México
Cidade do México
VIOLETTA
Estou irritada por demais. Nesse inferno de cidade, eu já rodei as avenidas todas atrás desse infeliz e nada da sua presença. E isso faz duas semanas.
Meu carro está implorando por gasolina e olha a hora, sete da noite.
Que c*****o!
O farol fecha e eu afundo o pé no freio, de repente, estou trocando a estação da rádio quando me assusto ao baterem no vidro do meu carro.
Em alerta, mediatamente, levo a mão até o cós da minha cintura e olho para o lado. Não creio.
É ele.
O tal Jason.
Até que enfim, o "desocupado" saiu da toca.
Meu coração acelera e eu sorrio sem jeito, imaginando mil formas de gastar a grana preta com essa encomenda.
Soltando minha arma discretamente, desço o vidro.
— Boa noite, gostaria de um brigadeiro? _Ele oferece.
— Não. _Sou seca.
— Esses te levam para o céu. _Insistiu.
— Você quer ir para lá?
O homem pisca os olhos escuros e olha para os lados.
— Quem não quer ir para o céu, senhorita? _Devolveu uma pergunta.
Fecho a expressão, o observando com mais atenção.
Uau! Ave Maria!
Pela foto o cara parece um dragão, e pessoalmente é até apresentável.
— Eu não quero. Gosto da quentura descomunal que o inferno pode nos proporcionar.
Posso afirmar que ele se constrangeu.
— Tenho brigadeiro de pimenta-malagueta. Não quer provar? _Me mostrou a caixa com um monte de doces enfeitados.
Caprichado ele.
— Quem faz isso aí?
— Eu mesmo, senhorita. Faço tudo, preparo, embalo e coloco meu contato para encomendas.
Mas gente!
O sinal abre e ouço os carros atrás buzinando desesperadamente.
— Eu não como doces, minha glicose não permite. _Falo.
— Irá se arrepender, não é porque sou eu que faço, mas todo mundo que prova uma vez quer sempre. _Se afastou do carro.
O olhei de cima a baixo.
— Vagabundo. _Xinguei. Por pura estratégia.
— Como?
— Boas vendas. _Arranquei com o carro, gargalhando. — Meio caminho andado. Violetta, você é um máximo. _Aumentei o volume do som e comecei a cantar feito louca. — Víveme sin miedo ahora
Que sea una vida o sea una hora
No me dejes libre aquí desnudo
Mi nuevo espacio que ahora es tuyo, te ruego.
***
— Você é s***o?
— Não.
— E então? O que quer aqui na mesa onde eu estou jantando? _Deixei meu garfo cair no prato e encarei o homem que se aproximou com um sorriso amarelo.
— Eu te achei linda.
— E? _Limpo minha boca com o guardanapo.
— Estou elogiando você, rapariga.
Me engasgo com o desplante do homem.
Em portugal pode até ser aceitável chamar uma jovem de rapariga, mas no México?
Inaceitável e injustificável.
— Rapariga? _Grudo as costas na cadeira.
— Desculpe-me, não sou daqui. _ase explicou, ameaçando puxar a cadeira para sentar. Rapidamente, com o pé a puxei, o impedindo. Ele me olhou.
— Eu não disse que podia sentar. _Foi grosseira.
— Você está sozinha, não quer companhia?
— Quero a minha própria companhia. A sua, não.
— Tem namorado?
— O que te faz pensar que o fato de eu ter ou não, é o motivo para te ignorar? _Com o próprio pé, empurrei a cadeira para longe, levando quase a sua mão junto.
— Qual o seu problema? _Se estressou.
— Homem hétero e e******o. _Fico de pé, sentindo que terei uma maldita indigestão por culpa desse traste.
— Não pode falar assim comigo. _Ele pegou meu braço e eu habilmente, o fiz deitar na mesa.
— Saí, demônio. _Falei raivosa. O homem me olhava com horror e eu me afastei, limpando minhas mãos e observando em volta. O problema era não ser explosiva e não atrair atenção. Eu era exatamente assim. Ô 25 anos que está me dando trabalho. — O cavaleiro aqui, vai pagar minha conta. _Toquei meu peito e me curvei, dando as costas a todos e indo para o meu hotel descansar.