Conheçam

658 Words
Camila narrando Meu nome é Camila, tenho 21 anos, morena clara, cabelos castanhos que clareei com luzes, longos e levemente ondulados nas pontas. Sou magra, mas tenho pernas grossas, b***a empinada e s***s médios—coloquei silicone faz um tempo. Nunca tive namorado, não porque falta opção, mas porque nunca quis. Quer dizer… tem o Lucas. Lucas sempre foi intenso, diferente dos outros caras. Ele é o sub do meu irmão, braço direito do Tucano, e já vi o que ele é capaz de fazer. Mas isso nunca me assustou, pelo contrário, sempre me atraiu. O problema é que ele não sabe o que eu sinto, e se depender de mim, nunca vai saber. Agora, sentada no sofá, eu só conseguia pensar na merda que o Tucano fez hoje. Ele quase matou minha melhor amiga. Bruna não pisa mais aqui, isso é certeza. A casa tava silenciosa, só a luz baixa da sala acesa, e eu fiquei ali, passando os dedos no controle da TV sem prestar atenção em nada. Não tava no clima pra sair, então deixei o pagode pra lá. Melhor evitar. Foi quando ouvi o ronco da moto. Poucos segundos depois, a porta foi aberta com tudo, batendo na parede com força. Tucano entrou feito um furacão, o cheiro de cigarro misturado com o perfume amadeirado dele invadindo a sala. Ele jogou a jaqueta no sofá com violência, os olhos escuros faiscando de raiva. — Que foi agora, p***a? — perguntei, sem paciência. Ele passou a mão no cabelo, impaciente, e me olhou daquele jeito frio. — Aquela p***a daquele vagabundo botou a mão nela. Pisquei devagar, absorvendo as palavras. Bruna. Puta que pariu… já sabia onde isso ia dar. — Tu matou alguém, não matou? Ele soltou um riso curto, sem um pingo de arrependimento. — E tu acha que eu ia deixar barato? Suspirei, balançando a cabeça. Claro que não. Encostei na bancada, cruzando os braços. — E agora? Bruna deve tá p**a contigo. Ele tragou o cigarro, soltando a fumaça devagar. O silêncio dele disse tudo. — Ela ficou assustada. Mas não desviou o olhar. Eu franzi o cenho, analisando ele. Então era isso? O homem que nunca se importou com mulher nenhuma tava ali, puto, incomodado, remoendo o que aconteceu. E eu conhecia muito bem meu irmão. — Tu tá gostando dela, né? — provoquei, erguendo a sobrancelha. Ele me lançou um olhar mortal. — Para de falar merda, Camila. Dei uma risada curta. Peguei ele. — Tá sim. E isso vai ser um problema, porque Bruna não quer nada contigo. Ele não respondeu, só tragou o cigarro outra vez, a expressão indecifrável. Mas eu sabia a verdade. Tucano nunca aceitou um “não” antes. E agora, minha amiga era o novo alvo dele. Fiquei um tempo trocando ideia com Tucano, mas ele tava irredutível. Não adiantava falar nada, ele fazia o que queria e ponto. Depois de um tempo, subi pro meu quarto, joguei o corpo na cama e peguei o celular. Liguei pra Bruna. Ela atendeu rápido, mas pelo tom da voz, tava chorando. — Bruna? — falei baixo, tentando acalmar. — O que foi, amiga? Fala comigo. Ela respirou fundo, mas dava pra sentir o desespero dela do outro lado da linha. — Que sede é essa que seu irmão tem comigo, Camila? — A voz dela tava embargada, meio trêmula. — A gente não tem nada, nunca ficamos, e pra piorar… ele matou um cara na minha frente! Fechei os olhos, apertando a ponte do nariz. Merda, Tucano… — Bruna… — Eu tô apavorada com seu irmão! — ela me cortou, a voz mais alta. — Pelo amor de Deus, manda ele ficar longe de mim! Que obsessão é essa?! Mordi o lábio, sem saber bem o que dizer. Eu conhecia Tucano. Quando ele cismava com algo, nada fazia ele desistir. Mas Bruna não era dessas de se submeter. E agora? Como eu resolvia essa situação?
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD