Evelline abre os olhos, e vê um teto de madeira, ainda um pouco fraca, ela tenta se levantar, mas ela sente uma dor aguda no ombro e dá um gemido de dor, ela põe a mão sobre, e vê que estava enfaixada no ombro, e estava usando uma tipóia.
Aos poucos ela olha em volta, e vê que está num quarto feito de madeira, e atrás dela ficavam as cortinas do quarto, que eram azuis e estavam fechadas. Bem a frente, tinha uma porta.
Ela fica um pouco confusa, e com um pouco de esforço e gemendo de dor, ela consegue se sentar na cama, e respira fundo. De repente ela começa a ouvir o som da porta se abrindo, e Sarah entra, observando Evelline.
- Caramba, você tá um bagaço.
Evelline ainda estava meio zonza, e responde:
- Parece que um caminhão passou por cima de mim.
- Bom, não passou, você só levou um tiro mesmo.
- Ah, que alívio. - respondeu ela sarcasticamente.
Evelline lembrou do momento em que levou o tiro na frente do fórum.
- Tivemos muita sorte, a bala atravessou você, se ela tivesse se alojado teria sido impossível te salvar.
- Onde estamos?
- Ottawa.
- Mas o que?!
- As coisas ficaram bastante conturbadas depois que você levou o tiro, Austin chamou uma equipe de médicos de confiança e uma ambulância chegou logo, você foi levada para um hospital e lá eles trataram do seu ferimento, em parte a sua habilidade de se curar mais rápido também ajudou bastante. Mas depois que você estava estabilizada, Austin mandou nós duas pra cá em segredo, para que pudéssemos investigar sem ninguém nos atrapalhar.
- Então, as pessoas lá pensam que eu...
- Morreu, sim. É melhor assim, vai por mim, não dá pra m***r o que já tá morto.
- Tem razão.
Evelline tenta se ajeitar bruscamente, mas então ela dá um grito de dor, colocando a mão sobre o ombro.
- C-Calma! Você ainda não está totalmente recuperada, não faça nenhuma estupidez. - Sarah acudiu ela.
- T-Tudo bem, eu vou só sentar aqui.
E então ela apoiou as costas no espelho da cama, fechou os olhos e respirou fundo, tentando amenizar a dor.
- Vocês pegaram o atirador?
- Eu peguei ele, e está lá embaixo no porão, ansioso para ouvir suas perguntas. Mas só quando você estiver recuperada.
- Ok...
Evelline ainda sentia muita dor no braço, e ela falava devagar às vezes.
- Já volto. - disse Sarah.
Um tempo depois ela voltou com uma bandeja de café da manhã para Evelline.
- Ah, obrigada, não precisava.
- Na verdade, precisava sim. Você precisa se alimentar se quiser partir pra briga de novo.
- Sim... foi o que eu quis dizer.
Sarah sorriu pra ela, então se levantou e abriu uma das cortinas, e estava nevando suavemente lá fora.
- Ah como eu amo o Canadá. - comentou Evelline, enquanto tomava uma xícara de chocolate quente.
- Pois é. Uma pena que não estamos aqui de férias.
- Tem razão, não podemos perder tempo.
Ela se levantou, e foi até a porta.
- Ei! Peraí, você nem se recuperou ainda.
- Posso fazer isso depois. Me mostra onde tá o cara.
Então Evelline e Sarah desceram até o porão, onde o homem estava amarrado em uma cadeira, e assim que ele viu as duas, ele começou a rir.
- O que é tão engraçado? - perguntou Evelline.
- Não parece tão forte agora, não é Capitã? Uma tipóia? Jura?
Evelline o segurou pelo pescoço e apertou um pouco, fazendo o homem perder o fôlego.
- Eu não preciso dos dois braços pra acabar com você.
- Então por que não me solta daqui, e vamos descobrir?
O homem já estava ficando sem fôlego, e então Evelline o solta.
- Podemos fazer isso do jeito difícil, ou o jeito mais fácil, só vai depender de você. Agora me diz, pra quem você trabalha?
Mas o homem não respondeu nada.
Então Sarah veio pra cima pra dar um soco nele, mas Evelline pôs a mão na frente dela.
- Não vai ser necessário agredir.
- O que vamos fazer então?
Evelline fechou os olhos e se concentrou, depois ela abriu, e suas pupilas estavam azuis, e ela soltou uma energia pela ponta dos dedos, que entrou pela cabeça do homem, e ele entrou num estado de transe, e então começou a falar:
- Fui contratado por um homem que não disse nem um codinome. Eu estava precisando de dinheiro, e a única coisa que ele me pediu é que matasse você.
- d***a, ele não sabe nada. - disse Sarah.
- Pois é, eles estão tentando não deixar rastros.
- O que faremos agora?
- Vamos achar o alçapão.
E então Evelline desfez o controle mental, e ela tombou, mas Sarah a segurou.
- Eu disse pra não fazer tanto esforço assim. - disse Sarah.
- Não se preocupe, eu só preciso de um minuto. Eu não tô com toda a minha força, e o controle mental com certeza exige bastante.
Ela respirou um pouco, e então se recuperou.
- Certo, vamos nessa.
Ela e Sarah subiram pra sala.
- Onde deixou minha bolsa?
- Está ali.
Evelline pegou a bolsa, abriu, e tirou uns discos bem pequenos, e deu dois para Sarah.
- O que é isso?
- São indutores de imagem. Se as pessoas acham que eu estou morta, seria muito suspeito se nós duas estivéssemos por aí andando juntas com nossas aparências normais.
Então Evelline colocou um indutor de imagem no braço de Sarah, e aquele braço de titânio se transformou num braço normal, aparentemente.
Depois Evelline pôs outro atrás da orelha, e Sarah pôs um atrás da própria orelha também.
- Ué, pra mim não parece que mudou nada, ainda estou vendo seu rosto normal.
- Nossos indutores estão em sintonia, só nós conseguimos ver o rosto uma da outra enquanto estamos usando isso.
- Interessante.
Evelline tira a tipóia e toda a faixa de seu braço, ainda sentindo muita dor, e então ela vê o ferimento da bala em seu ombro.
- Só um algodão já resolve. - disse ela.
Então pegou um algodão e alguns esparadrapos e pôs sobre o ferimento da bala, tanto na frente quanto atrás, Sarah a ajudou.
- Acho melhor evitarmos lutas por enquanto. - disse Sarah.
- Tem razão. No lugar onde nós vamos, só vamos precisar ser cautelosas.
Depois que elas tamparam o machucado, Evelline pôs uma blusa de manga longa preta e um sobretudo cinza com capuz.
- Meu nome agora é Katie Harrington. - disse Evelline, brincando.
- E o meu é Dionne Whitney. - Sarah também entrou na brincadeira.
- Está perfeito. - desse Evelline, rindo.
- Aonde nós vamos agora?
- Ao museu de guerra Canadense. - disse Evelline.