Sem Tempo

854 Words
Os momentos seguintes foram como borrões de luzes e gente gritando para Ethan. Ele acorda em um quarto de hospital com o braço direito, abdômen e cabeça enfaixados. Ao tentar se mexer, ele sente uma dor insuportável e desiste da ideia, deitando na cama de novo. Um médico entrou no quarto com uma prancheta na mão, ele é alto, branco, com cabelo preto e liso, e um óculos redondo que o ajudava a ler a prancheta. - Ethan, você acordou. Isso é um bom sinal. - Doutor Clay? O que está acontecendo? O que... - Ethan falava com fraqueza. O médico pegou uma cadeira e se sentou perto dele. - Como está se sentindo, amigão? Ethan não respondeu nada, ele estava pálido e não sentia a maior parte do próprio corpo. - Eu... preciso te liberar pra casa, Ethan. - O que? - Você precisa ficar em observação, não foi só o tiro que te afetou, mas também uma bactéria na bala que adentrou o seu organismo, provavelmente o revólver estava velho e sujo demais. Sua saúde é muito frágil e você precisa se cuidar. Ele fechou os olhos e respirou fundo. - Tentamos alguns antibióticos nessas últimas horas, porém nada deu certo. Testamos um novo, e passei a receita para que você tome em casa pelos próximos dias. Ethan não falava nada, ele só ficou olhando seu braço engessado e sua barriga enfaixada enquanto gemia de dor. - Assim que estiver pronto, me avise. Sua mãe veio pra te levar pra casa. O doutor ajudou Ethan a se levantar devagar da cama e depois saiu e deixou ele à v*****e. Com muita dificuldade, Ethan se vestiu e saiu do quarto andando devagar. Uma enfermeira o acompanhou até a entrada do hospital, onde uma mulher loira de cabelos lisos, olhos verdes e pele clara estava esperando por ele, era Sherry, sua mãe. Assim que ela vê Ethan, ela vai até ele e o abraça forte, com uma lágrima escorrendo pela bochecha. - Filho, como você tá? - ela disse forçando um sorriso. - Eu estou bem, mãe. Sherry olhou pra enfermeira, que entregou um fichário pra ela. Sherry agradeceu e então ela e Ethan saíram do hospital. A viagem de carro até em casa estava um silêncio total, nem Ethan e nem Sherry diziam uma única palavra, mas a mãe não parava de olhar pra ele pelo retrovisor, e Ethan percebia isso, começando a ficar incomodado. Ela resolve quebrar o gelo e pergunta: - O que aconteceu lá? Digo, no assalto. - Um cara assaltou a Mary e pegou a bolsa dela, depois ele tentou atirar nela, mas eu a empurrei e a bala acabou pegando em mim. Sherry deixou algumas lágrimas escorrerem enquanto ouvia ele, depois falou em tom da raiva: - Por que foi se expôr assim, Ethan?! Você não é um super herói. - Eu não podia ficar simplesmente parado assistindo minha amiga levar um tiro. - Nem sempre devemos considerar o bem alheio mais importante que o nosso, infelizmente a vida é assim. - Prefiro mil vezes levar outro tiro do que acreditar nisso. - disse ele. Sherry se calou, e eles prosseguiram o resto da viagem em silêncio. A casa dos Miles fica na rua 203, é uma modesta casa de dois andares com um gramado verde, paredes brancas e telhado marrom. Sherry abre a porta e Ethan entra primeiro, a sala de estar com uma mesa baixa e redonda com uma TV e um sofá trazia uma sensação reconfortante para ele. - Quer beber alguma coisa? - Sherry ofereceu. - Pode ser. Ela largou o fichário em cima da mesa na sala de estar e foi até a cozinha. Ethan reparou que sua mãe estava muito estranha, a reação dela era mais do que alguém que teve um filho baleado, ela parecia estar prestes a surtar, mas se segurava o tempo inteiro. Então ele resolve m***r a dúvida, e pega o fichário em cima da mesa e abre, lá estava todo o relatório médico da situação de Ethan, e assim que ele começa a ler, se dá conta de seu real estado: - "Crítico e irrecuperável. A expectativa de vida do paciente é de só mais algumas semanas." - ele leu. Tinha a assinatura do Doutor Clay logo abaixo. Ethan começou a entrar em pânico e largou o fichário em cima da mesa. Saber que sua morte estava próxima o deixou ele atônito. Algum problema? Está passando m*l? - disse Sherry lá da cozinha, escutando ele começar a se afobar. N-Não! Tá tudo bem. Ela vem dar uma olhada nele e Ethan acena para ela, vendo que ele estava bem, em seguida Sherry volta para a cozinha. Ethan cuidadosamente guarda o fichário onde estava e tenta respirar devagar. Ok, não piore as coisas Ethan. Tente agir normalmente. - ele dizia para si mesmo. Estranhando a demora da mãe, ele vai até a cozinha verificar, e encontra Sherry em prantos na pia, chorando inconsolavemente mas sem fazer barulho para não chamar a atenção. Ethan volta para a sala e se encosta de costas na parede, também se sentindo m*l.
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