Narrado por Sofia Assim que as portas de vidro da clínica se fecharam atrás de nós, senti o peso do mundo cair sobre meus ombros. A coleta tinha sido rápida, mas a presença do Matteo — aquele veneno em forma de gente — tinha mexido comigo mais do que eu queria admitir. Ele sorria como se já tivesse vencido. Como se soubesse de um destino que eu não podia mudar. E isso me corroía por dentro. Luiza, no colo do Marco, parecia um anjo adormecido. A respiração dela era suave, tranquila, e por um momento eu invejei essa inocência. O mundo ainda era bom pra ela. Ainda era puro. Eu queria tanto que continuasse assim. — Ei — Marco chamou minha atenção com a voz baixa. — Respira. Assenti, sem conseguir sorrir. Eu não queria assustar a Luiza, nem deixá-lo ainda mais preocupado. Mas eu estava trem

