Já passava das nove da manhã. A camisa dele ainda estava no meu corpo, amassada do sono, e confesso que demorei mais do que o necessário pra tirá-la e vestir minha blusa velha de algodão. Queria ficar com o cheiro dele mais um pouco. Mas já tinha abusado da gentileza e de mim mesma. Na sala, ele me esperava sentado no sofá, mexendo no celular com a expressão fechada. Quando me viu, se levantou de imediato, como se a tensão evaporasse. — Tá pronta? — Obrigada por tudo. Pela cama, o café, a... a conversa de ontem. Ele sorriu de canto. Um sorriso que não durava mais que três segundos, mas que deixava tudo menos pesado. — Ainda te levo pra comer uma lasanha de verdade. Aquele lanche de ontem nem contou. — Lasanha? — arqueei a sobrancelha, desconfiada. — E eu achando que a gente ia contin

