Rafaela Narrando
Meus joelhos doíam contra o piso frio do banheiro, mas eu não me importava. Nada importava além do gosto dele na minha boca — salgado, estranho, masculino — e do som dos gemidos roucos que saíam da garganta dele enquanto minhas mãos treinavam seguir suas instruções.
— Mais devagar… assim… caralhø, assim, Rafa…
Eu nunca havia feito isso. Nem perto. Mas sob seu comando, sob aquela voz áspera que vibrava com cada movimento da minha língua, eu me sentia destemida. Poderosa. Como se estivesse aprendendo um segredo que mudaria tudo.
Ele estava enorme na minha boca, pulsando, vivo. Minhas mãos m*l conseguiam envolver. Eu me sentia pequena, mas ele me guiava, me ensinava a pressão certa, o ritmo. Até que seus dedos se apertaram no meu cabelo, puxando as raízes com uma dor gostosa.
— Vou gøzar, princesa. Abre a boca.
Obedeci. Sentiu quente e espesso jorrando na minha língua, no céu da boca. Um sabor intenso, que era puramente ele. Ele não parou, continuou pulsando enquanto me olhava com olhos escuros, possessivos.
— Engole. Tudo.
E eu engoli. Sem hesitar. Uma submissão que me deixou molhada de novo, tremendo. Ele me puxou para cima, contra o corpo dele, nu da cintura para cima, e me beijou profundamente, como se quisesse recuperar o próprio sabor da minha boca.
— Minha garota corajosa — ele murmurou contra meus lábios, as mãos grandes percorrendo minhas costas nuas.
Não disse nada. Não precisava. Meu corpo dizia tudo — cada tremor, cada arrepio, cada centímetro de pele que queimava por ele.
Ele me levantou nos braços como se eu não pesasse nada. Me carregou pelo corredor escuro, para dentro do quarto dele. É grande, escuro, cheirando a madeira e a ele. Ele me deitou na cama enorme, as cobertas grossas cedendo sob meu peso.
Ele ficou de pé ao lado da cama, me olhando, seus olhos percorrendo cada curva minha com uma fome que me deixou sem ar. Tirou o resto da roupa. E eu… eu quase parei de respirar.
Ele é… muito. Muito grande, muito definido, muito homem. A cicatriz na sobrancelha, os músculos duros do abdômen, e aquilo… aquilo que pulsava entre as pernas dele, me encarando como uma promessa de dor e prazer.
Ele se ajoelhou na cama, entre minhas pernas abertas. Suas mãos desceram pelas minhas coxas, me abrindo ainda mais. O toque dele e suave, reverente, completamente diferente da urgência de minutos atrás.
— Tem certeza? — a voz dele estava grave, séria.
Eu balancei a cabeça, sim. Toda certeza do mundo estava dentro de mim naquele momento.
Ele se posicionou. A ponta do pênis, quente e larga, encontrou minha bocetinha, já inchado e pulsando do primeiro orgasmø. Ele pressionou. Um pouco.
Eu prendi o ar. Foi uma pressão enorme, estranha, que ameaçava me abrir ao meio.
— Relaxa, Rafa. Para mim.
Respirei fundo. Olhei nos olhos dele, aqueles olhos cinza que agora estavam cheios de uma ternura que eu não sabia que ele tinha. E então, ele entrou.
Um centímetro. Dois. Uma queimadura aguda, nova, que fez lágrimas brotarem nos meus olhos.
— Está doendo? — ele parou, os músculos do braço tremendo de esforço para se conter.
— É… é grande — eu soltei, a voz embargada.
Ele deu um sorriso torto, safadø.
— Você ainda não viu nada.
E então, com um movimento firme e controlado, ele entrou completamente. O mundo desabou. Uma dor aguda, cortante, que se misturou a uma sensação de preenchimento tão profundo, tão completo.
— Nossa... James! — um grito abafado saiu da minha garganta. Eu toda cheia dele. Até o talo.
Ele parou, imóvel, suando, os olhos fechados.
— Pørra… Rafa… que bøceta apertada, gostosa do caralhø…
Ele começou a se mover. Devagar. Cada vai-e-vem era uma nova descoberta. A dor começou a se dissipar, transformando-se em algo mais profundo, mais quente, uma fricção que acendia algo dentro de mim que eu não sabia que existia. Meus quadris se moveram por vontade própria, encontrando o ritmo dele.
— Isso, princesa… assim… me usa.
Ele se entregou. A fachada do homem durão, do empresário, do noivo, desmoronou. Era só James, meu primo, me possuindo com uma intensidade que arrancava gemidos dos dois. A cama rangia. Nossos corpos se encharcavam de suor. Ele me virava, me dobrara, me possuía de cada ângulo, sempre com os olhos presos nos meus, como se quisesse ver cada reação.
— Você é a prima gostosinha que eu vou querer comer todo o Natal — ele rosnou no meu ouvido, os dentes mordiscando o lóbulo.
— Não… não se acostuma — eu gemi, entre as investidas. — Você vai casar…
Ele parou, enterrado até o fim em mim. Seus olhos encontraram os meus, escuros e sérios.
— E se eu disser que deixaria de casar por causa dessa bøcetinha virgem e gostosa?
O coração deu um salto dentro do meu peito. É uma loucura. Uma delícia perigosa. Não respondi. Apertei minhas pernas em torno dele e puxei-o para mais fundo. Foi a resposta que ele queria.
Ele riu, um som rouco e vitorioso, e retomou o ritmo, agora mais rápido, mais profundo, mais perdido.
— Você prometeu que esse Natal seria diferente — ele lembrou, ofegante. — Então você veio ao lugar certo. Saiu do ar quente de Salvador para o gelo do Rio Grande do Sul… e de presente tá levando um paü grande e gostoso nessa bøceta quente do caralhø.
As palavras vulgares, ditas no tom rouco e possessivo, me fizeram contrair violentamente em torno dele. Um segundo orgasmø me pegou de surpresa, mais forte que o primeiro, uma onda elétrica que percorreu cada nervo.
— James... — gritei o nome dele mordendo o travesseiro.
Ele sentou quando eu me contrai, e perdeu o controle. Seus movimentos ficaram desordenados, profundos, e ele gemeu meu nome como uma oração profana antes de explodir dentro de mim, quente e interminável, me marcando por dentro de um jeito que sabia que nunca sairia.
— Caralhø, de bøceta quente é essa priminha? — ele rosnou desabando sobre mim, pesado, ofegante.
Ele saiu de dentro me fazendo sentir um desconforto ele rolou para o lado, me puxando contra seu peito suado. O silêncio do quarto era quebrado apenas pelo nosso respirar ofegante e pelo bater do meu coração, que parecia querer sair pelo peito.
Ele passou a mão pelos meus cabelos ensopados, molhados de suor.
—Tá bem? — a voz dele estava suave, preocupada.
Eu virei a cabeça, encostando o nariz no peito dele.
— Está doendo um pouco. — Falei ofegante tentando não olhar pra ele.
— Vai doer mais amanhã. — ele falou me fazendo morde os lábios.
— Valeu a pena. — Falei e ele riu, baixo, e o som vibrou em seu peito contra minha bochecha.
— Você é diferente de tudo, Rafaela.
Ficamos em silêncio, ouvindo o vento uivar lá fora e os últimos sons da festa terminando lá embaixo. Ele era o noivo da loira perfeita. Eu era a prima virgem do Nordeste. Tudo isso era errado, perigoso, uma linha que nunca deveria ter sido cruzada.
Mas deitada aqui, com o cheiro dele em mim, o gosto dele na minha boca e a marca dele entre minhas pernas, eu só conseguia pensar uma coisa: Eu havia conseguido. Meu Natal proibido tinha começado. E não tinha a menor vontade que ele acabasse.
O silêncio do quarto durou talvez um minuto. Um minuto de respirações se acalmando, de suor esfriando na pele, da realidade tentando se infiltrar pela janela. Mas então, a mão dele, que estava descansando na minha cintura, começou a se mover.
Era uma carícia lenta, preguiçosa, da minha cintura até a curva do meu quadril. Um toque de reconhecimento. De posse renovada. Eu virei a cabeça no travesseiro e encontrei seus olhos já em mim. Não estavam mais suaves. Estavam escuros, com um brilho familiar de fome que já conhecia.
— Ainda dói? — ele perguntou, a voz um rosnado baixo.
— Um pouco — admiti, sentindo um latejar profundo e quente entre minhas pernas.
— Bom — ele disse, e o sorriso que surgiu foi pura maldade. — Porque a dor é só o começo do vício.
Antes que eu pudesse processar, ele rolou sobre mim, seu peso me ancorando na cama. Não houve mais hesitação, não houve mais cuidado de primeira vez. Houve apenas James, meu primo, com seu corpo duro e seu olhar de quem vai me comer até o osso.
Ele entrou de uma vez. Um gemido escapou dos meus lábios — parte surpresa, parte prazer imediato. A dor inicial havia dado lugar a uma sensação de plenitude ardente, uma fricção perfeita que acendeu meu corpo novamente.
— James... — gritei mais alto do que eu queria.
— Shhh… — ele sussurrou, aproximando o rosto. — A família tá toda lá embaixo, princesa. Você quer que o papai ouça como a filhinha dele geme?
Ele começou a se mover, um vai-e-vem profundo e lento que fazia a cama ranger perigosamente. Com uma mão, ele agarrou meu quadril, guiando o ritmo. Com a outra… ela desceu.
Seus dedos encontraram meu clitórïs, inchado e sensível do orgasmo anterior. Ele fez um círculo lento, preciso, enquanto sua cintura continuava a bombar contra mim. A dupla sensação foi avassaladora. Meu corpo arqueou, um gemido mais alto preso na minha garganta.
— Quietinha — ele ordenou, e a mão que estava no meu quadril voou para cobrir minha boca. Seus dedos largos e ásperos silenciaram meu gemido. — Gemia baixinho assim para os menininhos de Salvador?
Ele aumentou o ritmo. A mão na minha boca me imobilizava, me deixando à mercê dos movimentos dele e do toque diabólico dos seus dedos lá embaixo. Eu estava presa, dominada, sendo feita de novo e de novo por ele. É aterrorizante. É o mais gostoso que já senti.
Lágrimas de puro êxtase escorreram pelos meus cantos dos olhos, molhando seus dedos. Ele viu. Seus olhos brilharam.
— Gosta assim, né? De ser comida em silêncio? De saber que tá fazendo a coisa mais errada do mundo e não poder gritar?
Eu não podia responder. Só consegui fechar os olhos e me entregar na maré de sensações que ameaçava me despedaçar. Meus quadris começaram a se mover no mesmo ritmo frenético dele, buscando mais atrito, mais profundidade, mais dele.
Ele tirou a mão da minha boca por um segundo. Arquejante, ofegante.
—Quem… quem mandou você ser tão gostoso… pørra… — falei e ele deu uma risada rouca e abafada, um som de triunfo.
—Gostosa é você, Rafa. E essa b****a… — ele enterrou até o fundo, me fazendo engasgar. — Essa bøceta quente e apertada é um presente de Natal que eu vou querer desembrulhar todo dia.
Sua mão voltou à minha boca, mais firme. Seus dedos no meu clitórïs se aceleraram, pressionando o ponto exato. A pressão dentro de mim se tornou insuportável, uma corda prestes a arrebentar.
Ele sentiu. Seus movimentos ficaram mais curtos, mais rápidos, mais focados. Ele estava me levando lá, e ia junto.
— Vem comigo, princesa — ele rosnou, o rosto contraído num misto de prazer e concentração. — Vamos lá…
E eu fui. Um clarão branco explodiu atrás das minhas pálpebras. Meu corpo contraiu-se violentamente em torno dele, um tremor mudo e interminável que susteve toda a minha alma. Ele gemeu profundamente, abafado pelo meu pescoço, e senti o calor dele jorrando dentro de mim novamente, pulsando no ritmo dos meus próprios espasmos.
Dessa vez, ele desabou ao meu lado, sem fôlego, me puxando de lado para me encaixar contra ele. Seu coração batia descompassado contra minhas costas. A mão dele, agora suave, acariciou meu cabelo.
Lá embaixo, ouvi o som distante de risadas e da música de Natal. O mundo continuava. Aquela casa cheia de pessoas não fazia ideia de que, no quarto do fim do corredor, a mais nova e proibida tradição natalina da família acabava de ser selada. No suor, no gemido abafado e no corpo dele ainda dentro do meu.
E eu, de olhos fechados, sorri no escuro.
Meu presente estava só começando.
Continua...