Eu ainda estava ali, no banco do parque, meio desmoronado, tentando juntar meus pedaços, quando senti a mão de Clara apertar levemente meu braço. Foi um gesto simples, mas carregado de uma força que eu não esperava. Eu olhei pra ela, meio sem jeito, tentando me recompor, e vi aqueles olhos enormes me encarando com uma ternura que me desmontava mais do que qualquer palavra. — Beto… — ela disse, baixinho, como quem escolhia cada palavra com cuidado. — Eu sei que você não deve gostar de se sentir frágil, de expor essas coisas. Mas olha, você não tá sozinho. E, sinceramente, eu não consigo ficar de braços cruzados vendo você desesperado desse jeito. Balancei a cabeça de imediato, quase automático. — Não, Clara… não. — engoli seco, tentando soar firme. — Eu não quero envolver você nisso. Voc

