Narrado por Denise Valverde Eu estava há dois meses no pavilhão feminino da Metropolitan Detention Center. Todo mundo aqui me conhecia. Não porque eu era simpática, mas porque sabiam que ninguém mexia comigo sem levar cicatriz. Eu não era a mais forte. Nem a mais alta. Mas era a mais imprevisível. E isso bastava. Me chamavam de Valverde aqui dentro. Algumas cochichavam meu nome com medo, outras com respeito. Eu nunca precisei levantar a voz. Era no silêncio que eu matava. Não com faca ou veneno, mas com estratégia. A arte da guerra se aplicava em qualquer lugar — inclusive atrás das grades. Naquela tarde, quando a carcereira bateu na grade e me chamou pelo nome completo, eu já soube que vinha merda. Não costumavam usar nome completo aqui dentro, a não ser que fosse visita importante...

