Depois de semanas trabalhando feito um condenado e pensando demais em quem eu não devia, eu resolvi: precisava sair da rotina. Um respiro. E, pra minha sorte (ou loucura), minha vó topou na hora. — Praia, vó. Três dias de descanso, só a senhora e eu. — Ah, meu filho, cê tá falando sério? Porque eu já tô vendo até o biquíni de bolinha que comprei em 1998! Quase engasguei com o café. — PELO AMOR DE DEUS, VÓ, biquíni? — Ué, eu não sou de pedra. Vou pegar meu sol também, ora. E foi assim que, dois dias depois, lá estávamos nós, com o carro lotado de tralha — cooler, toalhas, guarda-sol, farofa e até uma cadeira de praia velha que ela jurava que era “de estimação”. — Vó, essa cadeira tá com o parafuso saindo. — Pois é, meu filho, mas é ela que molda certinho o meu bumbum. Nova nenhuma

