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Reminiscência

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Jungkook era um jovem lorde, irmão e guerreiro de confiança do líder de seu clã, Jeon Hoseok. Logo o rapaz é incumbido à uma missão que somente ele pode realizar, escoltar o futuro noivo do irmão, das terras do Norte, para o reino do Sul.

Yoongi era um ômega de uma beleza tão ilustre que percorria todos os reinos e o jovem tem como única perspectiva de vida servir ao seu povo, mesmo que precise ser usado como moeda de troca.

Tanto Jungkook, quanto Yoongi estão conformados com seus destinos, mas o que nenhum deles sabia é que havia algo que os tiraria de seu caminho, algo além da compreensão deles, que estava intrínseco em suas almas e que era capaz de percorrer por diversas vidas.

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Parte I — Chegada às terras do Norte
    Fazia pouco mais de um mês que um dos lordes do reino do Sul cavalgava rumo ao Norte. Para ser mais exato, para as terras de Quel'Thalas, o território dos Min, em busca do noivo prometido de seu irmão mais velho, o futuro alfa líder do reino de Teldrassil, Jeon Hoseok.     O cansaço já tomava o corpo jovem e viril do alfa, que estava em ansiedade para conhecer o famoso ômega filho dos Min, pois não acreditava que um ômega poderia ser tão tentador daquela forma que beirava a loucura de alguns. Por isso, gostaria de tirar a prova com seus próprios olhos, além de, é claro, evitar a grande nevasca que estava prevista para chegar. Cavalgava dias a fio, tendo apenas poucas pausas para descanso.     Jeon Hoseok era conhecido como um homem extremamente calculista, frio — para todos que não fossem da família — e desconfiado. E como futuro líder de seu reino, não queria correr o risco de ter o seu futuro companheiro maculado. Então, quando finalmente o alfa conseguiu fechar o acordo de casamento e a aliança com o líder de Quel'Thalas, Min Kihyun, a única pessoa que veio a sua mente para pegar seu belo e jovem noivo fora a única pessoa em quem confiava, seu irmão mais novo, Jeon Jungkook. Afinal, os boatos sobre a beleza de Min Yoongi percorriam todos os reinos.     Diziam que seu cheiro de azaleias selvagens era sutil, porém totalmente inebriante, pois mesmo que não fosse forte, a reação de dependência que ele causava em alfas era letal. Sua tez pálida parecia reluzir de tão branca e hidratada; seus lábios vermelhos e pequenos eram tão lindos e delineados que pareciam feitos a mão por um artista; seus olhos eram de um violeta raro e carregava tanta inocência, porém seu formato, felino, lhe dava um ar selvagem e sensual; seus cabelos eram brancos como a neve de sua região e, para alguém do Sul, o ômega seria uma beleza exótica.     Mas além de toda a beleza de seu rosto, o filho dos Min ainda possuía um corpo milimetricamente perfeito. Tinha uma estrutura magra, porém suas curvas eram tão tentadoras quanto as dos ômegas mais voluptuosos. Sua cintura delgada, quadris largos e b***a empinada, eram tentadores para qualquer alfa. Além de tudo, o ômega ainda possuía belos pares de pernas longas, afinal, Yoongi média 1,75 — uma estatura alta para um ômega. Então, depois de tantos boatos e desejos de outros alfas, para com o seu ômega, deixá-lo nas mãos de qualquer servo não era uma opção para Hoseok.     E embora não faltasse mais tanto, ainda havia estrada pela frente e, enquanto o mais jovem dos Jeon se perdia em pensamentos, tentando encurtar a viagem cansativa em sua mente, o rapaz que buscava estava na sala de seu castelo, bebendo seu chá da tarde, caindo em epifania.     O jovem mestre daquele reino, que nunca havia tido uma preocupação real na vida, agora se encontrava, pela primeira vez, um tanto estressado. Sabia que esse dia chegaria, fora criado para isso. Como ômega e um lorde, sabia que um casamento arranjado era um dever seu. Só não imaginou que esse dia chegaria tão cedo.     Yoongi m*l havia completado seus dezoito anos e agora percebia que não estava completamente pronto para deixar suas terras. Era em Quel'Thalas que estava toda a sua vida, seus lugares favoritos, lembranças, o castelo onde sempre morou e, o mais importante dentre todas as opções, sua família. E agora teria que ir para um outro reino, com outro clima, outro castelo e outra família. Teria que casar-se com um alfa que nunca tinha visto e gerar um bebê seu em algum momento. A cada segundo surgia um medo novo, pensava como seria se jamais se acostumasse a sua nova vida.     Nenhum dos servos que cuidavam do rapaz dizia coisa alguma, mesmo que notassem que ele estava quieto demais, o que não era tão típico, — já que o mesmo sempre fazia comentários, principalmente sobre seus planos para o dia — e nesse dia, em particular, Yoongi parecia não ter planejado nada ou não queria falar sobre isso. Então, assim que Yoongi pousou sua xícara de chá vazia sobre a mesa e manteve um olhar distante e o silêncio da sala, um de seus servos pessoais, designados só para si, quebrou o silêncio que o jovem mestre fazia o dia inteiro:     — Meu lorde, o que deseja fazer agora?     E pela primeira vez, aquela pergunta se tornou algo difícil demais para processar. Porque Yoongi sentia que queria se despedir de tudo aquilo que teria que deixar para trás definitivamente.     — Termas. — falou, sem vontade de usar muitas palavras.     Ele nem tinha certeza se era isso mesmo que queria fazer, já que mil coisas se passavam em sua cabeça, coisas que iam lhe fazer muita falta, porém de repente a palavra saiu. Talvez fosse pelo clima frio que fazia no reino ou apenas porque ele sabia que não devia fazer aquilo àquela hora.     — Meu lorde.... — começou com receio, afinal, Yoongi era, na maior parte do tempo, fácil de lidar, entretanto, quando colocava alguma ideia louca na cabeça era praticamente impossível impedi-lo de seguir em frente.     A criação como único ômega da família, claro que excluindo sua mãe, em meio a cinco alfas mais velhos, incluindo o seu próprio pai, deixou o jovem Min um pouco mimado, pois sempre fora tratado por todos como uma flor delicada que nascia em meio a neve e necessitava de todo o zelo para sobreviver a temperaturas severas.     — Eu sei o que vai dizer, Kang. — levantou-se, m*l olhando para o servo beta, sua atenção estava na paisagem, que muitos definiriam como monótona, mas para o Min era extremamente encantadora; aquele mar de branco, em específico naquele horário, pois a neve parecia refletir as cores do pôr do sol, além de criar alguns tons de lilás quando o laranja, amarelo e branco se misturavam na imensidão gelada das montanhas e as árvores de gelo no horizonte de Quel'Thalas, formando uma bela aquarela. — Logo vai anoitecer e meus pais e irmãos vão se reunir para o jantar. — falou com descaso, afinal, sempre podia fazer uma manha para amenizar as suas punições. — Mas se formos rápidos e não ficarmos aqui com discussões inúteis, pois você sabe que vou de todo jeito, chegaremos a tempo.     Resignado com a vontade imutável de seu lorde, Kang pegou toalhas e roupas quentes para o Min, as colocando em um pequeno cesto de palha, pois mesmo que as águas tivessem temperaturas altas, o clima frio ainda poderia adoecer o ômega que estava sob os seus cuidados.     — Podemos ir agora, meu lorde. — falou ao pôr a manta de pele grossa nos ombros de Yoongi.     As águas termais ficavam nas montanhas e existiam dois acessos para ela, um pelo vilarejo do povo de Quel'Thalas e outro, o caminho seguro para um ômega real, pelos túneis secretos do castelo, que também poderia ser considerado um pequeno atalho. Então não demoraram tanto para chegar às águas azuis e fumegantes das termas.     Ao Yoongi, ainda vestido, tocar os seus pés na água quente um soluço alto lhe escapou. Em desespero o servo correu até o ômega, talvez as águas estivessem quentes demais e tivessem, assim, machucado a pele sensível do Min.     — Eu estou bem, Kang. — escutou a movimentação rápida de seu servo, mas ainda de costas levantou uma mão para que ele parasse. — Eu apenas me emocionei.     — Porque, meu lorde?     — Muitos acham que sou um ômega fútil que não sabe a realidade em que vivi por ter seus gostos sempre atendidos, mas eu sei muito bem o que acontece neste castelo e sobre o futuro que me reserva, não sou alienado em acreditar que meu marido possa ser tão, digamos que, passivo com os meus gostos e costumes. — o beta não podia ver, mas o olhar do ômega estava repleto de medo apesar de sua voz firme. — E talvez essa seja a última vez que esteja aqui nessas águas, que sinta o calor de sua temperatura relaxar o meu corpo, pois sei que, pelos dias passados, a pessoa designada para me levar à Teldrassil chegará logo.     E com um movimento delicado e majestoso, como todos que o jovem lorde costumava fazer, Yoongi deixou escorregar por seus ombros o casaco de pele grossa que auxiliava a lhe proteger do frio. Era sempre Kang e mais alguns servos betas que o vestiam e despiam. No entanto, vendo como o seu lorde agia estranho o dia inteiro, o pobre beta não sabia como agir ou se devia aproximar-se e fazer seu trabalho. Ficou parado, observando e mastigando mentalmente cada palavra que seu amo dissera. Pela primeira vez pensou que talvez a vida do ômega não fosse tão boa assim, que a redoma de vidro impenetrável na qual fora criado, trincara e, no final, por mais amado que Yoongi fosse, ele havia se tornado moeda de troca entre dois reinos.     Yoongi continuou, quase que automaticamente, a desatar os nós e remover suas vestes, sempre exuberantes, que gritavam sua posição naquele reino e destacava com perfeição toda a beleza de seu ser. Logo toda a formosura tão bem falada mundo a fora, estava exposta, exalando o cheiro suave de azaleias selvagens. Um cheiro inebriante que um beta, como Kang, não era capaz de apreciar.     Novamente, colocou um de seus pés na água, sentindo o choque da troca de temperatura, pois a sua volta tudo era neve e névoa. Uma paisagem maravilhosa que tinha certeza só existir em Quel'Thalas e somente em seu lar poderia desfrutar da sensação gostosa de mergulhar no calor das águas rasas e se cobrir com a névoa, enquanto apreciava toda aquela mescla branca e azul no horizonte. Meteu o outro pé na água e lentamente abaixou-se, sentando-se e se recostando nas pedras lisas da borda. Yoongi suspirou longo e seu suspiro misturou-se ao uivo do vento. Uma nevasca estava para chegar, mas não era somente isso, havia algo a mais, alguém mais e, mesmo que ele não soubesse o momento certo, aquilo já estava acontecendo.     Direto de Teldrassil, por um mês inteiro, chegava Jeon Jungkook nos primeiros quilômetros de pura neve de Quel'Thalas. O rapaz soltou um suspiro cansado e pôde vê-lo claramente ganhar vida e mover-se diante de seu rosto, até desaparecer.     "Finalmente", sua mente conversava sozinha consigo mesmo. Parou por breves segundos e notou as diferenças nada sutis entre aquele reino e o seu, onde o ar era mais seco e àquela hora, de fim de tarde, todo o lugar parecia um quadro cheios de cores quentes. Quel'Thalas era o oposto disso, não diria que era feio, embora fosse branco demais, frio demais, havia cores quase mágicas reluzindo do céu para o chão coberto de neve. Era até mais fácil notar qualquer coisa naquela imensidão, qualquer detalhe se destacava, mas ainda tinha um bom caminho pela frente e, com certeza, lhe parecia mais difícil desbravar aquela paisagem até seu destino final.     Se não tivesse estudado sobre todas as regiões daquele país, não entenderia a importância daquele reino, tão frio e "morto", para a economia. Afinal, em Quel'Thalas quase nada nascia ou se cultivava, além do fato de que nem todos os animais suportavam o clima severo. Porém, o reino era extremamente rico em pedras preciosas, o tornando tão poderoso quanto o seu reino abastado no Sul.     Enquanto divagava sobre todo clima e economia daquela região, nunca antes vista por si, Jungkook m*l percebia que o tempo ia passando e a neve estava ficando cada vez mais densa e o cavalo ficava mais lento. Entretanto, ao chegar em um determinado ponto mais ao norte, Jungkook sentiu uma súbita onda de vento quente, algo totalmente estranho, já que a cada segundo o frio só parecia aumentar. Curioso, Jungkook olhou ao seu redor, percebendo que estava em uma área montanhosa com pequenas piscinas naturais, que pela fumaça fumegante só poderiam ser águas termais.     Encantado por aquele pequeno oásis no meio do gelo frio e nada acolhedor, o Jeon desceu do seu cavalo. Não faria m*l algum relaxar naquelas águas tão convidativas. Chegou até a tirar o manto grosso, o deixando ainda com a pele quente, mas toda e qualquer ação sua foi paralisada pela visão de um belo ômega que saia de uma das piscinas termais. Porém esta se localizava dentro de uma gruta.     Seu corpo nu era tão pálido quanto a passagem nortenha, porém sua silhueta esguia e curvilínea era tão chamativa e bela quanto os campos floridos de Teldrassil na primavera. A princípio, Jungkook imaginou ser uma miragem, oriunda de seu desejo libidinoso de alfa, que devido a viagem solitária vinha sendo deixado de lado. Mas o seu olfato conseguia sentir o cheiro suave de azaleias selvagens do ômega e a visão aguçada conseguia ver os pequenos detalhes do corpo alheio, que tinha gotículas de água escorrendo. Além de seus poros arrepiados por estar despido em um clima tão frio. No entanto, o que realmente fez o moreno acreditar que tal perfeição em forma de ômega não era uma miragem, foi quando os olhos pequenos e violetas se esbugalharam em susto ao encontrar os seus, pretos e pesados de desejo.     O alfa nem percebia que dava passos em direção da gruta, a vontade de tocar as águas quentes agora era esquecida, tudo em sua mente era aquele ômega. Já Yoongi, que por um tempo ficou paralisado pelo susto e feromônios fortes do alfa, tentava de forma desesperada cobrir o seu corpo. Seus dedos se moviam quase travados, pelo frio e medo, o que dificultava a execução de sua tarefa de cobrir seu corpo nu contra o olhar do alfa que estava há poucos passos de si. Embora convivesse entre alfas, eram todos de sua família e aquele homem que se aproximava rapidamente era um estranho.     Seu corpo magro tremeu, dessa vez o frio não tinha nenhuma culpa, era Jungkook, ou melhor, o seu toque ousado no rosto delicado do ômega, que o olhava amedrontado. O alfa o olhava fixamente, quase sem acreditar na maciez da bochecha cheinha na qual seu polegar se afundava, sem falar dos belos olhos gateados de um tom violeta que nunca vira em Teldrassil.     — Eu não vou te machucar. — disse, sincero, mas seus dedos deslizaram para a nuca clara do Min, que virou o rosto timidamente e corou forte.     Seu coração nunca batera tão forte e o cheiro de grama molhada, — embora não soubesse identificá-lo pois nunca o sentira — que penetrava suas narinas, esquentava seu corpo por dentro e, então, percebeu, não odiava aquele toque ou sentia medo dele. Seu medo vinha das reações de seu corpo completamente despido diante de um alfa, pela primeira vez e este era visivelmente deslumbrante.     — Achei que você fosse uma miragem, Min Yoongi. — Jungkook deixou escapar, recebendo de novo o olhar do jovem ômega, confuso.     Olhando bem para Yoongi, na sua forma mais crua, foi fácil perceber que era ele. Um ômega que não fazia jus a fama que tinha, por ser ainda mais encantador pessoalmente. Jungkook sentia-se hipnotizado. Catalogou em sua mente todos os amantes que teve em sua vida e aquele homem na sua frente era completamente diferente de todos, ele estava acima de qualquer expectativa, sua pele era perfeita e cada movimento seu exalava um ar nobre. Ele sentia que Yoongi o seduzia, mesmo estando tão quieto.     Então, o ômega o encarou com uma hostilidade inesperada e com ressentimento se fez ouvir:     — Então, você é o Jeon mais novo, que veio me buscar?     Pareceu óbvio demais, afinal tudo naquele homem era diferente de si e dos demais da região. Começando por sua pele bronzeada, coisa impossível de se ter em Quel'Thalas, e os tons escuros de seus cabelos compridos e olhos. Além de tudo, seu porte era mais forte e sua altura fazia Yoongi parecer pequeno demais, quando na verdade era até mais alto que o comum para os ômegas. Deu uma boa encarada no rosto do estrangeiro, esperava sua resposta, enquanto fitava o maxilar bem desenhado e os lábios pequenos, que brilhavam com seu tom avermelhado.     O rapaz alto, de cabelos e olhos negros, confirmou com um aceno sutil de sua cabeça e ali, sozinhos, no meio do branco vasto do reino do Norte, as duas figuras entravam em contraste. O Jeon afastou sua mão bronzeada do rapaz pálido e com um movimento rápido, retirou seu próprio casaco de pele e gentilmente o colocou sobre seus ombros, lhe cobrindo a nudez, mesmo que seus olhos desejassem apreciar mais a perfeição de seu corpo.     — Ômegas não deviam sair sem um servo para protegê-los.     — A questão é... O que nós podemos fazer de verdade? — Yoongi mirou o horizonte com seus olhos tristes, tentando capturar bem a imagem de sua terra.     Pensou na sua mãe, também trazida de terras distantes, há tanto tempo que não se recordava mais nada sobre a mesma. Esse era o seu destino como ômega, pertencer a alguém e nada mais.     Era uma sensação estranha aquela. Jeon também tinha uma irmã ômega e tantas vezes escutava tal frase da garota, mas nunca sentira aquela inquietação ao ver algo tão injusto, afinal, desde os primórdios foi assim para os ômegas. Talvez a emoção crua — que até fez o Min momentaneamente esquecer os modos de um nobre e bater de frente com o futuro cunhado — na voz alheia e olhar fixo e saudoso para o horizonte tenha feito o alfa se encher de empatia pela dor do pálido.     Então, levado por mais uma ação involuntária, segurou o belo rosto, que longe do calor das águas quentes ganhara uma coloração vermelha ao entrar em contato com os primeiros flocos de neve que começavam a cair. Trouxe a atenção do ômega mais um vez para si, mesmo não sabendo o que falar, mas queria tocá-lo e analisar o seu rosto. Pensou em como Hoseok era um desgraçado de sorte ao estar prometido para um ômega tão magnífico. Simploriamente dizendo, afinal, ainda não tinha encontrado um adjetivo adequado para aqueles traços perfeitos. Porém, mesmo que causasse grande desonra, tal pensamento, ao olhar mais uma vez aqueles olhos, agora curiosos pela futura ação do alfa, nariz pequeno e avermelhado e lábios trêmulos pelo frio, o seu interior se amaldiçoava por não ser o mais velho.     — Meu lorde?     A voz do servo fora escutada pelos dois, que se perdiam naquele jogo não combinado de encarar, os fazendo dar passos para trás, criando uma pequena distância. Afinal, apesar do rompante de Jungkook em puxar o ômega, nenhuma palavra foi dita e agora, após a interrupção, a ciência de que aquele modo que vinham agindo não era adequado, se fez mais gritante.     — Estou indo, Kang! — gritou.     A névoa e a tempestade estava mais densa, os olhos do beta não conseguiriam ver que estava acompanhado e, para o ômega, era melhor assim. Com determinação e sem a vergonha da primeira vez, jogou o casaco de Jungkook no chão, mais uma vez presenteando o alfa com sua nudez.     — Siga pela estrada em que veio e fingiremos que este encontro nunca aconteceu.     Jungkook entendia o que o jovem Min queria dizer, mas olhar suas costas nuas, enquanto o rapaz se distanciava, o fazia pensar que tal coisa era impossível. Como fingir que nunca o tinha visto, se a imagem estava bem gravada em sua cabeça e seu corpo estava tão quente que o fazia esquecer daquele clima agressivo ao qual não tinha costume?     Só tocou seu rosto e nuca e ainda podia sentir na ponta dos seus dedos como era gostosa a sensação da pele. Sem contar todos os outros detalhes que compunham a imagem inteira. O rosto coradinho, os lábios que pareciam deliciosos, assim como seu cheiro, e aquele olhos felinos, com uma cor que nunca havia visto antes. Só que agora, enquanto Yoongi caminhava em direção a gruta, tudo que o alfa enxergava era a sua b***a redonda, empinada e completamente imaculada, como a neve na qual sua figura se mesclava.     O alfa apanhou seu casaco no chão e ergueu o rosto, fitando-o até que sumisse na escuridão da gruta, então, um sorriso dominou seus lábios e um batimento irregular no peito lhe fez despertar.     Seu irmão confiava em si, por isso o mandara pessoalmente para o Norte, para levar para si o ômega que lhe pertenceria. Mesmo que tivesse começando a pensar diferente sobre o costume, não podia se deixar seduzir por seus encantos, ainda era um nobre e também tinha suas obrigações. Com uma sensação latente de frustração crescendo, Jungkook voltou para seu cavalo e o montou, dando uma última olhada na entrada da gruta, não havia mais nenhum vestígio do ômega por ali, exceto pela fragrância suave impregnada em seu casaco, misturando-se ao seu.

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