Depois de uns bons minutos de jogatina, eu e Theo já estávamos rindo feito dois moleques. Eu tinha me esquecido por completo de toda aquela tensão que aconteceu mais cedo, do susto na piscina e até da saia justa na sala de estar. Era como se, naquele quarto, só existisse eu e ele, frente a frente no videogame, cada um querendo provar que era melhor que o outro. Theo gritava, balançava o corpo como se isso fosse ajudar o bonequinho a correr mais rápido, e eu fazia questão de provocar: — Ih, já vai perder de novo, campeão! — Nunca! — ele retrucou, apertando os botões com tanta força que parecia que ia afundar o controle. — Você tá trapaceando, só pode! Eu gargalhei alto. — Trapaceando? Eu? Eu sou só um mestre disfarçado, garoto. Ele me olhou com aquela cara emburrada de quem não aceita

