse que vai tirar alguns dias de folga para ir nos encontrar.   - O Casillas tem mesmo vontade de conhecer o Rio. Falamos sobre isso algumas vezes. Se ele for a Gabriela vai amar. Percebeu que ela perguntou logo por ele? - O Casillas é muito presente na vida dela. - Por sorte a convivência com ele se tornou simples. Algumas vezes até esqueço o tanto que ele nos infernizou. Tanto o Serrano quanto a Marta são pessoas bem diferentes hoje em dia. Afirmei refletindo sobre como ambos se mostraram no passado. Agora a Marta finalmente vivia a própria vida, sem interferir na da Paola e muita menos na da Gabriela. E o Casillas estava totalmente envolvido com o papel de pai. Ele era parte da nossa família de um jeito inesperado. - Tudo isso só foi possível graças a sua paciência Cariño. Afirmou me dando todo mérito e eu sorri. - O mínimo que eu poderia ser era paciente. Nunca tive armas pra lutar contra os dois. Garanti analisando que diante da influência, poder e dinheiro do Casillas e da Marta, minha única opção para permanecer ao lado da Paola foi ser corajosa e paciente. Tudo por amor! - Você os venceu desse jeito. Ela afirmou sorrindo. - O que venceu foi o nosso amor. Não fosse por ele quem sabe os caminhos que teríamos seguido em nossas vidas. É por amor que vamos superar qualquer coisa juntas minha ruiva... Acariciei seu rosto e afaguei seus cabelos sem desviar o olhar do dela. -... Eu vou cuidar de você! Não quero que sofra ou que se sinta pressionada a escolher entre a sua profissão ou a Gabriela. Para tudo na vida existe uma solução minha ruiva. Garanti decidida a fazer qualquer coisa para descomplicar a vida dela. - Eu te amo Nayara! Declarou encostando o rosto no meu. - Eu te amo Paola! Amo muito mesmo! Declarei sorrindo e afagando os cabelos dela. - A primeira coisa que pensei quando cheguei a essa casa hoje foi no dia do nosso casamento. Estava tão nervosa, m*l conseguia andar. Você foi como sempre perfeita ao cuidar de todos os detalhes. Tinha amor espalhado no jardim, entre as mesas, nas flores. Você é maravilhosa! Novamente me declarei, sorrindo para ela. - Nossa primeira noite de casadas foi aqui nesse quarto. Beijei seus lábios delicadamente e não deixamos de sorrir. - Acha que a Gabriela vai acordar se namorarmos de mansinho? Questionei e ela riu. - Ela parece exausta. Disse sorridente. Deixamos o espumante de lado e nos deitamos no tapete mesmo. Olhando para ela que me devolvia um olhar cúmplice eu sorria ao beijar seus lábios e pescoço, acariciando seus s***s por baixo da blusa. Beijando sua boca deslizava a língua em seus lábios e sorri ao sentir o bico dos s***s dela endurecerem excitados. - Vamos nos conter essa noite? Ela perguntou e como tínhamos prometido a Gabi uma noite de pijamas não tinha outra opção. - Apenas essa noite. Mas temos o resto da vida! Sussurrei. - Você pode me tocar discretamente. Sugeriu libidinosa e eu sorri. - Sem gemidos. Comporte-se. Sussurrei me divertindo com a situação e lentamente percorri seu corpo com a minha mão direita, entrando em sua calcinha e pousando-a em seu sexo. - Nem começamos e você está assim? Brinquei ao senti-la molhada. - Muito tempo longe de você. Não aguentava mais ter que me resolver sozinha. Contou me encarando com saliência e seu relato me fez sorrir animada. - Dessa vez eu ajudo você minha ruiva! Beijei-a com desejo, massageando seu sexo com precisão. Segurando-se em mim ela se mexia lentamente ao sentir meu toque. Calei sua boca com meus beijos e silenciei seus gemidos até senti-la derramando-se em meus dedos. Sorrindo após gozar, ela ficava ainda mais linda assim e eu mais encantada. - Esse espumante foi uma ótima escolha. Brinquei a oferecendo mais uma taça. - Com toda certeza a culpa é do espumante e não da saudade que eu estava de você! Disse brincando também. - Não vou mais ficar tanto tempo longe de casa minha ruiva. Deixei claro para a Emilly que não tenho como ajudar com o projeto que ela tem pra Nova York. Não posso me comprometer com mais escritórios. Provavelmente por isso ela falou em sociedade nesse que vai abrir no Brasil. Meu pensamento era fundamentado em tudo que tinha falado a Duquesa ao longo dos últimos meses. Semanas atrás, após uma reunião, sentei-me com ela e enquanto tomávamos um café confessei que não tinha condições de ficar tanto tempo longe da Paola e da Gabriela. Nessa ocasião ela afirmou que encontraria uma solução para que eu tivesse tempo disponível para minha família. E a Emilly não costumava decepcionar ninguém ao se comprometer, no entanto a solução que ela pensou para minha situação, não era exatamente viável. - Depois de tantos anos eu entendo que ela tenha lhe feito uma proposta assim. Se tornar sócia em um escritório dela está além de uma promoção. Pensando como empresária, entendo que ela tenha enxergado que você é a pessoa ideia para esse escritório em especial. Ponderou me chamando atenção. - Está falando isso apenas como empresária. Observei. - O Brasil certamente é um país promissor ao negócio da Duquesa, mas nós duas temos uma vida aqui na Espanha. E creio que uma mudança dessa não seria igualmente conveniente para nós duas e para a Gabriela. Novamente ponderou e eu concordei. - Eu não tenho muito que argumentar. Minha vida aqui não se parece em nada com a que levei no Brasil. Não conheço o melhor dos dois mundos. Não sei como vivem os bilionários no Brasil e suspeito que muitos vivam no exterior. Deduzi pelo pouco que ouvia quando morava no Brasil. Muitas famílias ricas mandavam os filhos para colégios no exterior. E certamente a Paola não gostaria de fazer isso com a Gabi, não com ela podendo estudar no melhor instituto da Espanha, e um dos melhores da Europa. Encerramos o assunto vendo que não tínhamos porque cogitá-lo.
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