Os dias passavam com uma serenidade rara. A casa, antes apenas abrigo, agora era lar em cada detalhe: os desenhos de Gael colados na geladeira, as canecas de chá espalhadas com bilhetes doces de Dominic, e o calendário riscado por Elisa com pequenas anotações em tinta cor-de-rosa: consulta médica, chá de bebê (começar a planejar), primeiro chute (talvez?). O enjoo matinal ainda aparecia de vez em quando, mas Elisa já sabia como lidar. Dominic, sempre alerta, acordava antes dela para preparar torradas ou frutas. Naquele dia, ele a surpreendeu com morangos frescos e uma flor na bandeja do café. — Bom dia, minha grávida favorita — disse ele, sorrindo de orelha a orelha. Elisa ergueu uma sobrancelha, tentando conter o riso. — Só porque eu sou a única grávida da casa? — E mesmo que tivesse

