Nova parceria

3586 Words
Depois de um dia livre de preocupações, acordamos cedo e depois de tomar o café da manhã seguimos para nossa casa. Assim que chegamos a Lilian levou a Gabi para escola e a Paola trocou de roupa para ir trabalhar na sede da empresa, de onde ela cuidava da administração da grife desde que o pai se afastou. Trabalhando de casa, comecei a fazer meu relatório de avaliação dos eventos em Nova York, que infelizmente aconteceram em um padrão diferente de qualquer outro que realizamos desde o início da trajetória dos eventos da Duquesa, o que na minha perspectiva podia manchar a reputação da marca de sucesso que a Emilly criou a cerca dos seus projetos. Dediquei toda manhã ao inicio desse relatório e interrompi o trabalho quando a Gabi voltou para casa. Sentei para almoçar com ela, que me mostrou animada o que estava aprendendo na escola e depois insistiu que brincássemos de bonecas. Aproveitei o tempo para matar a saudade que estava da princesa e nós duas brincamos até a hora que precisei me arrumar para ir à reunião com a Duquesa. - Boa tarde Nayara! Cumprimentou a Jade, assistente da Emilly. - Boa tarde! A Emilly está não está no escritório? Perguntei notando a porta do escritório entreaberta. - Ela está presa em outra reunião, mas logo chegará. Afirmou. - Boa tarde! Como vai Nayara? A mulher me cumprimentou em português e eu deduzi quem era. - Boa tarde! Você deve ser a senhorita Blanc. - Joana Blanc. É um prazer conhecê-la novamente. Disse sorrindo e me cumprimentando com um longo aperto de mão. - Novamente? Indaguei sem entender. - Estivemos em um mesmo evento anos atrás.   Sorriu simpática. - Desculpa. Em eventos sempre conheço muitas pessoas. - Tudo bem. Posso dizer até que a pessoa que você conheceu não era eu. Disse rindo de si mesma. - A Emilly está presa em uma reunião. Vamos esperá-la na minha sala? Convidei sendo simpática e ela concordou. - Desculpa se as coisas parecem um pouco fora de ordem por aqui. Acabo de voltar da Nova York e a minha assistente está de férias, não tenho ninguém pra organizar a sala ou as pastas.  Desculpei-me ao entrarmos no meu escritório, onde havia pilhas de pastas na mesa. - Fique despreocupada, não me importo com isso.  Tem algo que preciso dizer. - Sente-se, por favor. Pode falar. Sentamo-nos e logo ela levou a conversa para um lado pessoal. - Tenho admiração por você e sua esposa. Formam um belíssimo casal. Parabéns! A declaração me surpreendeu. - Obrigada. Agradeci estreitando os olhos com desconfiança e ela continuou sorrindo. - Espero não ter sido inconveniente. Retratou-se imediatamente, mas manteve um sorriso nos lábios parecendo se divertir. - Aceita um suco, ou café? Ofereci por educação. - Um suco é sempre bem-vindo. Olhando para ela peguei o telefone e falei com a assistente da Duquesa. - Jade, você pode providenciar um suco para a senhorita Blanc e um café para mim? - Agora mesmo. - Obrigada, por favor, avise-me quando a Emilly chegar. Pedi antes de desligar o telefone. - Esse final de semana estive em um mesmo evento que você e sua esposa. Onde ela foi premiada e fez um discurso muito envolvente. Embora não seja a pessoa mais romântica do mundo, aprecio casais como vocês duas. Falou jogando charme e eu fiquei confusa com seu jeito. Embora a Emilly não tivesse mencionado qual era sua relação com a Blanc, além da profissional, há algum tempo eu desconfiava que as duas fossem intimas. - Agradeço sua admiração. Depois se quiser podemos autografar algo pra você. Respondi brincando com certo sarcasmo e ela riu espontaneamente. - Tenho uma revista com uma foto de vocês. Aceito o autografo. Disse rindo e eu não gostei muito do seu jeito. - Você está aqui pra falar do meu casamento? Questionei levemente irritada. - Claro que não. Pensei que você fosse mais descontraída. - Não gosto de falar sobre a minha vida com quem m*l conheço. Afirmei para que ela esquecesse o assunto. - Está certa. O que a Duquesa lhe disse a meu respeito? Perguntou puxando um novo assunto. - Sei que é brasileira e que estão saindo há algum tempo. Falei a olhando com atenção. - Estou me referindo a meu perfil profissional. Ela chegou a mencionar algo para você. - Apenas sei que representa o Grupo Blanc aqui na Europa. - Exatamente. Em breve irei retornar ao Brasil para me tornar a Diretora do Grupo. - Meus parabéns! Desejei educadamente. - Obrigada! Sem dúvida será um dos momentos mais desafiadores da minha vida. Nossas bebidas chegaram. - Você sente falta do Brasil Nayara? Questionou me olhando nos olhos. - Minha vida ficou muito agitada desde que cheguei à Espanha. Agora me sinto em casa. - Por mais que a vida na Europa seja diferenciada, não é fácil abandonar o nosso país. Afirmou parecendo saudosa. - O nosso caminho sempre será no lugar em que construirmos uma vida. A minha praticamente começou aqui, por isso Madrid é o meu lugar favorito no mundo. Garanti. - Imagino que seja mesmo. Essa cidade também é maravilhosa. Sorriu fazendo um trocadilho e dessa vez eu concordei rindo com ela. Continuamos conversando por alguns minutos até a assistente da Emilly me avisar que ela nos aguardava. - Não vamos deixar a Duquesa nos esperando. Brincou a Joana. - Ela não reclama por você chamá-la de Duquesa? Perguntei no automático. - Antes ela reclamava, mas agora creio que ela até goste. Afirmou com um sorriso no canto dos lábios e eu baixei a cabeça sem graça. Ao entrarmos na sala da Emilly a Joana a cumprimentou com um beijo que a deixou vermelha. - Blanc, esse não é o lugar apropriado. Retrucou a Duquesa e dessa vez eu baixei a cabeça para não rir. - Creio que se conheceram e que não seja mais necessário fazer apresentações. Disse a Emilly assim que nos sentamos. - Eu mereço ser apresentada com toda formalidade. Pediu a Joana e a Emilly lhe lançou um olhar estranho. - Nayara, essa é a senhorita Joana Blanc, representante do Grupo Blanc, na Europa. Disse a Emilly e eu estendi a mão para cumprimentá-la. - Joana, essa é a Nayara Aguiar, responsável pelo gerenciamento dos escritórios de eventos. A apresentação formal da Emilly divertiu a Joana. - É um prazer Nayara. Espero que fique com uma impressão melhor de mim agora. Estava apenas brincando com você antes. Embora o seu humor sarcástico ao sugerir o autógrafo tenha me chamado atenção. Gostei dela Emilly! Disse a Joana rindo. - Ela gosta de testar as pessoas. Fez o mesmo comigo. Comentou a Emilly. - E a pontuação da Duquesa foi zero de humor, noventa em formalidade e dez em simpatia. Brincou a Joana e dessa vez eu não consegui deixar de rir. - Vindo de você considero um elogio Blanc. Vamos ao que realmente interessa. Falou a Emilly redirecionando a conversa. E Joana começou a falar sobre seu desejo de investir em um novo escritório de eventos no Brasil. - É o seguinte Nayara. Minha família começou a investir em transporte há três gerações e cada geração agregou um novo mercado à empresa até o meu pai transformá-la em um grupo pensando interligar e expandir o alcance dos negócios. Agora que estou caminhando para assumir a direção do Grupo, pretendo deixar o meu legado. Quero investir em eventos, que estão associados diretamente ao turismo, que é o nosso principal mercado. Contou a Joana. - Como você sabe ultimamente investimos e compramos algumas cotas de patrocínio. Porém o meu objetivo é ainda maior, com um novo escritório no Brasil e uma parceria contratual estável. Continuou falando e me olhando... - Gostaria de pensar nesse projeto com você Nayara. Estou certa de que chegou ao máximo do seu potencial ao lado da Emilly. Uma sociedade seria a oportunidade para que você desenvolvesse um novo momento na sua carreira. A Emilly concorda que esse é o último passo na escalada do sucesso. Para mim seria importante tê-la a frente do negócio no Brasil. Garanto que podemos produzir eventos grandiosos, começando pelo Rio de Janeiro. A Blanc afirmou com um sorriso animado. - Enquanto estruturamos o escritório você terá tempo para pensar. Sugiro que converse com a Paola, afinal ela entende as implicações e as vantagens de estar à frente de um negócio. Creio que a Canella vai enxergar como esse passo será importante para a sua vida profissional. Disse a Duquesa. - Não preciso de tempo para pensar Duquesa. A Paola está dirigindo a empresa da família. Temos a Gabriela e toda nossa vida estruturada aqui em Madrid. Não posso ser sua sócia em um escritório no Rio de Janeiro. Se fosse outro na Europa consideraria a proposta. Afirmei certa de que estava tomando a melhor decisão. - Eu compreendo que isso pareça complicado. Mas concordo com a Emilly. Se o que lhe impede de aceitar essa proposta de sociedade é a sua esposa, coloque-a nessa negociação. Afinal, a Paola acaba de ser premiada por sua visão empresarial. Creio que vendo o quanto essa oportunidade é oportuna ela possa lhe incentivar a aceitar. Afirmou a Joana e eu sorri. - Todas as minhas decisões passam pela Paola. Conversamos sobre essa possibilidade e mesmo reconhecendo que seria um passo enorme na minha vida profissional eu preciso negar pensando na minha família. Declarei sem hesitar. - O convite está em aberto até encontrarmos uma sócia. Gostaria que ao menos se comprometesse em gerenciar o processo de a******a do escritório no Brasil. Pediu a Duquesa. - Ajudei no processo de a******a de três escritórios. Posso ajudar com esse desde que não tenha que ficar muito tempo longe de Madrid. Coloquei-me a disposição ainda que fora da sociedade. - Vamos negociar seus termos em breve. Afirmou a Emilly, que em seguida continuou a reunião mostrando que ela e a Joana estavam bem adiantadas enquanto a ideia do negócio. As duas interagiam de um jeito impressionante, ambas tinham excelentes perspectivas sobre diversos mercados. A postura profissional da Joana e da Duquesa eram visivelmente distintas, mas ainda sim tinha uma sinergia. Ouvindo-as falar fiquei animada para trabalhar em mais esse empreendimento, mesmo sabendo que a ideia da sociedade era inviável, seria excelente participar da a******a de mais um escritório, ainda mais sendo no Rio de Janeiro. A reunião rendeu bastante e para darmos continuidade ao negócio eu me comprometi em apresentar um relatório sobre todas as etapas de montagem do escritório. - Estou indo passar as férias no Rio. Vou aproveitar para pesquisar, entrar em contato com algumas pessoas. E na volta posso apresentar um relatório a vocês. Garanti me comprometendo. - Você tem perfil empreendedor Nayara. Está levando trabalho para as férias. Parabéns! Disse a Joana sorrindo. - A Paola também vai precisar trabalhar. Ela não pode tirar férias e deixar a empresa de lado. Afirmei e as duas concordaram. - Caso precise de qualquer coisa, ou queira levar sua família para um passeio diferente, eu faço questão de lhe passar meu contato pessoal. A Blanc me entregou um cartão com seu número. - Agradeço sua gentileza Joana. Foi um prazer conhecê-la! Falei ao me despedir dela com um novo aperto de mãos. - O prazer foi todo meu Nayara! Disse com simpatia. - Emilly, eu estou dando andamento ao relatório dos eventos em Nova York. Podemos agendar a nossa reunião para esta quinta-feira. O horário que lhe for conveniente. Garanti a Emilly. - A Jade vai marcar um horário para nossa reunião. Obrigada por ter vindo ao escritório em seu dia de descanso. Até breve Nayara! Despediu-se apertando minha mão. Quando deixei o escritório havia anoitecido. Liguei para o escritório da Paola e procurei saber se ela tinha saído. - A senhora Canella está na sala. Deseja que eu transfira a ligação? Perguntou a assistente da Paola. - Vou aproveitar para surpreendê-la. Pode garantir que ela não saia antes que eu chegue? Pedi animada e ela concordou em me ajudar. Liguei para a Lilian e ao contar dos meus planos para a noite pedi que ela cuidasse da casa e da Gabi. No caminho até o trabalho da Paola, parei em uma floricultura e comprei um buquê de rosas vermelhas para presenteá-la. - Ela está sozinha? Perguntei a assistente que sorriu cúmplice da minha surpresa. - Está sim. Pode entrar! Agradeci sua ajuda e fui até a sala da ruiva. - Encomenda para a senhora Paola Canella. Falei ao bater na porta. - Pode entrar. Ela autorizou no automático e continuou de cabeça baixa. - Não reconhece a voz da sua esposa? Brinquei com ela que estava focada no que fazia. - Desculpa Cariño! Ela sorriu e se levantou para me abraçar e beijar. - Pra você minha ruiva linda! Falei sorrindo ao lhe entregar o buquê. - As flores são lindas. Obrigada! Estou contente por você ter vindo me resgatar. Disse parecendo cansada. - Eu estou aqui não para fazer um resgate e sim um sequestro. Afirmei olhando pra ela que sorriu animada. - Um sequestro? Devo tentar fugir? Brincou me lançando um sorriso lindo de menina. - Só se você quiser perder uma noite maravilhosa! Prometi sem modéstia e ela se divertiu. - Eu me rendo! Disse rindo e eu a segurei pela cintura e beijei com vontade. - Vamos sair pra jantar e depois passaremos uma noite deliciosa em um hotel. Determinei e ela sorriu se divertindo. - Ideia maravilhosa Cariño. É justo aproveitarmos uma noite diferente. Desde que assumiu o controle da empresa ela trabalhava exaustivamente. - Falei com a Lilian, ela vai cuidar da nossa princesa. E nós duas teremos uma noite de casal. Sorrimos uma para a outra. - Preciso deixar alguns documentos assinados antes de irmos. Você se importa em esperar? - Claro que não. Vou sentar aqui e ficar olhando você trabalhar. Só preciso fazer isso. Falei soltando os cabelos dela. - Vou ficar aqui sentada olhando pra você! Afirmei em tom de voz carinhoso e ela sorriu. - Como foi à reunião com a Emilly? Perguntou interessada. - Essa foi uma reunião diferente. A Emilly me apresentou a empresária interessada em investir no escritório do Brasil. Uma mulher incomum e bem humorada. Não sei como descrevê-la melhor. Ela elogiou o discurso que você fez na premiação. Quando vou poder ouvi-lo? Cobrei e ela me olhou por cima dos óculos. Uma olhada sexy que me animada. - Vou pensar se você merece! - Fazendo charme pra mim senhora Canella? Brinquei e ela sorriu antes de voltar sua atenção para alguns papéis. Depois de concluir as assinaturas ela colocou os papéis em uma pasta na mesa e se levantou pegando a bolsa. - Podemos ir agora. Você pensou onde vamos jantar? - Depende do que você prefere. Massa, risoto, frutos do mar? - Massa. Afirmou sem pensar duas vezes. - Nesse caso podemos ir ao melhor restaurante italiano da cidade. A cantina da Mamma. Sugeri e ela sorriu concordando. Deixamos o escritório no meu carro. - Como se chama a empresária que a Emilly lhe apresentou? Perguntou curiosa enquanto eu dirigia. - Joana Blanc. Herdeira e futura Diretora do Grupo Blanc. - O sobrenome Blanc não me é estranho. Qual mercado o grupo atua? - Turismo. Respondi e ela ficou calada por alguns minutos mexendo no celular. - Não encontrei nada sobre a Joana Blanc. Se ela é realmente a herdeira tem um império para dirigir. Eles investem em hotéis, navios, ações de empresas aéreas, entre outras coisas. Ela vai ter muito trabalho pela frente, porque quer investir em mais um negócio? Questionou curiosa. - Ela disse algo sobre ter o próprio legado. - Cariño, nós duas conhecemos a Joana em Milão, no evento que lhe apresentei como minha noiva. Ela era a namorada brasileira da Cecília Marinho. Comentou a Paola. - Entendi porque ela falou como se tivéssemos nos conhecido antes. Creio que ela e a Duquesa são um casal não oficial. Ela cumprimentou a Duquesa com beijo na boca e eu fiz um esforço enorme pra não rir do desespero da Emilly com a ousadia da Blanc. - Verdade? Imagino que a Emilly tenha a repreendido. - Exatamente. Rimos. - Vamos convidá-las para um jantar amanhã. Quero conhecer essa Joana. Disse determinada. O que chamou minha atenção. - Ficou animada demais com a Joana. Não gostei. Afirmei e ela riu de mim. - Cariño, embora seu ciúme seja muito lindo, estou pensando em outra coisa. Essa Joana vai dirigir um Grupo gigante. E embora não seja algo diretamente relacionado ao meu mercado, pessoas como nós precisamos ser apresentadas. - De que tipo de pessoa está falando? Perguntei sem entender seu interesse repentino. - Mulheres, empresárias.   Respondeu de maneira coerente. Imaginei se a Joana seria engraçadinha com ela também. - Vou combinar com a Emilly. Só não sei se é possível marcar para amanhã. - Você tem o contato da Joana? Perguntou. - Ela me entregou um cartão com o número pessoal. Está na bolsa. Falei e ela logo pegou a bolsa e procurou o cartão. - Vou convidá-la agora mesmo. Afirmou discando o número no celular e eu fiquei bem desconfortável com sua empolgação. - Boa noite Joana! Quem fala é a Paola Canella. Tudo bem? ... - Quero convidá-la para jantar em minha casa amanhã às nove. Você e a Emilly. ... - Gosto especialmente dos vinhos espumantes. ... - Excelente. Será um prazer recebê-la! ... - Obrigada, para você também! Ao desligar o celular ela me olhou sorrindo. - Convite feito. Amanhã peço para a Lilian ir às compras e providenciar um jantar diferente. Acho que seria elegante pensar em algo mais brasileiro. Alguma preferência Cariño? - Não conheço muito sobre a culinária do estado da Joana. Falei um pouco enciumada. Chegamos à Cantina da Mamma e finalmente o assunto mudou. A Mamma Francesca nos recebeu com um abraço caloroso e fez questão de nos colocar em uma mesa mais reservada. Com a típica empolgação italiana, ela se dispôs a preparar uma massa especial para nós duas, com bastante molho e manjericão, que a Paola sempre amava. Enquanto esperávamos a massa tomamos uma taça de vinho apenas para estimular o paladar. A Paola falou um pouco do trabalho e depois contou que tinha conversado com o pai e a mãe por chamada de vídeo... - Falei que vamos ao Brasil passar alguns dias. Os dois pretendem ir também, em breve. Pelo que entendi planejam algum tipo de aventura no amazonas. Meus pais estão bem excêntricos. Comentou de um jeito presunçoso que me forçou a lhe responder. - Muitas pessoas se interessam em conhecer a Amazônia. Embora muitos estrangeiros ainda pensem que no Brasil só tem índio, como se eles fossem menos dignos. Afirmei e ela me olhou sem graça. - Desculpa, falei sem pensar. Você tem razão Cariño. Meus pais disseram que voltam para a Espanha em alguns meses. - E vão voltar ao trabalho? - Certamente. Estou pensando na quantidade de referências que os dois trarão. - Não vai ser estranho para você dirigir tudo com os seus pais por perto? Analisei por ser a primeira vez que eles estariam juntos no trabalho, com a Paola no comando. - Nesse momento eu até prefiro. Esperava que os dois fossem passar mais tempo viajando. Mas será melhor assim Cariño. De certa maneira vou dividir um pouco da responsabilidade com eles e quem sabe assim consigo ficar mais tempo com a Gabriela. Ela parecia aliviada. E seu alívio era o meu também. A Mamma nos serviu um delicioso pappardelle com molho de tomate, manjericão e parmesão, que a Paola comeu com total deleite, estava realmente gostoso. Na sobremesa pedimos um tiramisu extremamente saboroso, e encerramos um jantar tomando um cappuccino Italiano. A refeição foi perfeita, a Mamma sempre nos recebia com muita atenção e afeto e a sua Cantina fazia parte da nossa história, para mim a Cantina era o melhor restaurante de Madrid. Seguimos para o Westin Palace hotel. Outro lugar que fazia parte da nossa história. A primeira noite que passamos nele ainda não existia nada declarado entre nós, e para mim foi bem difícil por não saber como reagir ou lidar com meus impulsos. Naquela época a Paola me confundia. - Estamos revisitando nossa história hoje Cariño? Ela perguntou rindo assim que entramos no elevador indo para o quarto. - Vários lugares nessa cidade contam nossa história minha ruiva. Você sempre gostou de sair e passear. Sinto falta de quando tínhamos mais tempo para fazer isso. Falei com sinceridade. - Corremos muitos nos últimos meses. Só não sei se você se sente exausta como eu, principalmente quando ficamos longe uma da outra. Quero tanto aproveitar o tempo com você que devo confessar, estou me agarrando na ideia dessa viagem de férias para sobreviver. Afirmou olhando em meus olhos e eu notei que ela estava precisando descansar. - Vamos aproveitar como se fosse a nossa lua de mel e namorar muito. Sugeri sorrindo e ela me devolveu um sorriso lindo e malicioso. - Eu gostei da ideia de namorar muito. Preciso tanto da sua atenção! Disse manhosa. - Você me deixa toda boba falando assim. Confessei agarrando-a pela cintura. - Esse é o meu objetivo Cariño! Afirmou sorrindo antes de sair do elevador e entrar no quarto lançando um olhar provocativo. Senti uma onda de calor excitante me tomar e ao entrarmos no quarto a puxei para perto e toquei seus lábios com os meus, lhe dando um beijo libidinoso.
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