Prologo

1056 Words
A pequena cidade estava envolta em um manto de neve, transformando-a em um conto de fadas natalino. Nas ruas, luzes cintilantes dançavam, casas se vestiam com guirlandas e sorrisos calorosos encontravam-se em cada esquina. O Natal estava se aproximando rapidamente, e na imponente mansão dos Lee, Anabelle, a matriarca, era uma maestrina dedicada, regendo os últimos preparativos para a grandiosa festa que estava por vir. A mansão Lee estava imersa em uma atmosfera acolhedora, decorada com esmero e carinho. Uma árvore de Natal majestosa ocupava um lugar de destaque na sala de estar, suas luzes brilhantes refletindo-se nas bolas coloridas e nas delicadas decorações de papel. Anabelle, com olhos atentos, inspecionava cada detalhe, certificando-se de que tudo estivesse a perfeito para a celebração que ela planejara com tanto amor. Enquanto os flocos de neve dançavam suavemente do lado de fora, a casa era um refúgio quente e aconchegante. A lareira crepitava, espalhando calor por toda parte, enquanto os aromas tentadores de cookies e especiarias preenchiam a cozinha. Anabelle, com as mãos habilidosas e um sorriso nos lábios, supervisionava a equipe de chefs trabalhando arduamente para criar um banquete que deixaria todos os convidados extasiados. No entanto, mesmo em meio à atmosfera festiva, a mente de Anabelle estava repleta de preocupações. Seus filhos, Lucas e Marcos, estavam prestes a retornar para casa, e junto com eles, a sombra incômoda de Evana. Lucas, o filho mais velho, sempre tivera uma ligação especial com a família, mas a escolha de sua esposa deixava Anabelle apreensiva. O telefone tocou, quebrando seus pensamentos. Era Marcos, anunciando que estavam a caminho, mas enfrentando um tráfego denso e desafiador devido à neve recente. Por um instante Anabelle sentiu se aliviada ao ouvir a voz do filho, ouviu Marcos cantarolar: — Oi mãe! Espero que já tenha assado maffins de mirtilo. Anabelle riu da empolgação na voz do filho, um homem adulto de vinte e dois anos se portando com um garotinho, ela respondeu: — Claro, filho. Eu sei que esses são seus preferidos. Seu irmão está vindo com você? — Sim, ele está dirigindo. Essa é a parte boa de ter um irmão que não bebe. — Marcos riu, fazendo Anabelle sorrir, mas sua tranquilidade durou pouco, questionou apreensiva: — Só estão vocês dois? — Questionou a matriarca mordendo os lábios, torcendo para que os rumores de meses atrás fossem verdade. O silencio constrangedor do outro lado da linha, já deixava claro que o tom ameno da conversa seria substituído por mais inquietação: — Estamos quase aí, mãe. — disse Marcos, sua voz falhando em transmitir calma. — E sim, Evana está conosco. Tente não se preocupar tanto. Quero que este seja um Natal especial para todos nós. — Não estou preocupada, filho. Será muito especial, com toda a certeza. O gosto amargo na boca e a sensação do estomago revirar, levou Anabelle a desligar o telefone com um suspiro descontente. Diante da janela, observou os flocos de neve que continuavam a cair, criando um tapete branco e sereno do lado de fora. Enquanto a beleza do inverno se desdobrava, Anabelle tentava criar uma estratégia para enfrentar a presença de Evana durante as festividades. Torcia que mais uma vez aquela mulher não estragasse uma reunião de familia. Mais uma vez a lembrança de um chá beneficente veio a sua mente, aquilo havia sido um banquete para os jornais de fofoca. Não aguentaria outra humilhação como aquela. O coração de Anabelle estava cheio de amor por sua família, mas também carregava a responsabilidade de manter a paz e a harmonia. Evana, com suas atitudes manipuladoras e uma aura de oportunismo, representava um desafio constante às dinâmicas familiares. Anabelle sabia que equilibrar as emoções durante o Natal seria uma tarefa árdua, mas estava decidida a enfrentar o desafio de frente. Enquanto o crepitar da lareira ecoava pela sala, Anabelle fechou os olhos por um momento, esfregando a ponta dos dedos sobre a testa, precisava reunir sua força interior. Este Natal seria mais do que uma simples celebração; seria uma jornada para curar antigas feridas e fortalecer os laços familiares. Com os preparativos a todo vapor e a chegada iminente de seus entes queridos, Anabelle se preparou para receber não apenas seus filhos, mas também os desafios que a temporada natalina prometia trazer. A lareira lançava uma luz suave e reconfortante pela sala, enquanto Anabelle se movia graciosamente pelo cômodo grande, de decoração elegante, verificando cada detalhe. Os empregados corriam de um lado para o outro na mansão, mais uma vez aquela casa estava viva com a promessa de um Natal memorável. No entanto, o desafio iminente era a presença de Evana, a nuvem escura que pairava sobre a alegria natalina. Anabelle estava determinada a garantir que a festa transcorresse sem incidentes, mas sabia que o verdadeiro teste estava à frente. Enquanto a neve caía lá fora, Anabelle estava imersa em remontar para sua familia um refúgio natalino dentro de sua casa, como quando seus filhos eram apenas crianças, Lucas sempre amou o natal, naquela época ele ainda era um garoto feliz, sonhador e de sorriso fácil. As luzes cintilantes, os risos familiares e a promessa de uma noite mágica pairavam no ar. Este seria um Natal de reencontros e reconciliações, de superar diferenças em prol do amor e da união familiar. Enquanto observava a neve pensou em seu finado marido, suspirou frustrada, se questionando: “ O que você faria no meu lugar?” Odiou a realidade que onde o amor de sua vida morreu cedo demais, sequer havia conseguido ver seus filhos se transformado nos homens maravilhosos que eram. Novamente se pergunto, se o marido estivesse vivo na época do casamento de Lucas, se ele teria permitido que aquela mulher entrasse na família, não pode deixar de sorrir pensando no que ele teria dito e feito para proteger seu menino. O frio do inverno não seria rival para o calor da esperança e do amor que Anabelle planejava espalhar em sua casa naquela noite mágica. Com o coração repleto de determinação e a mansão resplandecendo em luzes festivas, ela aguardava ansiosamente a chegada de seus filhos e a oportunidade de transformar a sombra de Evana em um simples borrão no quadro radiante do Natal. O palco estava montado, e a história de "Então, é Natal" estava prestes a se desenrolar sob as estrelas de dezembro.
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