Capítulo 02

3643 Words
[Idade Contemporânea, 06:03AM] Sentei-me na cama bruscamente, estava ofegante, suada e em meu rosto, escorria lágrimas. Escutei o barulho da madeira do quarto se rangendo e ergui meu olhar encontrando meu primo, Jey Jacky, adentrando meu quarto lentamente e com um sorriso malicioso em seus lábios. — Some daqui! — Exclamei assustando-o e fazendo com que ele saísse rapidamente do quarto, fechando a porta consigo, antes que eu falasse mais alguma coisa. Passei a mão em meus cabelos suspirando e tentando controlar minhas lágrimas. Não entendia, sempre sonhava com o Jimond partindo, mesmo que isso tenha acontecido décadas atrás e eu nunca mais soube de seu paradeiro. Queria saber se ele estava vivo, se ele estava bem, se ele estava feliz sozinho ou acompanhado de outra menina. Doía pensar nisso, mas desde que ele estivesse bem e feliz, eu também estaria. Encolhi minhas pernas e apoiei meu rosto em meus joelhos enquanto as lágrimas desciam sem parar e meu peito doía. Batidas soaram e em seguida a porta foi aberta, ergui minha cabeça preparada pra xingar meu primo, porém que adentrou o quarto foi meu irmão. Ele me encarou com um olhar de tristeza, mas tentou disfarçar com um sorriso. Levantei-me da cama e me aproximei-me dele, o abraçando com todas as forças que eu tinha naquele momento. — Sonhou com ele de novo? — Indagou alisando meus cabelos com a mão esquerda enquanto a direita dava leves palmadinhas em minhas costas. — Não consigo tirar o olhar dele da minha cabeça quando eu disse tudo aquilo... — Murmurei fechando os olhos com força. — Me machuca até hoje relembrar daquele dia. — Eu me sinto tão m*l quando não consigo ajudar você! — Ele disse em um tom baixo. Engoli o choro e afastei-me dele lentamente. Fixei meu olhar em seu rosto e forcei um sorriso em meio as lágrimas. — Vou tomar banho e logo estarei lá embaixo! — Murmurei e ele ficou em silêncio por alguns instantes enquanto me olhava, mas acabou concordando com um longo suspiro e saindo do quarto fechando a porta consigo. Limpei as lágrimas com as costas da mão e despi-me enquanto caminhava em direção ao banheiro. Tomei um relaxante banho, onde felizmente, consegui me acalmar e parar de chorar. Quando me dei conta estava em meu closet vestindo minha roupa que se baseava em uma calça jeans clara com alguns rasgados no joelho, uma blusa preta e um tênis também de cor preta. Tinha realizado tudo no automático e sem me preocupar com o tempo. Inspirando fundo aproximei-me do espelho enquanto penteava meus cabelos que paravam em meus quadris. Longos cabelos ondulados extremamente pretos, entrando em contraste com a minha pele pálida, como se eu não pegasse sol por milhares de anos. Sim, Pryce Jimond, eu os deixei crescerem só porque você elogiou-o! Nosso pai, como não era imortal faleceu e aos poucos eu e meu irmão vimos cada um dos nossos parentes falecendo, um atrás do outro, por mortes naturais, assassinatos ou em guerra. Foi por Merlin que que encontramos a irmã da nossa mãe, Jey Mary. Ela nos abrigou quando todo mundo temia a gente por conta de nossos poderes, e ela nos abriga até os dias atuais como se fossemos filhos dela. De início pensamos que iria dar gastos pra ela, mas por sorte, herdamos uma grande quantia de dinheiro do nosso pai e da nossa mãe. Nos ajudou muito antigamente e nos ajuda ainda mais atualmente. Coloquei o pente em cima da penteadeira e peguei a minha mochila, com todos os meus matérias dentro, que estava ao lado da mesma. Sai do meu quarto e desci as escadas em direção a cozinha, encontrando meu irmão sentado ao lado do meu primo enquanto a nossa tia terminava de cozinhar. — Bom dia querida! — Jey Mary disse sem ao menos se virar para poder me encarar. Sorri de lado sentando ao lado do meu irmão, vendo-a realizar um gesto de sua mão e um prato com o meu café da manhã, voar em minha direção, pousando delicadamente em minha frente. Logo em seguida, veio um copo com suco de maracujá. — Obrigada tia! — Agradeci dando um longo gole no suco enquanto ela se afastava da bancada e se aproximava da mesa com o seu café da manhã em mãos. Sentou-se ao lado do seu filho, afagando delicadamente o topo de sua cabeça. — Está tudo bem? — Indagou após olhar-me de cima embaixo com atenção. Concordei e ela franziu o cenho. — Você sonhou novamente com ele novamente, correto? — Assenti estralando a língua segurando as lágrimas que queriam encher meus olhos. — Não se preocupe muito com isso não. — Murmurei encarando-a. — E isso também vale pra você. — Desviei meu olhar ao meu irmão que debochou revirando os olhos. — Ela fala isso enquanto está nessa situação! — Meu primo disse e eu peguei uma uva do meu prato e joguei em sua direção. Por sorte, desviou e revidou tacando-a novamente em mim, porém em um gesto da minha tia, ela caiu no meio da mesa e se desintegrou. Quietamos no mesmo instante, afinal, aquilo era um sinal de que a mesma não estava gostando daquilo. — O motorista irá chegar logo para levar vocês a escola! — Ela disse tranquilamente enquanto se levantava da cadeira e levava os pratos pra pia da cozinha. Onde, com magia, os talheres começaram a se lavar sozinhos. — Irei pro trabalho agora, mas qualquer coisa me ligue. — Até mais tarde! — Nós três dissemos em uníssono enquanto ela saia da cozinha. Em questão de segundos, escutamos a porta principal abrir e se fechar, em seguida, o barulho de seu carro dando partida e saindo da porta da casa. Não consegui comer muito bem e não iria me forçar a tal coisa. Levantei-me da cadeira e o prato, juntamente com o copo, levitaram em direção a pia. Sai da cozinha e caminhei a sala. De dentro da mochila, peguei meu celular e meus fones de ouvido que já estavam conectados no mesmo. Não dei play em minhas músicas, pois no mesmo instante, meu irmão se sentava ao meu lado encorando sua cabeça em meu ombro, encarando-me fixamente. "Eu sei que você está com saudades dele e da mamãe. Não adianta negar, eu sinto tudo quando envolve você!" A voz do meu irmão soou em minha cabeça suavemente. Encarei ele que sorriu para mim pegando minha mochila e a dele indo em direção a porta. Sorri de lado seguindo-o de casa. Nós dois adentramos o carro e contemplamos nosso primo sair correndo de casa e entrando no carro. O automóvel deu partida, saindo de frente da nossa casa rumo a escola.   Não demorou muito e logo o carro parou em frente ao portão principal da escola. Descemos percebendo um grupo de pessoas em um círculo, sendo a maioria meninas eufóricas. "O que está acontecendo?" Indaguei para meu irmão e o mesmo deu o ombro como resposta. Na maioria das vezes, essas multidões de pessoas, principalmente meninas é causada por ele e sua beleza sobrenatural. Cabelos médios escuros, olhos chamativos de cor preta, lábios carnudos e rosados, um corpo magro, mas forte, um rosto assimétrico, além de um belo sorriso e uma voz extremamente maravilhosa, principalmente quando se encontrava rouca ao despertar. Sua postura era de modelo, talvez poderia até ser um ator. "Deve que é um aluno novo!" Ele respondeu e eu concordei com a cabeça, percebendo que as meninas seguravam celulares em suas mãos com as câmeras abertas. "É um aluno novo, vocês são desenformados demais!" A voz do meu primo soou em minha cabeça seguida de uma risada. Era diferente, não era a do meu irmão e muito menos a do meu primo. Olhei em volta, mas não encontrei ninguém, e ninguém daquele colégio, sabia de nossa verdadeira natureza e que nós comunicamos por telepatia, principalmente durante as provas. — Intrometido! — Resmunguei fixando meu olhar em meu primo que riu passando os braços pelo os meus ombros, depositando um selar em minha bochecha. — Também te amo, prima! — Jacky disse sorrindo, porém em um instante ao outro ficou sério e olhou em volta com o cenho franzido. — Vocês ouviram isso? — Ouviram o que? — Meu irmão indagou um tanto confuso com o seu questionamento. — Uma voz disse para eu sair de perto da Saeyon! — Sua expressão mostrava o quão confuso estava. — Foi você Edwon? — Negou. — Deve que você está doido. Finalmente está ficando doido! — Exclamei rindo amenizando o clima tenso que entre nós. Passei meu braço ao redor da sua cintura adentrando a escola. Estudávamos na mesma sala desde que iniciamos nossos estudos. Jacky se sentava em minha frente ao lado de uma menina, por nossas mesas serem de dupla. Meu irmão do meu lado com Matheus Theo, um menino baixo e magro de cabelos louros e olhos castanhos. Eu me sentava com um menino, porém ele saiu na metade do ano eletivo. Sentei-me em minha carteira e sem dar a menor importância para a professora que acabará de entrar na sala, peguei meu celular com os fones. Coloquei-os em meu ouvido e dei play em minhas músicas enquanto deitava minha cabeça na mesa, entre meus braços e fechava meus olhos. — Bom dia alunos! — Ela disse por fim em um tom feliz, em plena manhã. — Recebemos um aluno novo, então por favor, o tratem bem. — Ouvi as alunas soltarem pequenos gritos mostrando que ele havia entrado na sala. Aumentei a música e nem fiz questão de erguer minha cabeça pra ver quem era e como ele era. Senti a cadeira ao meu lado sendo arrastada no chão. Da maneira que estava, continuei enquanto em minha mente vinha flashbacks das conversas que eu tinha com Jimond, nossas risadas. E pra piorar tudo, imagem da minha mãe sorrindo para mim. Meus olhos marejaram e eu rapidamente levantei da cadeira. Corri pra fora da sala, sem a permissão da professora, mas escutando-a me chamar. Continuei correndo em direção ao terraço. Sentei no chão atrás da casinha, começando a chorar. — Odeio ser fraca. Odeio ser fraca! — Soltei um grito e as caixas que tinham lá se levantaram e caíram no chão quando eu calei. "Você não é fraca!" Uma voz desconhecida soou em minha cabeça. Olhei em volta um pouco assustada, mas ainda chorando, porém não encontrei ninguém. Balancei a cabeça de um lado ao outro e fechei meus olhos enquanto as lágrimas desciam e eu tentava segurá-las.   Depois do primeiro sinal soar decidir ir embora, já que eu não iria conseguir prestar atenção na aula mesmo que eu me esforçasse. Sai do terraço e assim que pisei no último degrau que faltava, minhas pernas falharam e eu fui diretamente ao chão. Bem, teria ido, se não tivessem me segurado. Um arrepio subiu por todo meu corpo em contato com a da pessoa, mas logo me recompus e fiquei de pé. — Está tudo bem? — Uma voz masculina indagou, mas eu nem olhei para cima para não mostrar meus olhos inchados e vermelhos. — Sim... — Continuei com meu olhar fixo no chão. — Obrigada pela ajuda! — Realizei uma reverência, saindo de perto dessa pessoa rapidamente.   [Narradora] Kime Saeyon saiu praticamente correndo de perto do menino, deixando-o um pouco confuso pelo tal ato dela, mas ao mesmo tempo, fazendo com um sorriso surgisse em seus lábios. — Olá! — Uma menina, chama de Katy que pertencia ao último ano do ensino médio, se aproximou do garoto sorrindo. Seu olhar se encontrou com o dela fazendo com o rosto da garota, se tornasse vermelhos. — Você é tão bonito! — Obrigado! — Agradeceu sem jeito passando a mão em sua nuca, porém sem quebrar o contato visual com ela. — Posso perguntar uma coisa? — Ela indagou meio receosa, quebrando o contato visual e fazendo com que o mesmo piscasse e concordasse. — Qual é o seu nome? — Pryce Jimond! — Respondeu-a com um sorriso de lado, desviando seu olhar para o caminho que a Saeyon tinha corrido. Se ela tivesse erguido seu rosto, teria percebido que a pessoa que ela tanto almejava ver, tocar e beijar, estava bem na sua frente controlando o mesmo desejo que ela. E tendo um pouco mais de dificuldades que ela de se segurar. [Pryce Jimond] Meu olhar estava fixo no teto de meu quarto enquanto flashbacks da Saeyon aparecia em minha mente. Demorei muito para a encontrar, mas em momento algum pensei ou raciocinei se ela estaria com outro, se sentia minha falta como eu senti dela, se ela tinha me procurado. Eu só desejava ter ela em meus braços, mesmo não sabendo se o que ela disse na última vez que nos vimos era verdade ou não. Perguntava-me se ela estaria acordada agora, e em como ela reagiria se eu aparecesse na porta de sua casa e simplesmente dissesse “Surpresa, sentiu minha falta?”. — Mond! — A voz de minha prima, Rosie, soou no quarto tirando-me de meus devaneios. — Não me chame assim... — Exclamei friamente sem ao menos me dar o trabalho de a encarar. — Não gosto que você me chame assim! — Mas a menina que você gosta te chama assim! — Ela disse sorrindo e eu revirei os olhos. — Bem, chama! — Se aproximou de mim e eu fiz muito esforço pra não dar importância ao seu último comentário. — Sim, mas ela não é você! — Murmurei afastando-me dela enquanto ela me olhava incrédula. Pensei no local, vulgo que era o quarto da Saeyon, e em questão de segundos teletransportei-me pra ele. Me vi parado em frente a sua cama, e ela dormia tranquilamente com seus longos cabelos espalhados pelo o travesseiro e cama. Não me importava se ela gostava de mim ainda ou se sentia minha falta, o importante pra mim é que ela estava bem, sendo amada por seus familiares. Somente isso, era o suficiente pra mim. Quando pensei em voltar pro meu quarto ou ir pra qualquer outro local, ela começou a gritar e se debater na cama. Meus olhos se arregalaram e eu corri em sua direção na esperança de a acordar, porém foi em vão. A porta foi aberta bruscamente revelando o Edwon com os olhos arregalados, fazendo com que eu engolisse o seco no mesmo instante enquanto me afastava dela na cama. Ele se aproximou dela e suavemente triscou a mão em sua testa, e no mesmo instante, ela se acalmou. — Sabia que você ia vim aqui! — Ele disse encarando-me após confirmar que ela tinha adormecido. Engoli o seco novamente e umedeci os lábios. Eu já estava ali e não tinha mais pra onde fugir, não enquanto eu ainda me encontrava preocupado com o modo que ela agiu. — Porque ela fez isso? — Indaguei por fim, quebrando o silêncio que tinha se formado, voltando a me aproximar dela. — Ela foi torturada por nosso pai quando você foi embora! — Ele respondeu-me voltando a encarar a sua irmã. — Então às vezes ela sonha com a tortura e acorda dessa maneira. — Meu peito começou a doer. — M-Me desculpe... E-Eu não queria causar isso a ela! — Murmurei abaixando meu olhar lembrando-me de pular da janela e nem ao menos olhar para trás pra ver se ela ficaria bem. — Você sabe que o que ela disse foi tudo mentira né? — Indagou e eu fiquei em silêncio por alguns segundos enquanto as palavras dela, naquela noite, soavam em minha cabeça como se estivesse acontecendo pela a segunda vez. — Depois de alguns dias eu coloquei em minha cabeça que era mentira! — O respondi encarando-a. — Mas ainda doí me lembrar do que ela disse, porém consigo superar! — Enfim... Estava com saudades de você! — Soltei uma risada anasalada. — Pensei que você tinha morrido ou algo similar, mas fico muito tranquilo em o ver bem. — Eu também estava com saudades e pensei que você estava morto! — Ele riu e esticou sua mão fechada em punho em minha direção. Retribui o gesto e encostei a minha na dele. Assim que meus lábios se abriram pra falar mais alguma coisa, senti a mão da Saeyon em meu punho e de repente o cenário mudou. Olhei em volta percebendo que havíamos voltado para a época medieval. Me encontrava no mesmo calabouço que passei a maior parte da minha vida crescendo por algo que meu pai não fez. "— Onde ele está? — Ouvi a voz grave e irritada do Rei. Virei-me no mesmo instante encontrando a Saeyon com as mãos amarradas por correntes acima da cabeça e suas pernas também acorrentadas. Estava completamente nua na frente de seu pai que segurava algo que não consegui identificar. — Eu não sei! — Ela disse firme olhando para ele. E era verdade, pois após minha fuga, me escondi de tudo e todos no reino mais distante que eu podia ir. — FALA LOGO! — Ele gritou e um homem entregou a ele um ferro quente. Me aproximei dele rapidamente pra tentar arrancar o objeto de suas mãos, mas passei direto por ele. Era apenas uma memória, e por conta disso, não podia fazer absolutamente nada, apenas ver a mulher que eu amo ser torturada. — Eu não te machucar querida... — Ele disse aproximando o ferro da barriga dela, que se encolheu ao sentir o vapor que emanava do objeto. — Então fale onde ele está! — EU NÃO SEI! — Ela gritou e seu pai triscou o ferro quente em sua barriga fazendo ela gritar de dor. — Você é um monstro, você não faz a ideia do tanto que eu odeio você, desejo a você uma morte lenta e dolorosa! — Sua voz soou baixa e fraca enquanto suor descia pelo o seu corpo juntamente com as lágrimas que pingavam de seus olhos. Ele riu sarcasticamente colocando novamente o ferro na barriga dela que provavelmente estava mais quente que o outro, pois o guarda tinha colocado no fogo. — Jimond... — Ela sussurrou fechando os olhos com força. O cenário mudou novamente e eu voltei para o quarto." Estava em choque, quando Edwon disse que ela tinha sido torturada, não pensei que teria sido daquela maneira. Ela aguentou firme e isso era algo que eu admirava nela mais do que tudo. — Está tudo bem? — Edwon indagou tirando-me de meus devaneios. Concordei fixando meu olhar na blusa que cobria a sua barriga. — Posso levantar? — Indaguei segurando a blusa dela e ele assentiu. Ergui a sua blusa vendo sua barriga cheia de cicatrizes enorme, grossas e horrendas. — Nem os livros de cura da mamãe conseguiu tirar isso! — Murmurou em um tom triste. — Ela nunca gostou de mostrar sua barriga na frente de ninguém. — Eu realmente me arrependo muito que isso aconteceu com ela... — Exclamei passando o dedo sutilmente a vendo se mexer ao meu toque. — Porém, pelo menos isso eu posso ajudar! Mordi minha língua com a minha presa fazendo ela começar a sangrar e então aproximei meu rosto do dela. Beijei seus lábios deixando que o sangue descer para sua boca. Afastei-me sentindo o corte se curar e vendo ela engolir o sangue. Suas mãos apertaram com força os lençóis enquanto arqueava suas costas gemendo baixo de dor. — O que está acontecendo com ela? — Seu irmão indagou preocupado. Ignorei-o, meus olhos estavam fixos nela. Quando parou e voltou a ficar quieta na cama, soltei uma risada passando a mão em sua barriga tirando a pele que ela havia soltado. Tirei tudo deixando sua barriga livre de todas as cicatrizes causadas pela a tortura. — C.Como isso é possível? — Gaguejou e eu soltei uma risada passando as mãos em meus cabelos orgulhoso de mim mesmo e principalmente, por que tinha funcionado. — Não posso contar os segredos de vampiros! — Gargalhei passando a mão no rosto dela delicadamente. — Tenho que voltar pra casa, sai sem avisar. — Me encarou surpreso. — Até amanhã na escola! — Acenei para ele e teletransportei-me novamente para o meu quarto.   [Kime Saeyon]  Acordei me sentindo um pouco estanha. Havia sonhado com o Jimond novamente, mas dessa vez ele está em meu quarto ao lado do meu irmão. Não entendi o contexto do sonho, mas fiquei feliz em não ser sonhos do dia em que abandonei ele. Levantei-me da cama e caminhei ao banheiro. Despi-me por completo e parei em frente ao espelho. Soltei um agudo grito ao ver que minha barriga, antes coberta de cicatrizes, agora estava completamente limpa e sem nenhuma. De repente meu irmão e o Jacky apareceram no banheiro com expressões preocupadas, mas logo ficando de costas ao ver que eu estava nua. — E-Está tudo bem? — Meu primo indagou e eu não consegui responder, apenas fiquei passando a mão em minha barriga incrédula. — Saeyon, responde alguma coisa caramba! — Eu ouvi um grito. — Minha tia apareceu no banheiro preocupada. — Está tudo bem? — Fixou seu olhar em mim e eu apontei pra minha barriga no mesmo instante, vendo seus olhos se arregalarem. — Meninos, esperem lá embaixo! — Eles saíram e ela adentrou o banheiro. — Como isso é possível? — Eu não sei... Dormi com ela ontem cheia de cicatrizes e então quando acordei, estavam sem elas. — Respondi-a enquanto ela passava o dedo indicador na minha barriga com o seu cenho franzido. — Só sangue de vampiro ou um vampiro consegue fazer isso! — Ela disse desviando seu olhar da minha barriga pra mim. — Vampiro?... — Arqueei minha sobrancelha. — Só conheço... Pryce Jimond! — Arregalei os olhos. Ele estava vivo? Será que foi realmente ele?  
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