É só isso. Sem sorriso. Sem elogio escancarado. Sem entusiasmo. Uma constatação seca, precisa, polida. Carregada daquele tipo de desaprovação elegante que não precisa ser dita em voz alta. Ergo uma sobrancelha. — Eu sei. — Respondo, cruzando os braços, porque, se é para ser afrontosa, que seja com categoria. Ela vira de costas, ajusta discretamente o véu que cobre os cabelos e diz apenas: — Podemos ir? — Claro. — Faço um gesto, apontando a porta. — Depois de você. E saio atrás dela, pisando firme, deixando que cada passo ecoe naquele corredor de mármore, como se dissesse ao mundo — e a ele — que, se querem me transformar em peça desse jogo, vão descobrir bem rápido que... eu sou uma peça que nunca se move na direção esperada. Atravesso os corredores de mármore como se estivesse indo

