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Quando pensamos num país melhor, logo pensamos nos Estados Unidos, um lugar mais desenvolvido, tem países melhores, mas o meu destino e o meu “dono”, por assim dizer me venderam para uma boate dos Estados Unidos, com apenas oito anos, o choro não vinha mais, eu sabia a consequência de chorar, uma surra bem dada e uma semana sem comida, essa é a minha vida, mas com alguma sorte que me resto eu vim parar numa boate, a onde só trabalhava maiores de 18 anos, assim que entrei no lugar estranhei, era chique, chique demais, fiquei a cuidar tudo, pelo que eu vejo cinco meninas foram compradas junto comigo, o restante das outras 15 (foi o que contei no cativeiro) seguiram viagem, uma mulher linda, morena bem cor de brasileira passo pela porta com outras duas, ela olha-nos da cabeça aos pés, e literalmente estou-me sentindo uma mercadoria, como sou debochado a olhei do mesmo jeito, a mulher ergueu uma sobrancelha e deu um meio sorriso.
Mulher: vejo serem mais novas que as últimas que me trouxe.
Alexandre: é mais fácil de domar, e não tem tanta gente pra sentir falta.
Carina (criança): eu tinha uma família.
Porque ela foi fazer isso, não demoro nada pro tapa ecoar pelo lugar, e ela está jogada no chão com a mão no rosto.
Mulher: elas são minhas, então não bata nelas, Julia e Dalila levem as meninas pro quarto.
Julia: ta bom Sra. Larissa.
Então esse é nome da minha compradora, interessante, é bem brasileiro até, vejo a Dalila se aproxima do corpinho encolhido para ajudá-la, mas me meto na frente e ajudo Carina a se levantar, acabei me apegando a ela, é tão frágil, não achei que fosse sobreviver todas as torturas. Dalila entendeu que não precisava ajudar, se levanto e seguiu o caminha junto da outra, nos guiando pra outro lugar, até que vejo uma porta escrito ext. não sei o que é, m*l conseguia ir pra escola, quem dirá aprender inglês, assim que elas abrem a porta vejo uma van nos espera, era só o que faltava.
Eu: sério que já vão vender a gente? Vocês são tão podres quanto eles.
Julia: cala boca pirralha, e entra de uma vez.
Eu: a querida sabe fala em português, então escuta o que eu vou dizer vai se f***r sua prostituta.
Julia: a eu t...
Larissa: já chega, Julia vai lá pro carro, e vocês entrem de uma vez antes que eu lhe devolva.
Vejo as meninas saírem correndo pra dentro da van, eu não ia, mas os olhinhos azuis me olhando, me fizeram entrar sem pestanejar, não poderia deixar ela sozinha, não iria durar muito nessa vida, Dalila e a Larissa vieram conosco, a Larissa fico me analisando, se ela acha que eu vou ser que nem essas gurias ela está enganada, queria poder conhecer outra coisa além da dor, mas não conheço, então ninguém vai ter de mim além disso rancor e dor.
Larissa: como vocês sabem meu nome é Larissa, sou dona do bordel a onde vocês foram recepcionadas, essa é Dalila e a outra é a Julia, e esse dirigindo é o Wagner, antes, de tudo quero que saiba que vocês não serão forçada a nada, não serão vendidas e, nem irão trabalhar como prostituta, deve estar se perguntando do porque estão aqui, não imaginei que ele iria tão baixo a esse ponto, e traficaria criança, eu sou brasileira como vocês, compro garotas do Alexandre pra ajudar elas a saírem desse mundo, sei nunca foi escolha de vocês, eu também não tive escolha, também fui traficada, e a mulher que me compro fazia a mesma coisa que eu faço, com o tempo vocês vão conhecendo a história, mas agora quero saber de vocês, seus nomes e idade.
Conforme as meninas se empolgaram com a descoberta foram contando das suas vidas, me surpreendi com umas, algumas tinham uma famílias bem estruturadas, mas tinham negócios com o Alexandre, não deviam ser tão santos assim, mas amava a filha, infelizmente as meninas foram arrancadas de suas famílias, mas esse não foi o meu caso, a minha completamente imploro pra eu ser aceita no lugar do dinheiro que deviam a ele por conta das drogas, eu chorei, implorei mas a única coisa que recebi deles foram suas cara de nojo, quem deveria sentir isso era eu, mas isso não importa mais, um dia todos eles pagaram por tudo que me fizeram, não terei pena de ninguém, nunca tiveram de mim.
Larissa: e você encrenqueira, qual seu nome?
Eu: pra que quer saber? Vai mudar alguma coisa.
Larissa: não vai mudar em nada, mas por educação e por querer saber quem é a pessoa que está debaixo do meu teto, eu exijo saber o nome.
Eu: tanto faz mesmo, meu nome é Diana, tenho oito anos, a mais velha do grupo que está aqui.
Larissa: e sua família?
Diana: não sei o que essa palavra significa, se poder respeitar e não fazer mais pergunta.
Larissa: claro, isso já é o bastante pra mim.
Ela seguiu falando umas coisas, mas nem prestei atenção, foquei mais na mansão que estávamos nos aproximamos, é impossível uma dona de boate ter uma casa dessa entre os automóveis que estou vendo estacionado, essa deve trabalhar com outras coisas, tráfico de órgãos é possível, bastante gente nova, o nosso corpo é perfeito para isso, mas algo me chama atenção umas dez meninas aparecer na frente para receber o carro e a Van que estou, sinto o veículo estaciona, e a porta abrir, deixando a claridade invadir a parte externa do veículo, Larissa passa por nós descendo, escuto alguém falar algo, mas não presto atenção, vejo Dalila se levantar e chamar a nossa atenção.
Dalila: ninguém além de nós aqui dentro, deve saber o nome de vocês, depois será dado outro nome a vocês. Desçam em fileira e se comportem, principalmente você Diana, não queiram Larissa como inimiga.
Nem a respondam, não sei o que de r**m essa mulher pode fazer, que já não tenham feito comigo, descemos que nem ela mandou, ficamos uma do lado da outra vejo Julia descer do carro e vim até nós, com aquele sorrisinho diabólico no rosto deveriam-me causar arrepios, mas já estou tão acostumada com ele que nem da bola mais.