CAPÍTULO 3

1473 Words
Leane Estou com frio, o senhor abre a porta um calafrio percorre minha espinha antes mesmo de eu adentra mais para dentro da casa, não é o frio que me deixa desconfortável , a casa é pouco iluminada ou alguém diminuiu a intensidade da luz. Os quadros ficam sombrio a meia luz, assim como os móveis. O silêncio enquanto o senhor me guia é ainda mais assustador. Então ele para de andar, ouço um barulho e vejo um homem sentado à mesa. Está jantando. Ele olha em minha direção, o senhor não está mais a minha frente. Agora o homem de barba e cabelos bem arrumados está me encarando. Ele pediu para que eu me aproximasse eu fui meio hesitante. Mas fui. Não queria demonstrar o medo que se apoderou do meu corpo, ele fez algumas perguntas resolvi mostrar um pouco de educação e me manter calada. Só depois que ele disse que eu tinha que fazer tudo que ele quisesse foi que percebi o fio de malícia, senti meu estômago embrulhar e quase vomitei, não consegui ficar quieta e grito. Meu Deus eu grito com esse homem assustador, ele caminha lentamente em minha direção, como um leão cercando a sua presa. Boca fechada. foi tudo o que o senhor me pediu, no entanto eu fiz o contrário. Por que isto só acontecia comigo, fiquei em choque com as palavras que ele disse, isso trouxe lembranças que eu relutava para esquecer. Depois de ter dito exatamente o que ele sabia que iria me magoar ele sai. Eu não podia ficar nesta casa tinha que dar um jeito de fugir, mas para onde? Não quis comer e o Sr. Júlio me levou até um quarto, uma cama enorme coberta por lençóis roxos. No quarto tem uma mesa pequena. Imaginei que fosse para eu jantar. Quando fico sozinha começo a fazer uma inspeção, só o banheiro era maior que meu antigo quarto. Nunca imaginei que pudesse ter um guarda-roupa tão grande. Não tem telefones e nem nada do tipo, pude ver o local onde ele ficava. Agora sendo enfeitado por um vaso de flores. É tudo tão bonito, mas volto a minha realidade que nada ali era meu e nunca seria. Senhor Júlio me mostrou que seu quarto era no andar de baixo. O que eu achei muito estranho. No meu quarto tem uma pequena sacada que se encontra trancada. Estou feliz pela proposta que o senhor que me comprou fez. Não gosto de pensar que fui vendida isso me dá uma sensação de ser um objeto. Seria apenas uma empregada iria receber um salário, mesmo o dono dizendo que sou sua propriedade, eles iriam me pagar em dia eu poderia ir embora. Não queria voltar para casa da minha tia, mas estava com medo de ficar nessa casa, onde não conheço ninguém e não sabia o que pretendiam fazer comigo. E se me estuprarem? Se ele me machucasse? Se realmente ele me pagasse pelos dias trabalhado eu poderia ter esperanças. Tomo um banho, tiro a minha roupa e coloco na máquina de lavar, não tinha outra e não sabia se iria ter. Se surgisse uma oportunidade de sair dessa casa, deveria estar pronta. Fiquei enrolada mais um pouco na toalha, quando já estava seca tentei fechar a porta, mas a mesma se encontrava sem uma chave. Pego a cadeira usando para fechar a porta. Tiro a toalha ficando nua, olho o meu corpo no imenso espelho do guarda-roupa, estou um caos, as marcas antigas tendo contraste horrível com as novas. Realmente Sérgio o segurança havia batido minha cabeça. O corte próximo aos meus cabelos está fundo e começando a ganhar um tom roxo. O tapa que minha tia havia me dado deixou um corte sobre minha bochecha. Você conseguiu acabar comigo, tia. As cicatrizes em minha barriga e uma no seio esquerdo. São provas de que mesmo ela não tendo tirado a minha vida. A deixou nas mãos de pessoas que quase conseguiram. Lembro dos meus gritos... Sacudo a cabeça não quero voltar aquele momento. Eu não vou viver aquele momento novamente. Deito na cama que é macia e tem cheiro de flores, uma cama de verdade. Meu corpo agradece o conforto momentâneo. Depois de alguns minutos consigo dormir. +•+•+ Acordo meio desorientada, sem saber onde estou, escuto batidas na porta, enrolo o lençol no corpo. A realidade parece um forte tapa. Até dói mais. — Entre. — A porta é forçada com mais força e então a cadeira cai. O Sr. Júlio entra carregando uma sacola grande. — Desculpe acorda-la, trouxe estas roupas para você, vou te ensinar suas funções também. Começo a olhar as roupas, ele comprou tudo desde lingeries a agasalhos, o que ele trouxe é mais roupas do que tive nos últimos anos. — Obrigada. Nunca tive tantas roupas. — Não foi nada, minha querida. Seu sorriso é agradável, algo sincero e sem interesses. — Posso te fazer uma pergunta Sr. Júlio? — Claro. — Porque estão fazendo isso comigo, o senhor sabe, me compraram e tudo? — Foi preciso. Não queríamos te comprar, a senhora Jessica te ofereceu. — O que? — Ela estava te oferecendo para poder continuar com os vícios, ela devia dinheiro para muitas pessoas e o meu patrão pagou e ela pagou com você, agora você está segura aqui. — E porque este homem aceitou isso. — Percebo que estou gritando e chorando minha vida é uma droga. Como aqui pode ser melhor? Eu pertenço ao um homem que não precisou nem de cinco minutos para me machucar. — Não chore querida, o jovem Montenegro não irá te fazer m*l algum. Ninguém vai. — Ele já está fazendo. O senhor poderia se retirar por favor. — Indico as roupas e ele acena concordando. — Claro. Te espero lá em baixo. Ele saiu do quarto, e me deixo cair na cama e choro baixinho, juro que a minha tia irá pagar por tudo que ela está fazendo comigo, sei que Deus não me abandonaria. Depois de meia hora termino de me arrumar e desço para encontra Júlio, escolhi um vestido florido que vai até o meio das minhas coxas. Ele não tinha levado um uniforme. Depois que o Sr. Júlio me mostra o que fazer na parte de baixo da casa, começo a preparar o café da manhã sob sua supervisão. Ele me deixa sozinha por um momento. Sei que está me testando, todos aqueles instrumentos poderiam ser usados ao meu favor. — O que vocês estão fazendo? Me assusto com aquela voz e acabo deixando alguns copos cair. Ele me olha zangado e eu não sei o que fazer. Ele está tão perto. —Está esperando o quê para limpar a sujeira que você fez? – Ele não precisa gritar para assustar alguém. Diante do seu olhar eu me fecho e me sinto como uma criança, não entendia porque ele me trata assim nunca fiz nada a ele, fazia apenas horas que havíamos nos conhecido, depois do que pareceu horas, seus olhos não desviando dos meus. Assim calado posso ver sua beleza. Os olhos grandes e verdes, cabelos escuro e uma barba. Ele se vira e disse para o Júlio, não sei o que ele presenciou. — Minha sala agora. Eles saíram, procuro pela pá de lixo e a vassoura para poder limpar a bagunça que fiz. Devo tomar mais cuidado e não querer saber o que realmente irá acontecer se ele se zangar de verdade. Começo a limpar a sujeira que fiz ao deixar os copos caírem, tento ouvir o que o Sr. Montenegro diz ao Sr. Júlio, mas eles estão longe e falando baixo. Estava terminando de limpar o chão quando escuto sua voz atrás de mim novamente. — O que você está fazendo? – O Sr. Montenegro perguntou muito próximo, posso sentir sua respiração, os cacos caíram fazendo com que cortasse minha mão. — Ai! — Grito, ele fica em alerta seus olhos verdes arregalados, sorrio ao ver sua expressão. Por um momento parecendo tão assustado. Ele segura a minha mão e analisa o corte na palma. Parece não se importar com o sangue sujando as suas mãos. — Preste atenção no que faz. Vem que vou limpar isso. Puxei minha mão da sua. Seus olhos são bonitos, assim como sua voz. Mas aqui está a minha frente um lobo em pele de cordeiro. — Não preciso da sua ajuda. – Deixo a água correr sobre minha mão, tentando não gemer de dor. — Quem você acha que é para falar assim? Ele parece irritado, mas eu já não me importo mais. — Você não tem o direito de mandar em mim. Eu estou cansada. — Acho que você se esqueceu de quem manda e quem obedece aqui, você me pertence e vai fazer o que eu quiser.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD