Era um domingo tranquilo, daqueles em que o sol parece ter preguiça de queimar. A cidade respirava devagar, e a vó Cidoca, como sempre, estava impossível desde a hora em que acordou. — Hoje eu quero passeio, Beto! — anunciou, abrindo a cortina como se fosse o palco de um teatro. — A vida tá curta e minhas pernas ainda tão obedecendo. Vamos andar, ver gente, comer coisa que faz m*l! Eu ri, ainda meio sonolento. — Onde a senhora quer ir? — Num lugar com gente bonita, cachorro passeando e café caro. — disse, ajustando o chapéu de palha e colocando óculos escuros enormes. — Quero me sentir chique, ué. Acabamos indo até o parque central, o lugar mais movimentado da cidade num domingo de sol. Estava cheio de famílias, crianças correndo, vendedores de algodão-doce e uns músicos tocando MPB p

