Gênesis
"Bem vindos à Pilgrim! A cidade onde o ordinário habita."
Pilgrim, uma cidade pacata no Oeste dos Estados Unidos, uma cidade tão grande em tamanho e tão silvestre, ao mesmo tempo que bem esquecida por todos. As maiores atrações da cidade eram os pequenos de musicais country em bares de esquina ou os campeonatos de esportes que costumam acontecer de vez em quando. Mas aqueles eram dias sombrios na pacata cidade, os índices de criminalidade estavam altíssimos, as ações de criminosos estavam afetando a todos.
Uma ação policial estava causando um verdadeiro furdunço pelas ruas da cidade, os criminosos estavam dentro de um banco ameaçando os funcionários colocando armas nas cabeças de cada um.
Um deles chega no caixa e joga uma bolsa grande e vazia.
- Enche.
A atendente ficou exitante, e ele deu um tiro pro alto, e ela começou a encher a bolsa na mesma hora.
Outro chegou em um funcionário que cuidava da porta do cofre e diz:
- Abra.
- Eu não vou abrir nada! Vocês vão me m***r e vão ficar sem o dinheiro!
Então um outro homem passou por ele, indo até o funcionário que estava se recusando a abrir as portas, então os olhos dele começaram a brilhar em vermelho, assim como os do funcionário, que em seguida se levantou como um zumbi e foi até a porta, digitando o código e abrindo pra eles.
Os olhos do homem que estavam brilhando em vermelho voltam à cor normal, e ele fez um sinal para o resto dos capangas, e eles começam a entrar no cofre, e eles começam a encher sacos e mais sacos de dinheiro, um g***o enorme de capangas foram levando tantas bolsas de sacos de dinheiro que m*l conseguiam segurar sozinhos, foi necessário mais de um capanga para carregar.
O cofre ficou completamente vazio, sem ter nem uma poeira sobrando, a não ser uma caixa preta com detalhes cinzas, que um dos capangas pegou e a olhou bem. Então ele digitou a senha e a trança fez um som alto, destrancando, e quando abriu, tinha um livro dentro, que assim que o capanga abriu e leu, ele viu que não tinha nada de importante com aquele livro, então o jogou no chão e atirou a caixa na parede.
- Vamos embora. - ordenou ele aos outros capangas.
Os capangas foram andando para fora do local carregando as bolsas para dentro de caminhões. Em seguida eles fecharam as portas e arrancaram dali, como a polícia chegando logo após.
Os bandidos foram comemorando dentro do caminhão, abrindo as bolsas e vendo mares de dinheiro. Mas a festa deles acaba quando ouvem a sirene dos carros da polícia ao longe, então eles largam os sacos de dinheiro e pegam as armas se novo. As portas traseiras dos caminhões são abertas e os capangas começam a disparar nos carros da polícia pela rua.
Vários carros foram falhando e parando pela rua com fumaça saindo deles. Então os soldados saem e começam a disparar nos caminhões, mas eles eram a prova de balas e nada perfurava a blindagem.
Os policiais insistem e continuam perseguindo os bandidos, e os disparos ecoavam por todo o lado. Os bandidos riam enquanto atiravam nos policiais, jogando dinheiro pro alto dentro do caminhão.
- Quero um bloqueio na rua 78! - disse um policial no rádio
- Entendido!
Toda aquela agitação estava chegando até a rua 78, onde vários carros da polícia fecharam a rua formando um bloqueio, e os policiais ficaram logo atrás dos carros, mirando com suas armas, se preparando para atirar nos caminhões que estavam chegando.
Os bandidos estavam completamente loucos, atirando nos policiais e gargalhando insanamente. Até que o motorista de um dos caminhões vê o bloqueio se aproximando bem na frente deles, e ele quase pisa no freio, mas o capanga ao lado dele no banco do passageiro o toca no ombro, e ele olha pro capanga, e com os dois se entreolhando, ele acena que sim com a cabeça, e logo depois desiste da ideia de pisar no freio.
Os caminhões foram a toda velocidade em direção ao bloqueio, e os policiais começaram a ficar preocupados vendo que eles não estavam reduzindo, então começaram a disparar, mas a blindagem não deixava nenhuma bala penetrar.
O efeito foi reverso, os caminhões aceleram ainda mais, e eles foram uma fileira com todos se organizando aos poucos e ficando atrás uns dos outros.
Os policiais ficam seriamente preocupados, e arregalam os olhos ao ver os caminhos se aproximando. O capanga que estava dirigindo o primeiro caminhão olha pro capangas no banco do passageiro, e os olhos dele começam a brilhar em vermelho de novo, e então uma massa vermelha e disforme aparece de repente na frente do caminhão dele, e quando isso atinge o bloqueio, desintegra os policiais e as viaturas juntos.
Os bandidos comemoram dando tiros pro alto e gritando, enquanto os policiais do restante do bloqueio ficam sem entender nada vendo os caminhões passarem pela brecha no bloqueio livremente.
Mas a perseguição ainda não tinha acabado, dessa vez helicópteros com imãs tinham chego com vários soldados das forças especiais atirando bombas nas laterais dos caminhões, e as explosões vão tombando os caminhos um pouco para os lados, quase caindo no chão, mas ainda seguindo firme na estrada.
- Aproximem. - ordenou um policial no rádio.
Os helicópteros foram chegando mais perto, e com o ímã ligado, eles começam a mexer um pouco os caminhões, quase tirando eles do chão, mas de repente o ímã começa a falhar e aquelas placas de metal enormes presas aos helicópteros com cabos de aço arrebentam de repente, caindo pelas ruas e quase atingindo as pessoas.
- Isso é impossível! - exclamou um soldado no rádio.
O capanga no banco do passageiro suspira e os olhos voltam a sua cor normal outra vez.
Mais e mais policiais começaram a sair da delegacia e a entrarem em viaturas, saiu uma frota enorme de policiais muito bem armados até a localização comboio. Assim que os policiais os encontram, eles vão direto até os caminhões e quatro viaturas cercaram cada caminhão, impedindo eles de continuarem correndo a toda velocidade. Os capangas tentavam acelerar mais para passar, mas conforme eles aceleravam, as viaturas também aceleravam, impedindo a passagem deles.
- Pegamos eles! - disse outro policial no rádio.
Os olhos da capanga brilham em vermelho outra vez, e de repente várias viaturas começam a ser lançadas pro ar de repente com explosões vermelhas, e uma confusão começa entre os policiais, tentando desviar das viaturas que vinham caindo e atropelando tudo pela rua, rolando em cima de outras viaturas.
Mais uma vez, os bandidos comemoram, e várias viaturas acidentadas começam a pegar fogo e explodem, matando vários policiais de uma vez só.
O capanga de olhos vermelhos fazem seus olhos voltarem a cor normal novamente, e descansa.
O comboio continuou seguindo até o seu destino, com o bandidos parecendo loucos comemorando com trilhões roubados de uma vez só, enquanto o capanga de olhos vermelhos parecia extremamente insatisfeitos.
- Vamos encontrar na próxima chefe, eu tenho certeza. - disse o capanga que estava dirigindo o caminhão para o capanga de olhos vermelhos.
- Cala a boca e dirige. - ele respondeu.
Dias mais tarde...
Dezenas de pessoas estavam reunidas em um cemitério local, tinham dezenas de caixões com a bandeira da cidade de Pilgrim, que é uma bandeira laranja com o brasão sendo uma águia prata de duas cabeças e uma bússola preta no fundo.
Tinham famílias chorando, mulheres, crianças, irmãos, pais e mães. Também tinham muitos policiais usando fardas e com suas boinas em mãos.
Um policial estava passando pelos caixões e deixando flores brancas, ele ia passando bem lentamente e deixando uma por uma como se cada momento fosse único. Assim que colocou todas as flores, aquele policial foi até um local onde a guarda estava parada com rifles nas mãos e também pego um rifle.
- Agora, como sinal de respeito aos nossos bravos e corajosos falecidos colegas, começaremos a cerimônia antes do enterro dos caixões.
Os policiais apontaram as armas para o horizonte e dispararam nove vezes com uma pausa de 10 segundos entre cada disparo.
Um piano começa a tocar no fundo, e um senhor idoso de barba e cabelos grisalhos chega no meio do caixões e começa a discursar:
- "Do ** veio, ao ** voltará" diz a palavra do Senhor. Hoje choramos a perda de nossos amados e corajosos policiais, que morreram em combate na missão de tornar a nossa cidade mais segura para nós. Todos eles são heróis que devem ser lembrados para sempre, principalmente quando alcançarmos os tempos de paz, que nós sempre tenhamos em nossas memórias os homens e mulheres responsáveis que deram suas vidas para que tivéssemos o privilégio de viver bem. Que a família, os amigos e os colegas de farda possam encontrar conforto nesse momento tão difícil e doloroso. Que Deus os receba de braços abertos, que nós também sejamos abençoados e que possamos ter nosso sonho de dias de paz finalmente realizados.
E o homem sai andando pelo meio dos caixões, e ele vai até um dos policiais, que diz:
- Obrigado pelas palavras, Pastor Jarbas.
- Foi uma tremenda honra, oficial. - respondeu o Pastor Jarbas.
Então um outro policial deu a ordem pro coveiro, e os caixões começaram a ser abaixados lentamente até suas respectivas covas.
A cena foi de cortas o coração pros policiais que tentavam manter a postura enquanto deixavam as lágrimas correr, quando viram os familiares desesperados tentando impedir os caixões de descerem e os policiais tentando segurá-los.
No noticiário, passava a notícia:
- Hoje noventa e dois oficiais da polícia militar de Pilgrim foram mortos durante a perseguição do roubo ao banco. As famílias e os colegas lamentam a perda, assim como todos os cidadãos de Pilgrim. Que Deus conforte nossos corações.
Diariamente e incessantemente, os jornais traziam uma notícia nova de algum caso de ações de criminosos que geralmente resultava em roubos que geravam muito prejuízo ou mortes de pessoas inocentes.
Mas nem tudo era más notícias, o maior time de esportes da cidade, o Striker, está treinando com bastante inspiração, jogadores correndo pra lá e pra cá enquanto disputam uma partida bem acirrada de beisebol. O Striker é conhecido por ter os jogadores mais famosos, habilidosos e carismáticos do país, com exceção de um.
No fim da partida, Ethan Stevens Miles, um rapaz franzino, de pele clara, cabelo castanho bagunçado e olhos da mesma cor, joga seu colete de treino no chão e se senta embaixo de uma árvore próxima ao campo.
Um dos jogadores acerta uma garrafa de água vazia na cabeça de Ethan, e o provoca:
- Eu to com sede, garoto da água!
O g***o de jogadores que estava com ele começou a rir entre si, e Ethan apenas abaixou a cabeça e ficou quieto.
Algum tempo depois, eles foram embora, deixando todo o material do treino largado pelo campo, tinha capacetes, bolas, tacos, garrafas de água e lixo pelo campo inteiro. O técnico do time saiu do vestiário e assim que viu toda aquela bagunça, gritou com Ethan:
- Miles! o que está fazendo parado aí?! Esse campo não vai se limpar sozinho.
Exausto, Ethan respira fundo e se levanta, mas é surpreendido por uma mulher branca, cabelos longos e ruivos, com olhos verdes. A aparência dela é inconfundível, aquela mulher abre um sorriso e vem andando mais rápido até Ethan, e os dois se abraçam forte, e ele diz:
- A doutora Mary Watson fora do trabalho? Acho que estou sonhando.
Eles sorriem um pro outro, e Mary fala bastante empolgada:
- Saí um pouco mais cedo hoje, Thomas disse que você estaria aqui, então pensei em vir aqui e te convidar pra tomar um sorvete, como nos velhos tempos. Mas pensei por um instante que você tinha saído com o time.
- O time não me... convidou. - disse ele, olhando pro campo deserto e cheio de coisas pra arrumar.
- Oh... mas eu tenho certeza que a partida foi empolgante.
- Me colocaram pra servir água para os jogadores... de novo.
- Ah... sinto muito. Ao menos você tem uma amiga aqui super animada pra te levar pra tomar o melhor sorvete da sua vida.
- É bondoso você querer me fazer sentir melhor, mas não precisa. Sei que não sou nem um pouco popular, eu já aceitei a minha realidade.
- Não diga isso, as pessoas aqui gostam de você.
- Eu tenho a saúde mais fraca do time todo, não sei correr, rebater, meu braço é mais fino do que macarrão. Minha única utilidade aqui é correr de um lado pro outro com um colete maior do que eu enquanto sirvo água para as verdadeiras estrelas do time.
- Pelo menos ninguém passa sede, graças a você.
- Muito engraçado.
- Você tá é muito pra baixo. Vamos, deixa eu ver se consigo salvar o resto do seu dia.
- Não antes de eu arrumar essa bagunça toda. - ele apontou pro campo.
- Ah, certo.
Levou algumas horas até Ethan limpar o campo todo, quando ele acabou, já era quase final de tarde. Ele estava indo com Mary até a sorveteria mais próxima, e assim que chegam, eles já pedem o de sempre e se sentam numa mesa.
Ethan tem o mesmo olhar tedioso e cabisbaixo de sempre, e Mary, ainda tentando animar ele, puxa assunto:
- Thomas comentou que você ia estar treinando o dia todo hoje.
- Ganhei folga do trabalho hoje, já terminei todos os serviços, que eram basicamente consertar lâmpadas.
- Você é um mestre em eletromecânica, foi o aluno número 1 do MIT, provavelmente o cara mais inteligente que eu já conheci, e olha que eu sou científica. Tem conhecimento em tantas áreas do ramo tecnológico que você não deve ter espaço na parede pra tanto diploma.
- Um eletromecânico não tem muito o que fazer em Pilgrim, a não ser ajustar antenas parabólicas para senhoras de idade.
- Um dia as pessoas vão valorizar isso em você, e anota o que tô dizendo, quando isso acontecer, você vai superar até mesmo o seu pai.
- Aqui nessa cidade? Eu acho impossível.
- Bom, eu sou neurocientista e tô atolada de trabalho, não era assim a alguns anos, mas agora é. Um dia a sorte sorri pra nós.
- Você conta demais com a sorte.
- Talvez não seja tão r**m.
Eu prefiro não arriscar.
Um garçom passa e deixa o sorvete dos dois na mesa, e eles agradecem.
- O que quero dizer, é que um dia as pessoas vão perceber o quão incrível você é. - ela disse.
- Disso eu não sei.
- Qualé, eu tô tentando.
- Eu sei, eu só... tô em um dia r**m. Desculpa ser tão rude. - ele diz massageando a nuca.
- Todos temos dias ruins, relaxe.
Ethan ouve seu celular tocar dentro de sua mochila, e ele abre para pegá-lo, mas estava tudo tão bagunçado lá dentro que ele teve que tirar muita coisa dali, e encontrou sua chave.
- Mary, pode segurar isso pra mim por um instante?
- Claro.
Ele entregou a chave pra ela, em seguida continuou procurando. Nesse momento, um outro garçom passou e deixou uma outra taça de sorvete para Ethan em cima da mesa.
- Nós não pedimos isso, senhor. - ele disse para o garçom.
- Os jogadores do Striker sempre recebem uma porção por conta da casa. - o garçom falou com uma voz calma.
Ethan e Mary se entreolham, e ela sorri pra ele.
- Já que é assim, muito obrigado, senhor. - disse Ethan.
O garçom acenou com a cabeça e saiu.
- Viu? Não é tão r**m. - Mary falou.
Ethan enfim achou o celular no fundo da bolsa, e quando pegou ele, a ligação parou, e ficou registrado com o contato de Sherry Miles.
- Ah, era a minha mãe, deve estar querendo saber se já saí do treino. - disse Ethan.
Já saí do treino e estou na sorveteria com a Mary.
Não demore.
Ele escreveu uma mensagem e guardou o celular.
- Mas e aí, qual o lance entre você e o Thomas? - Ethan perguntou.
- Somos apenas amigos.
- É por isso que seu rosto fica mais vermelho que seu cabelo quando fala dele?
- I-Isso não é verdade.
- Aham.
Não é como se uma neurocientista pudesse ter um caso com o famoso Muralha de Ferro, um dos lutadores e atletas mais famosos do mundo, não é?
Eu vejo duas carreiras promissoras se unindo nisso daí.
Você se acha muito engracado, né? O lado bom é que parece que seu senso de humor voltou.
Ethan ri, e ele e Mary ficaram horas conversando enquanto tomavam sorvete, como nos tempos bons de amigos de infância que eles sempre foram.
Quando estava começando a escurecer, eles saíram da sorveteria e desceram a rua conversando e rindo bastante, Ethan estava um pouco mais animado.
Então, nos vemos depois? - perguntou Mary.
Quando você tiver tempo, sim.
Eu nem sou tão ocupada assim.
Claro que não é.
Chegando em uma parte do caminho, eles se despediram e foram cada um pra um lado.
Ethan foi andando, quando no meio do caminho ele se lembrou de que tinha esquecido sua chave com Mary. Fazia pouco tempo que eles tinham se separado, então ele achou que dava tempo de alcançá-la, então ele voltou o caminho e foi correndo atrás dela.
Assim que ele encontra sua amiga, ele vê que ela está sendo assaltada, um homem de máscara com uma p*****a na mão estava ameaçando ela, então ele toma a bolsa de Mary e aponta a a**a pra ela, mas Ethan intervém e corre pra cima do bandido, se jogando em cima dele e caindo com ele no chão.
Os dois começam a brigar, mas o bandido só bate com a a**a na cabeça de Ethan e ele cai no chão com a testa sangrando.
Ainda caído no chão, o bandido aponta a a**a para Mary, e Ethan, vendo que sua amiga estava prestes a levar um tiro, se levanta rapidamente e empurra ela pro lado, levando o tiro no lugar dela.
O disparo pegou no braço direito e atravessou, se alojando no abdômen dele. Ethan bate de costas em um carro e cai no chão babando sangue.
Mary fica desesperada e vai acudir Ethan, e o bandido foge com a bolsa.
- Ethan! Ethan, aguenta firme, fica comigo! - ela tentava dizer enquanto pressionava a ferida dele, tentando estancar o sangue.
Ethan está sangrando muito e começou a se sentir fraco, e aos poucos ele foi perdendo a consciência. Mary começou a gritar por ajuda, e as pessoas pela rua vieram ajudar.
A última coisa que Ethan viu antes de desmaiar, foi Mary desesperada tentando ajudá-lo e as pessoas em volta, enquanto uma sirene de ambulância piscava vindo de longe. Mas ele não aguentou mais e acabou desmaiando.