A dor veio como uma onda avassaladora, cortando o silêncio do quarto abafado onde Elisa era mantida em cativeiro. Suas mãos tremiam, o corpo curvado no chão, sozinha. O suor escorria pela testa. Os gritos que ela tentou conter logo se tornaram inevitáveis. — Meu Deus… Luna… é a hora… Ninguém veio. As contrações, cada vez mais próximas, rasgavam seu ventre com violência. Ela estava sozinha. Nenhuma enfermeira. Nenhuma ajuda. Nenhuma mão para segurar. Apenas paredes frias e câmeras vigiando cada suspiro. ⸻ Passaram-se horas. Elisa gritou. Chorou. Rezou. Com esforço e desespero, improvisou um espaço limpo com lençóis velhos e toalhas que haviam sido deixadas no quarto dias antes. Usou água engarrafada. Mordeu um pano para não morder a própria língua. E então, finalmente, o silêncio fo

