A Noite em que a Estrada Parou

1282 Words

A volta começou tranquila demais — e, sinceramente, eu devia ter desconfiado disso. Depois de tudo o que a gente passou em Londrina, era até estranho o silêncio confortável que tinha se instalado entre eu e a Leila. Nenhum dos dois parecia disposto a discutir. Ela dirigia concentrada, o cabelo solto caindo no ombro, e eu, pela primeira vez, não sentia vontade de provocar. Era como se, depois de dias de guerra fria, a trégua tivesse vindo disfarçada de calmaria. Mas calma demais, pra mim, sempre foi sinal de que a tempestade tava só esperando o momento certo. A estrada era longa, o céu começava a escurecer. O sol, preguiçoso, se despedia no retrovisor, e o horizonte ganhava tons de laranja e violeta. Fiquei quieto. Era raro ver ela baixar a guarda, mesmo por um segundo. Aí o carro t

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