Manu narrando:
Se passaram três semanas depois daquele incidente terrível.
Minha mãe não sai do meu pé, tomou meu celular, me proíbe de sair de casa , pra mim agora é só da escola pra casa.
Eu não sei o que tava rolando comigo, d***a. Estava enjoada, me sentindo m*l , meu estômago embrulhava facilmente com qualquer coisa que eu comia.
Quer dizer , isso se eu conseguisse né.
- Manuela?
- Oi pai. - dei um sorriso forçado.
- Posso saber o que está acontecendo?
- O quê? - me fiz de desentendida.
- O clima entre você e Mirelle.
- É... Você sabe como é minha mãe né pai.
- Hm, eu vou pra empresa tchau. - deu um beijo no topo da minha cabeça e saiu.
Meu pai era um bom homem. Mas malmente ficávamos juntos, pois ele trabalha demais. E quando está em casa "minha mãe" enche o saco.
Hoje era sábado, pelo menos não teria que ir pra escola. Depois disso tudo, Paula e Luísa quase não falam comigo, ou me evitam ou apenas trocam palavras.
Duas semanas depois
Minha mãe parou de encher meu saco , mas as tonturas continuavam . Eu estava desesperada, pesquisei no google o que significam esses sintomas e apareceu o inesperado "Gravidez" .
Não, não pode ser. Pensei um pouco e nossa, minha menstruação estava atrasada. Manuela não pode ser, tudo menos isso.15 anos, grávida de um cara que conheci em uma festa , e que me tratou depois como uma v*******a !
E agora? Não tinha com quem contar , minhas "amigas" eu percebi que nunca foram de verdade. Só tinha Léo pra conversar. Peguei meu celular e liguei pro mesmo.
Sms
- Léo? - falei nervosa do outro lado da linha.
- Oi Manu, e aí?
- Eu não tô bem. Preciso conversar com você .
- Conversa pequena. Eu tô aqui..
- Pode ser pessoalmente? É muito urgente.
- Falou, eu posso ir na sua casa?
- Sim, meus pais não estão .
- Tá bom , em uma hora estou aí. Se cuida beijos.
É bom , pelo menos saber que alguém se importa comigo. Léo era o único com quem eu podia contar.
Em uma hora ele chegou.
- Iai, o quê que tá pegando?
- Eu ... - falei sem coragem de contar.
- Fala Manuela. - Léo disse já impaciente.
- Tá, sabe aquele garoto? Felipe que tava com você naquela festa.
- Sim, sei quê que têm ?
- Ele e eu ..
- Pera, para ele e você o quê Manu?- arquiou as sombrancelhas.
- Ele tirou minha virgindade!
- Ai caralho... Como você.. - Léo respirou fundo. - Como aconteceu isso?
- Ué, como aconteceu ué.
- i****a. Tô falando como aconteceu , ah cê entendeu.
- Eu estava bêbada Léo, ele também. Ele me chamou pra me levar pra casa, aí rolou acabei indo pra casa dele e aconteceu esse... Essa d***a. Depois disso ele me tratou m*l, ai que ódio. - rangi os dentes.
- Cara, porra... - Léo me olhou intacto.
- Mas Léo, o pior não é isso.
- O que pode ser pior do que uma garota de 15 anos ter perdido a virgindade com um cara de 22 ainda dono do.. Se eu tivesse te vigiado nada disso faria acontecido.- andou de um lado para o outro.
- Pera ele têm 22 anos? Você me ajudou bastante.Dono de quê ? - suspirei.
- Nada dono de nada. Manu, qual é o pior?
- É que.. Minha menstruação atrasou, e eu tô me sentindo m*l ultimamente. Eu pesquisei sobre isso e.. Apareceu que podia ser gravidez. - falei e ele fez um "O" com a boca.
- QUÊ? Vocês usaram c*******a né? Por favor diz isso. - ele praticamente gritou.
- Fala baixo m***a.
- Manuela, me diz vocês usaram p******o?
- Leonardo, eu não sei. Eu estava bêbada, por isso fiz esse absurdo.- falei nervosa com a mão na testa.
- Ò, fica calma amanhã depois da escola.. Você me encontra depois do colégio naquela sorveteria que sempre vamos tá? - ele sorriu tentando me acalmar.
- Pra quê?
- Vou te entregar um teste de gravidez.
- Obrigado Léo , o que seria de mim sem você. - sorri fraco.
- Eu tô aqui, Manu. Além de prima você é minha amiga. - ele me abraçou forte. - Eu tenho que ir fica bem.
- Tchau Léo , te amo. - dei um beijo nele e o mesmo saiu.
O resto do meu dia foi um tédio, tentei ouvir música, tentei ler um livro , tentei experimentar as roupas ainda com etiqueta que eu comprei e até hoje não usei, mas nada. Nada me tirava da cabeça a possibilidade de estar grávida daquele...
Eu só queria que isso fosse um sonho, ou ver que tudo isso fosse um pesadelo.
Desci e fui para cozinha, conversar com minha única amiga. Dulce.
- Oi Dulce . - disse cabisbaixa.
- Oi Manu, que surpresa você por aqui . - ela sorriu enquanto cortava legumes .
- É ... Dulce, a gente precisa conversar. - não aguentei e desabei em lágrimas.
- Que foi Manu? Porque você tá assim? - ela veio até mim.
- Eu não tenho ninguém Dulce, eu não suporto mais! E se eu tiver esperando essa coisa.. Eu ... - gaguejei entre soluços.
- Pera Manu, fala direito. Esperando o quê?
- É o seguinte...- contei toda a história pra ela e a mesma me abraçou.
- Ô filha não fica assim não tá? Eu já passei por isso. - fez uma cara meio triste.
- Como assim Du?
- Aos 14 anos, eu engravidei do menino que eu gostava. É, eu gostava porque ele.. Não gostava de mim, e nem nunca gostou. Só tirou minha virgindade, me engravidou aah.. Foi o fim da picada pra mim.
- Mas, você não têm filhos Du.. - falei ainda chorando.
- Justamente, eu fiquei desesperada. Meus pais me expulsaram de casa, então eu tomei remédios e mais remédios pra perder esse bebê, e perdi.. - ela desabou em lágrimas. - Depois disso ah Manu, eu me arrependi tanto, fiquei estéril e não posso ter filhos.
- Nossa eu.. Não sei o que dizer. - minha única reação foi correr e abraça- lá.
- Não fica assim menina , para de chorar tá? - consenti ainda em soluços. - Você têm que ser forte se estiver esperando um filho. Não é uma coisa, e sim um serzinho que têm seu sangue Manu não cometa o mesmo erro que eu.
- Eu, tô indecisa, mas eu quero fugir desse pesadelo!
- Mas vai dar tudo certo. - ela sorriu.
- Obrigada Dulce. - a abracei quando ouvi a buzina lá na porta.
Minha mãe chegou, subi rapidamente para meu quarto evitando de encontrar com ela. Tranquei a porta do meu quarto , coloquei o alarme pra tocar 6:00 da manhã do dia seguinte e adormeci.