A semana parecia correr normal.
O fluxo de clientes na loja era constante, o barulho de motores, o tilintar das chaves e o vai e vem de papéis faziam o tempo passar mais rápido do que eu esperava. Depois da visita de Clara para me entregar o carro novo, eu me convenci de que aquele tinha sido o ponto final. Um gesto bonito, simbólico, de gratidão — mas nada além disso.
Só que a vida adora me provar errado.
Era uma tarde de sexta-feira. Eu estava no escritório da loja, finalizando um contrato, quando senti meu celular vibrar. Peguei sem muita atenção, achando que fosse minha vó mandando mensagem pra comprar pão no caminho. Mas o nome que apareceu na tela fez meu coração errar o compasso:
Clara.
Por alguns segundos, fiquei olhando a tela sem coragem de abrir.
Respirei fundo, passei a m
