Audiência
Em Washington D.C, num fórum do senado americano, Evelline estaciona seu carro em frente ao local, ela dá as chaves do carro a um mordomo, e sobe as escadas.
Evelline carregava uma pasta e usava uma farda azul de saia e saltos também azuis, com várias medalhas presas pelo peito e um broche escrito "Capitã Armstrong" em dourado. Ela mantinha seu cabelo chanel super bem cuidado e penteado para a esquerda, e o seu corpo agora está muito mais desenvolvido e bem definido, com o físico em forma, suas mãos delicadas e sedosas, com as unhas bem feitas. Ela estava no geral muito mais formosa e delicada, com um olhar que passava força e confiança a qualquer um.
Dois guardas na porta do fórum cumprimentaram ela, e abriram as portas, assim que ela entrou, muitos jornalistas que estavam no saguão vieram entrevistá-la:
- Capitã Armstrong, hoje a senhorita vai responder as acusações? O que podemos esperar dessa audiência?
E um falatório muito alto entre eles começou com uma avalanche de perguntas, junto com vários flashes que os fotógrafos estavam dando pra tirar fotos de Evelline.
Vendo todo aquele furdunço, ela decide contornar os jornalistas e entrar numa porta logo ao lado, e então dois seguranças a trancam e ficam na porta, tomando conta para que ninguém entre.
Evelline chega num salão onde estavam reunidos muitas pessoas importantes da Corporação Americana, e logo todos voltaram a atenção pra ela, e um senhor que andava apoiado em uma bengala veio ao seu encontro, eles prestam continência um pro outro, e ele diz:
- Capitã, sou Gerald Kidd, general da Força Especializada no Combate ao Terrorismo Organizado, numa sigla mais simples, o F.E.C.T.O. É uma honra enfim conhecê-la.
- É um privilégio conhecê-lo também, Herói Gerald. Admiro muito seu trabalho. Li sobre seus atos heróicos na Segunda Guerra, mesmo ainda sendo tão jovem, salvou quase toda a centésima divisão, levou um tiro para salvar um aliado e até hoje presta seu serviço a esse país, digno de admiração.
- Fico lisonjeado. Levar aquele tiro me rendeu uma perna manca. - disse ele rindo, mostrando a bengala em que ele se apoiava.
- Sabe, me inspiro em heróis como o senhor para fazer minha carreira militar. Quero dar o meu melhor tanto quanto vocês.
- A América agradece pelo seu empenho, Capitã. Então, a senhorita vai responder as acusações hoje, não é?
- É... Infelizmente são algumas coisas que eu preciso encarar.
- Não se preocupe senhorita, todos nesse país sabem da sua integridade, sabemos que não tem nada haver com isso.
- Muito obrigada pela confiança, seu apoio é muito importante, General. Agora se me der licença, preciso falar com o outro General ali. - Evelline disse isso olhando para um canto do salão.
- Sim claro. E boa sorte, torcemos por você. - disse Gerald Kidd.
Eles prestaram continência um para o outro e Evelline sorriu pra ele.
- Obrigada por lutar por nós. - disse ela, se despedindo.
E foi andando até onde um homem forte de barba e cabelos loiros e olhos azuis estava, era Johnny Holder, e eles se cumprimentam com um abraço.
- Não é assim que nos cumprimentamos. - sussurrou Johnny no ouvido dela.
- Preciso ficar lúcida agora, por que não resolvemos isso mais tarde?
- Ah, então quer dizer que eu tiro sua lucidez?
- Você me deixa louca. - disse ela rindo baixinho.
Mas nessa hora um fotógrafo chegou e pediu pra tirar uma foto deles, Evelline e Johnny sorriram pra foto, e depois do flash, o fotógrafo agradeceu.
- A audiência vai começar em alguns minutos, poderíamos conversar depois? - disse ela.
- Contanto que você não demore muito lá...
- Aquele cara não vai dar nem pro cheiro, fica tranquilo.
E então um sinal tocou, com uma voz dizendo:
- Por favor, todos se dirijam aos seus lugares, a audiência começará em dez minutos.
Todos no salão começaram a se movimentar e entraram por uma porta grande.
- É a minha deixa. - disse Evelline, se despedindo de Johnny.
Ela se dirige a uma outra porta, mas é abordada por uma moça, que tinha um batom vermelho escuro bem forte.
- Olá, Evelline. - ela falava maliciosamente.
- Olá, eu conheço você?
- Ainda não. Nós iríamos nos conhecer em breve, mas eu não pude aguentar a ansiedade e vim aqui cumprimentá-la, eu me chamo Alina Dorn.
Ela e Evelline se cumprimentam com um aperto de mãos.
- Certo... Você disse que íamos nos conhecer em breve, a que se referia exatamente?
- Ao debate de pautas que o Senado abriu, nós duas somos concorrentes na próxima etapa.
Evelline faz uma cara de desdenho e diz:
- Então você faz parte do g***o daqueles extremistas desmiolados? Belas manifestações que vocês organizam as vezes, sempre acaba em confusão.
- Um título ousado, considerando que você vai estar respondendo por acusações parecidas daqui a pouco.
- Não preciso me preocupar, porque está óbvio que eu sou inocente. - disse Evelline, convencida.
- De qualquer forma, eu te d****o toda a má sorte do mundo, espero que você tenha insucesso aqui hoje, e que você seja condenada e seu nome seja retirado da lista de pautas. - Alina debochou.
Ela sai andando até uma porta e fecha.
Evelline a olhou com muito nojo, e então passou pela porta.
Logo ela chega a um corredor, que levava até o auditório, que estava lotado de pessoas importantes como pessoas da imprensa, agentes corporativos, militares e até alguns membros do congresso. Evelline conseguia ver Johnny Holder sentado nas primeiras fileiras, e na frente dos bancos de debate, estava o juiz.
Evelline vai até sua mesa, onde tinha uma placa pequena escrito:
"Cpt. Armstrong"
Ela se senta e cumprimenta o juiz com um sorriso de canto de boca e um aceno de cabeça.
Olhando pro outro lado, bem a sua frente, Evelline vê uma outra placa pequena escrito:
"Floyd York"
Não demora muito, e Floyd York chega ali, ele era um homem com o cabelo super penteado, de pele clara, mas já meio enrugada por causa da idade. Floyd se senta em seu lugar, e encara Evelline seriamente, e ela devolve o olhar.
O juiz fica de pé, e todos se sentam e fazem silêncio.
- Essa audiência começa agora. Hoje, diante do Deus Eterno e Senhor da Verdade, da sociedade e da nossa honra americana, ouviremos as acusações contra a Capitã Evelline Armstrong, feitas pelo Senhor Floyd York. Agora, faremos os juramentos de cada um dos participantes desse processo.
Então Evelline e Floyd ficaram de pé, e os dois com a mão sobre o peito, se preparam para a ordem do juiz.
- Vocês juram diante deste Tribunal, que irão dizer a verdade e nada além da verdade?
- Eu juro. - os dois disseram em uníssono.
O juiz então prossegue com a audiência:
- Senhor Floyd, para abrirmos essa audiência, poderia esclarecer para nós o porquê de reunir uma corte jurídica aqui hoje?
- Muito obrigado pela oportunidade, Meritíssimo. Primeiramente, gostaria que todos aqui levassem essa questão a sério, porque essa mulher que está diante de todos vocês hoje, é uma criminosa terrorista e que deve ser detida agora mesmo! - disse Floyd, apontando para Evelline.
Austin chega nessa hora e assiste tudo da última fileira da plateia.
- Ela é responsável por um ataque terrorista contra uma instituição de caridade. Usando seus poderes covardemente, ela fez 30 vítimas no seu ataque, e até agora 12 foram a óbito.
O juiz pergunta:
- Imagino que tenha como provar que o que está dizendo é verdade, não é mesmo Sr Floyd?
- Com certeza, Meritíssimo. Vejam só isso.
E então ele ligou o telão do auditório, e algumas imagens começaram a passar nele, elas mostravam um edifício que foi completamente queimado em um dos andares.
- Essas imagens são da minha companhia de tratamento para pessoas com doenças degenerativas...
Evelline olha as imagens com atenção. Floyd continuou:
- Na semana passada esse prédio foi atingido por barris de alta carga inflamável, pelo menos algumas boas toneladas, e investigamos uma reserva de gás que existe perto desse local, e lá estava faltando adivinham quantos? Exatamente, muitas toneladas sumiram de lá no dia em questão. Encontramos vários galões escondidos a alguns quarteirões dali, correndo risco de qualquer fagulha acender aquilo e levar um bairro inteiro pelos ares.
- Então, você conclui que a única pessoa capaz de fazer isso seria a Capitã Armstrong? - perguntou o juiz.
- Sim senhor. Até onde sabemos, é impossível tudo aquilo ter sido plantado ou atirado até aquela altura do prédio, pelo menos não naquela quantidade. Mesmo se alguém tivesse um bom aparelho de hidráulica ou super força, o que nos leva a crer que aqueles barris flutuaram até lá. Mas essas não são as únicas provas que tenho, consigo provar tudo o que estou alegando, poderiam por favor prestar atenção nesse vídeo?
E então todos voltaram a sua atenção para o telão, eram filmagens do dia em que tudo aconteceu, as ruas estavam desertas e calmas, era início da madrugada, até que de repente um monte de galões voaram para o alto, e atingiram o prédio, demolindo uma parte dele.
- Agora vamos analisar a cena bem devagar. - disse Floyd.
Evelline estava olhando com os olhos semicerrados.
Então ele começou a passar o vídeo de outras câmeras de filmagens, mostrando outros ângulos do local na hora em que tudo aconteceu, mas não havia ninguém ali, simplesmente os barris voaram sozinhos.
- Estamos carecas de saber que a Capitã Armstrong tem habilidades telecinéticas, e isso com certeza só poderia ter sido orquestrado por alguém com tais habilidades.
E isso é tudo, senhor. - Floyd concluiu e se sentou novamente.
As imagens eram fortes, e deixaram as pessoas bem impactadas, fazendo com que um falatório começasse.
- Ordem! - impôs o juiz, batendo o martelo.
E todos eles se calaram. Em seguida o juiz disse:
- Capitã Armstrong, têm o seu direito de exercer a defesa.
Evelline aproxima o microfone na mesa, e em um tom calmo, ela diz:
- Muito obrigada, Meritíssimo. E o que eu tenho a dizer sobre isso? Tudo não passa de uma grande baboseira.
Todos ficaram perplexos.
- O que quer dizer, Capitã?
- Ok, vamos lá. Eu tenho provas muito boas de que eu não tenho qualquer envolvimento com esse incidente, mas desde já quero prestar minha solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos de forma tão terrível e covarde.
Todos olharam atentamente para ela.
- Então, vamos ao que interessa. Primeiro de tudo, meus poderes telecinéticos não funcionam dessa maneira, os barris no vídeo estavam voando sozinhos, quando eu levito, uma aura azul fraca fica ao redor deles.
Ela demonstrou levantando sua mão direita e levitando a caneca de café do juiz que estava sobre a mesa dele, até a mesma altura do rosto dele, depois ela colocou a caneca de volta no lugar.
- Em segundo, eu não estava no país na última semana.
- Onde você estava? - perguntou o juiz
- Em alto mar, no Mediterrâneo.
- E o que estava fazendo lá?
- Fui em uma missão de resgate, para salvar uma outra equipe de resgate, que foi enviada por ele. - contou ela, apontando para Floyd.
Floyd rangia os dentes de raiva.
- Você teria um relatório a respeito disso, Capitã?
- Sim, Meritíssimo.
Ela pegou uma pasta, com um selo do Exército Americano e a assinatura de Alex Reese, e entregou a um guarda, que levou até o juiz.
- Se eu tivesse feito isso pelo Sr. Floyd, toda essa audiência que mais tem cara de tribunal, seria um descaso a mim. Mas felizmente fiz isso pelo bem estar daqueles homens que pediram ajuda estando quase à beira da morte.
- JÁ CHEGA! - gritou Floyd, se levantando novamente.
- Você se acha superior a nós, não é Armstrong? Você diz como se fosse mérito seu ser quem é hoje, mas não é bem conveniente como você chegou a essa posição, justo no momento em que reatou seu namoro com o general Holder e quando seu tio se tornou Presidente da Corporação?
Evelline riu ao ouvir isso.
- Bom, eu não gosto de me gabar com r*****o ao meu currículo, mas foi você quem quis colocar minha competência em questão, então não me deixa outra escolha.
Ela toma fôlego, e começa:
- Eu poderia mencionar um certo evento com potencial fim do mundo, que teve sucesso em ser impedido sob a minha liderança, mas eu vou me ater apenas ao último ano.
Então Evelline estendeu sua farda, mostrando as medalhas em seu peito.
- Assim que comecei a minha carreira como Capitã, eu fui convocada para impedir uma guerra civil no Oriente Médio, era uma situação delicada, já que ambos os lados da guerra tinham bombas atômicas prontas a ser disparadas. E exigiu muito esforço para resolver a situação, mas sob a minha liderança e muitos acordos, tudo foi acalmado.
O juiz lia todo o relatório da missão que Evelline entregou, ao mesmo tempo que a ouvia falar.
- Ah, também teve aquela vez em que houve uma segunda tentativa de atentado terrorista ao Pentágono, aviões kamikazes tentaram a****r o local, mas, sob a minha liderança, conseguimos evitar o ataque, e forçar os pilotos a ejetar dos jatos, e depois abatemos as aeronaves. Os homens foram presos, eles se renderam e ainda estão vivos.
Floyd estava ficando louco de raiva.
- E acho importante ressaltar o caso em que um risco de bomba super potente quase explodiu a Flórida inteira. Agora adivinhem de quem era essa bomba? Isso mesmo. York's Company. - ela riu.
- Teria sido impossível salvar as pessoas de lá se eu não tivesse agido rápido e tivesse ido até o local com o esquadrão antibombas de elite. E sabe qual o melhor? Tudo isso sem poderes. - completou ela.
Floyd surtou de vez:
- VOCÊ É UMA FARSA, ARMSTRONG! ESTÁ ME OUVINDO? VOCÊ É UMA MENTIRA, VOCÊ NÃO É UMA DE NÓS!
- ORDEM, SENHOR FLOYD, SE DESCONTROLE ASSIM DE NOVO E SERÁ EXPULSO. - disse o juiz com rispidez.
Evelline deu um sorriso debochado.
- Olha, se quiser, só se você quiser, eu posso ajudar a procurar quem fez essa bagunça toda com os barris. - disse ela debochando mais ainda.
Floyd estava a ponto de explodir novamente, até que o juiz deu a sentença:
- Diante de toda a Corte Americana, eu declaro a Capitã Evelline Armstrong inocente. - e ele bateu o martelo.
Todos na corte comemoraram com palmas, Austin e Johnny Holder levantaram aplaudindo com sorrisos satisfeitos no rosto.
Evelline toma a sua água que estava em cima da mesa, enquanto encara Floyd, que estava espumando de raiva.
Então ela se levanta, presta continência à bandeira e vai embora dali sob assobios e aplausos de todos.