A Galeria do Metropolitan Museum of Art estava irreconhecível. Julian Kaine havia alugado o espaço e o transformado em um Éden de luxo. A decoração era minimalista, dominada por tons de platina e branco para fazer o seu único foco brilhar: Seraphina.
Seraphina desceu a grande escadaria de mármore branco ao lado de Julian, sentindo todos os mil olhos da elite de Nova York fixos neles. Ela vestia o Valentino vermelho. O vestido era uma declaração de guerra e paixão, expondo a sua pele bronzeada e caindo em cascatas de seda até uma f***a ousada. O diamante em seu dedo pulsava sob as luzes.
Ela não era a CEO fria; ela era a Rainha de Fogo de Julian Kaine.
Julian, em seu smoking sob medida, parecia o rei de um império recém-adquirido. Ele estava sorrindo, um sorriso privado, enquanto a guiava.
— Você está incendiando a sala, Seraphina — ele sussurrou perto do seu ouvido, a voz rouca e apreciativa.
— É a sua estratégia — ela respondeu, a sua voz tensa, embora o elogio a tivesse atingido. — Apenas executando as suas ordens.
— Não. Isto é a sua natureza. Eu apenas lhe dei a permissão para sair.
Eles circularam pela sala, aceitando cumprimentos e sorrisos falsos. Seraphina manteve um braço firme no de Julian, a encenação de i********e era perfeita. Ela sabia que cada detalhe, desde o seu riso forçado até o aperto ocasional da mão de Julian, seria analisado.
Foi nesse momento que ela o viu. Marcus Thorne. Ele estava na entrada, ignorado por todos, tentando parecer indiferente, mas os seus olhos traíam uma fúria impotente. Ele estava lá para testemunhar a sua queda.
Ao lado de Marcus, estava Theodore Vance, o primo de Seraphina. Theodore estava sorrindo, claramente à vontade, sem saber que estava prestes a ser aniquilado por seu próprio sangue.
Julian sentiu a tensão no braço de Seraphina.
— Olhe para ele — sussurrou Julian. — Ele está a tentar parecer que está feliz por nós. O seu primo, no entanto, parece que está pronto para apanhar as migalhas.
O momento do brinde chegou. Julian e Seraphina subiram ao pódio improvisado, e os copos de champanhe foram levantados.
Julian Kaine pegou no microfone, a sua voz projetando-se com autoridade calma.
— Amigos. Clientes. E, sim, concorrentes. Obrigado por testemunharem o nosso noivado. Este casamento não é apenas a união de dois nomes, é a união de duas visões. Eu escolhi Seraphina porque ela é a estrategista mais brilhante que conheço.
Ele olhou para Seraphina com uma intensidade de 'amor' que a fez duvidar da realidade.
— Seraphina é a minha força, e juntos, estamos a construir algo inquebrável.
Ele levantou a sua taça. Os convidados fizeram o mesmo.
— Um brinde à união perfeita.
Julian entregou o microfone a Seraphina para o brinde final. Ela olhou diretamente para Theodore e Marcus.
— Antes de bebermos, eu gostaria de fazer um brinde especial à confiança. É o pilar de qualquer aliança. E é o que separa os construtores dos parasitas.
Seraphina fez uma pausa dramática. Ela acenou para Julian. Este era o momento.
Julian Kaine pegou no seu celular discretamente. O bloqueio das contas de Theodore Vance e o e-mail para a Ordem dos Advogados com a denúncia foram acionados.
Seraphina continuou, a sua voz clara, mas com um toque de dor controlada.
— Theodore Vance. Você foi o meu primo e, por um breve momento, a minha família. Você usou a sua posição de confiança para assinar contratos que desviaram milhares de milhões de dólares do Égide para a Thorne Global de Marcus.
A sala explodiu em choque. O som de vidros sendo quebrados não era nada comparado ao silêncio que se seguiu. Theodore Vance cambaleou, o copo de champanhe escorregando de seus dedos e atingindo o mármore com um estilhaço.
— Isso é mentira! — gritou Theodore. Ele olhou para Marcus em pânico, mas Marcus estava paralisado. — Seraphina, você não pode! Éramos família!
— Eu posso — Seraphina respondeu, a sua voz tremendo ligeiramente com a dor da traição, que ela canalizou em poder. Ela fez um segundo aceno discreto para Julian. — E eu farei. Marcus ensinou-me a lição mais importante: a vingança é mais doce quando é executada com precisão. Theodore, a sua licença de advogado está suspensa, e as suas contas estão bloqueadas. O Banco D'Argent está a processá-lo por fraude e evasão fiscal.
O pânico nos olhos de Theodore era visível. Ele tentou fugir, empurrando as pessoas, mas os seguranças de Julian (perfeitamente posicionados como garçons) bloquearam todas as saídas. Ele estava financeiramente paralisado no centro do salão.
Marcus, vendo o seu último aliado e o seu último segredo destruídos publicamente, avançou com os olhos injetados.
— Sua v***a! Você vai pagar por isso, Kaine! Você me tirou tudo!
Julian Kaine, sem se mover um centímetro, parou Marcus com um olhar de desprezo e autoridade absoluta.
— Eu não lhe tirei tudo, Thorne. Você o deu a Seraphina. E, a propósito, eu nunca vou para a prisão. Ao contrário de você, eu não deixo rastros. E neste momento, os federais têm todos os seus rastros em Angola.
Seraphina sorriu para Marcus. Era um sorriso de vitória pura. O vestido vermelho não era mais uma armadura; era a cor do seu triunfo.
Julian pegou na sua taça novamente.
— Agora, um brinde ao futuro do Égide. E à Sra. Kaine.
Os convidados, percebendo o quão profundo era o poder do novo casal e temendo serem associados a Marcus, brindaram com uma mistura de reverência e medo palpável. Theodore foi discretamente escoltado para fora. Marcus foi deixado no salão, sozinho e quebrado, a ver a sua derrota ser celebrada.
Julian virou-se para Seraphina, e o seu sorriso era de pura exaltação. Não era o sorriso calculado para a câmera; era o sorriso do rei que havia conquistado o mundo.
— O meu plano funcionou. Mas você, Seraphina, excedeu todas as minhas expectativas. O fogo foi a sua melhor estratégia.
Ele não se importou com a multidão. Ele a puxou para um beijo profundo e demorado, um beijo de celebração, posse e, desta vez, de desejo inegável. Não havia mais a performance cautelosa da limusine ou do restaurante. Este foi um beijo de total entrega e reciprocidade. Seraphina se agarrou ao smoking dele, beijando-o de volta com toda a paixão que o vestido vermelho representava e com toda a adrenalina da sua vitória.
Quando Julian a soltou, os seus olhos azuis ainda estavam acesos, fixos nos dela. Seraphina estava ofegante, sentindo a sala a girar. O preço do poder era a entrega total ao jogo de Julian.
— Temos que ir — sussurrou Julian, a voz rouca. — O grand finale é o nosso desaparecimento.
Eles saíram da festa, Seraphina no vestido vermelho e Julian ao seu lado, deixando um rasto de caos e rumores. Eles não precisavam dizer uma palavra; o beijo disse tudo. Eles eram agora o casal mais temido da cidade, unidos pelo dinheiro, pela vingança e por uma atração que não podiam mais negar.
Julian conduziu-a para o helicóptero no telhado. A vingança estava quase completa, mas Seraphina sabia que o verdadeiro confronto estava prestes a começar: o confronto sobre o seu futuro, agora que o contrato de negócios estava ofuscado pelo fogo da paixão.