Narrado por Sofia A clínica era clara, silenciosa demais, com um perfume artificial de lavanda que tentava disfarçar a tensão no ar. Eu segurava a Luiza no colo, com a chupeta presa na blusa e o ursinho de pelúcia esmagado contra o corpinho dela. Ela estava calma, serena como se nem imaginasse que aquele lugar representava tanto para nós. Marco andava ao meu lado, tenso, com a mão nas minhas costas e o maxilar travado. — Você tá bem? — perguntei baixinho. Ele apenas assentiu. Mas eu sabia que não estava. — Luiza dormiu no carro. Está tranquila — falei mais para mim mesma do que pra ele. — Vai continuar assim. — A voz dele saiu grave. — Nada nem ninguém vai tirar a paz dela. Dra. Helena já nos esperava na recepção. Estava elegante como sempre, com um blazer escuro e um fichário sob o

