Capítulo 03

4934 Words
Passei a maior parte da manhã passando a mão em minha barriga e perguntando-me se realmente o Jimond tinha aparecido em meu quarto e que não fora nenhum sonho. Podia ter sido apenas a saudade e a culpa torturando-me pelo o que fiz e todas as palavras que disse. Meu irmão não mencionou nada sobre aparecer em meu quarto ou qualquer coisa similar, confirmando que eu estava tendo sonhos lúcidos. O carro se encontrava em movimento em direção a escola enquanto eu encarava a janela sem saber no que acreditar, em meus sonhos ou em meus pensamentos. Se ele realmente tivesse voltado, poderia simplesmente ter me acordado anoite ou me encontrando em qualquer outro lugar. — Saeyon! — Jacky bateu em meu ombro tirando-me de meus devaneios. — Sua saia... — Apontou para ela e eu desci meu olhar para a mesma, que se encontrava completamente levantada graças ao vento, mostrando a minha calcinha. Desci no mesmo instante sentindo meu rosto corar. — Não vi absolutamente nada. Me encontro cego nesse instante! — Desviou seu olhar de mim rapidamente ao ver-me franzindo o cenho. — A diretora podia dar liberdade de usarmos a roupa que quiser todo dia! — Meu irmão, do banco da frente, disse sem ao menos olhar para trás como se soubesse exatamente o que estava acontecendo. Durante um dia do mês, todos os alunos de todas as séries poderiam usar as roupas que quisesse, contudo, depois desse dia, sem o uniforme, não entraria no colégio. O uniforme era basicamente, todo de cor preta, a única coisa que diferenciava era a camiseta social e os tênis que era opcional a cada aluno. A saia era de pregas e ia até um pouco acima do joelho, o blazer com nosso nome em uma plaquinha pendurado ao lado esquerdo, e pra finalizar, uma gravata social. Completamente negros, o que criou um certo conflito com a cor de meus cabelos. Em questão de minutos o carro parou em frente ao colégio. Descemos arrumando nossas roupas e adentramos o colégio. Arrumava minha mochila em minhas costas com o olhar fixo no chão, e ao mesmo tempo senti meu irmão cutucando-me. — Seu cadarço! — Ele disse apontando para o meu tênis quando eu o encarei, puxando junto consigo Jacky, confuso, para longe de mim o mais rápido possível. Fiz um gesto para agachar afim de amarrar meu cadarço rapidamente pois o sinal havia acabado de soar, mas um menino foi mais rápido e se agachou em minha frente, amarrando por mim. Seus cabelos eram estranhamente familiares juntamente com o perfume que emanava dele, contudo não conseguia lembrar de onde virá e sentirá. — N-Não precisava! — Exclamei meio constrangida com a atitude do mesmo. Olhei ao redor, todos os alunos tinham entrado para suas salas. Retornei meu olhar ao mesmo que terminava de dar um laço. — Mesmo depois de você dizer aquilo tudo pra mim... Eu senti muito a sua falta! — Ele disse se levantando fazendo-me dar um passo para trás com os olhos arregalados e o coração batendo rapidamente. — Minha princesa... — Realizou uma reverência em minha direção. — Quanto tempo! — Era Pryce Jimond, em carne e osso em minha frente com o mesmo sorriso lerdo em seus lábios. — Esperava uma reação mais c... — Apressei-me em sua direção e o abracei com todas as forças que tinha, afim de confirmar que não era um sonho. Lágrimas enchiam meus olhos enquanto ele retribuía o abraço afundando seu rosto na curvatura de meu pescoço. — Isso é um sonho? — Indaguei afastando o abraço passando delicadamente minha mão em seu rosto, vendo-o fechar os olhos negando. — E-Eu... — Um pigarrear soou atrás de nós. — Estou atrapalhando algo? — A voz da diretora soou fazendo a gente se virar e encontrar a mesma com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada em nossa direção. — Para a sala. AGORA! — Concordamos rapidamente com um certo medo do que ela poderia fazer e apressamos nosso passo em direção a sala de aula enquanto o olhar dela se mantinha fixo em nós até virarmos longo corredor com armários próximos as paredes. Paramos em frente a porta da sala de aula e eu questionava na parte mais inferior de minha mente, porque ele não estava indo para a sua sala de aula. Bati na porta e então, senti Jimond entrelaçar sua mão na minha, fazendo com que arrepios subisse por cada canto de meu corpo. Meu coração começou a bater rapidamente, virei-me para o encarar, mas antes que eu fizesse alguma coisa, a porta foi aberta pela a professora com expressão nada agradável. — Atrasados! — Ela disse com o cenho franzido analisando Jimond e eu de cima embaixo com cuidado, fixando seu olhar em nossas mãos entrelaçadas enquanto um sorriso surgia em seus lábios. — Perdoe nosso atraso professora! — Exclamei e ela apenas concordou dando espaço para que entrássemos na sala de aula. Tentei soltar minha mão da de Jimond, mas ele impediu apertando mais sua mão contra a minha e puxando-me para dentro da sala deixando as alunas com olhares surpresos. Ele estava marcando território, mostrando a todos que eu era dele e ao mesmo tempo, mostrando que ele era completamente meu. Sentei em minha carteira e ele, surpreendendo-me se sentou ao meu lado. Ele era o aluno novo que chegou ontem. Se eu tivesse de cabeça erguida ou se ao menos virasse meu rosto pra encarar a pessoa que tinha se sentado ao meu lado, não teria ficado triste o resto da tarde e noite. "Vocês gostam de causar!"    A voz do meu irmão disse. Encarei ele que mantinha seu olhar fixo em nós dois com um sorriso malicioso em seus lábios. Ele sabia, sabia desde o início que o Jimond tinha voltado, mas ocultou isso de mim. "Quem é esse menino? Dessa vez foi a voz do meu primo um tanto ríspida e bem m*l-humorada. Fiquei em silêncio procurando uma boa respostar para dar a ele, mas todas que vinham, conhecendo-o muito bem, seria uma boa ideia. "Sou o namorado dela. Prazer em te conhecer!" Jimond entrou na conversa e eu dei um tapa em minha testa. Essa era uma das coisas que não era recomendada dizer a ele, pois um escândalo seria feito na mesma hora. "NAMORADO?!" Meu primo se levantou da cadeira bruscamente, fazendo ela se arrastar no chão fazendo um alto barulho. Ele encarou Jimond com o cenho franzido. Dito e certo, seu escândalo foi feito! — Algum problema Sr. Jacky? — A professora indagou com uma sobrancelha arqueada, fazendo o olhar dele sair de nós e se fixar nela. — N-Não professora! — Ele se sentou novamente um pouco constrangido, mas ainda completamente m*l-humorado. — Desculpe por atrapalhar a aula! "Depois quero conversa com vocês dois"  Jimond soltou uma risada inclinando sua cabeça em minha direção arqueando sua sobrancelha rapidamente. Estiquei minha mão e novamente acariciei seu rosto, ainda achava que era um sonho, mas ao tocar sua pele macia e ele fechar os olhos sorrindo começava a duvidar. Queria ter aproveitado ele assim antigamente, sua presença, seu toque, aceitar meus sentimentos por ele antes que fosse tarde demais. Isso tudo foi tirado de mim pelo o meu pai e sua ideia de que estava me protegendo.   O dia passou mais rápido do que esperava e em momento algum Jimond desgrudou de mim juntamente Jacky que aparentava um tanta enciumado e ameaçado pela a enorme presença dele. Passei a maior parte calada observando-os conversarem, apreciando cada momento e cada risada dos três. Era um momento que gravaria em minha memória, pois pela a primeira vez em décadas, estavam realmente, me sentindo feliz e amada. Com a presença de Pryce Jimond, tudo estava perfeito! O último sinal soou liberando os alunos que saiam rapidamente das salas. Levantamos com a mochila em nossas costas e ao aproximar da porta, ela foi fechada pelo o meu primo após lançar um feitiço na mesma. — Sentados! — Ele disse apontando para as cadeiras. Segurei uma risada e me sentei em uma cadeira e o Jimond ao meu lado enquanto meu irmão observava tudo sorrindo em cima de uma mesa. — Onde conheceu minha prima? Quais são seus planos com ela? O quanto você a ama? Porque você apareceu de repente na vida dela? — Todas as perguntas saiam rapidamente com seus olhos fixos, intensamente, em Jimond que ousadamente devolvida o olhar. — E sim, eu sou ciumento. Se você fizer ela chorar ou magoá-la, não me importa se você é vampiro ou não eu vou achar uma maneira de matar você! — Jimond me olhou com o cenho franzido, sério, mas logo sorriu. — Você fazendo uma declaração dessa, fico até feliz! — Exclamei levantando-me da cadeira e indo em sua direção, abraçando-o. — Sai fora! — Ele disse empurrando-me para o lado. — Estou tentando ser sério, não atrapalha por favor. — Era perceptível que se segurava pra não ir ou corar. — Tenho que responder todas essas perguntas mesmo? — Jimond indagou e meu primo concordou. Observei-o cruzar as pernas e fixar seu olhar nele. — Idade medieval, no castelo, de preferência no calabouço! — Espera, você é o menino que ela vive sonhando e dizendo que sente muita falta? — Jacky indagou e eu o encarei com os olhos arregalados enquanto o Jimond sorria de maneira vitoriosa pra mim. — N-Não era pra falar né? — Me encarou. Neguei e ele engoliu o seco soltando uma risada meio nervosa. — Eu tenho que continuar agora que você sabe quem eu sou? — Provocou arqueando rapidamente a sobrancelha na direção do meu primo. — Não, não tem mais não... — Ele disse rapidamente com o olhar ainda em mim. — Edwon, vamos embora?! — Concordo, vamos deixar eles sozinhos! — Meu irmão concordou fazendo meu primo soltar um suspiro de alívio ao escapar da minha fúria. —  Acho que eles têm muitas coisas para conversar! — Rapidamente meu primo saiu da sala sendo acompanhado pelo o Edwon logo atrás. A porta foi fechada atrás dele deixando nós dois, Jimond e eu, sozinhos. — Porque você apareceu agora? Depois de todos esses tempos sem dar notícia se estava vivo ou se estava bem. — Exclamei enquanto ele me olhava fixamente e em silêncio. — Entendo que você ficou magoado no que eu disse naquele dia, mas era a única maneira de você fugir, eu não iria querer ver você voltando ao calabouço por minha causa. Você, sem sombra de dúvidas, seria morto! — Comecei a andar de um lado ao outro. — Você não imagina o tanto que tentei te procurar pra pedir de desculpas... Pensei que estava morto ou que estava com outra mulher, feliz, em algum lugar do mundo. Doeu, doeu muito e ainda doí ao lembrar. — Segurei as lágrimas. — Seu maldito, eu deixei meu cabelo crescer porque você elogiou... Eu todo esse tempo, esperava por você, sonhava com você e desejava te ter novamente, dessa vez, sem ninguém para atrapalhar! — Passei as mãos em meus cabelos ficando de costas para ele. — Eu quero te mat... — Não consegui terminar a minha frase, pois ao me virar em sua direção, sua mão segurou meu rosto e seus lábios vieram de encontro ao meu. — Menina tola! — Ele disse contra meus lábios sorrindo. — Eu sou seu, sempre serei seu. Nenhuma outra garota conseguirá me roubar de você, sabe por que? — Neguei olhando em seus olhos que começavam a se tornar meio avermelhados. — Porque eu te amo, minha princesa! — Sorri e selei nossos lábios, novamente, mas em um beijo de verdade. Nossos lábios começaram a se mover em perfeita sincronia fazendo com que cada pelo em meu corpo se arrepiasse. No mesmo instante suas mãos desceram de meu rosto para a minha cintura, apertando e puxando-me em sua direção, colando nossos corpos enquanto aprofundava o beijo. Guiei minhas mãos em direção ao seu rosto, acariciando suavemente me deixando ser guiada pela as sensações que ocupava todo o meu corpo. Era lento e molhado, demonstrando a saudade que sentíamos depois de todo aquele tempo longe um do outro. Separei nossos lábios, puxando o seu lábio inferior. Não desejava, mas o ar começava a fazer falta em meus pulmões e um enorme calor subir por cada parte de meu corpo. — Não imagina o tanto de vezes que me imaginei te beijando novamente! — Ele disse contra meus lábios com sua respiração entrecortada por arfares. — Você acaba com toda a minha sanidade que me esforço pra manter. — Sorri encarando seus olhos que estavam, novamente, meio avermelhados. — Então quer dizer que eu posso abusar dessa capacidade minha? — Indaguei e ele concordou no mesmo instante puxando-me para um abraço enquanto eu começava a rir. — Tenho tantas coisas que eu gostaria de perguntar. — Murmurei sentindo-o mover sua cabeça de um lado ao outro em uma espécie de caricia. — Eu acho que devo responder suas perguntas! — Afastou-se de mim e com as mãos ainda em minha cintura, me ergueu com uma tremenda força do chão, colocando-me sentada em uma mesa. Observei-o se sentar ao meu lado. Ficou em silêncio alguns segundos e quando finalmente tomou coragem para falar algo, a porta da sala foi aberta. — Depois que eu sai do castelo fugi para a cidade mais longe possível do castelo, pois sabia que seu pai iria tentar me encontrar. Foi realmente difícil me esconder, afinal em todo local tinha cartazes com meu desenho e uma grande recompensa pela minha cabeça. — Soltou uma risada anasalada fixando seu olhar em suas mãos, como se relembrasse daquela época. — Totalmente desorientado encontrei o irmão do meu pai, ele me acolheu e me criou como se eu fosse filho dele. Em todo instante, todo momento, hora, dia e ano, pensava em você e em como estaria, cogitava em voltar pra te ver, mas sempre me lembrava das coisa que você disse na última vez que te vi! — J-Jimond, você sabe que... — Não consegui terminar a minha frase, pois novamente, ele calou-me com um selar. — Calei! — Pigarrei corando. — Fiquei com meu tio até o dia da notícia que o Rei faleceu. Até o dia que ouvi falarem que o reino estava sendo atacado. No mesmo instante pensei em você e viajei o mais rápido que pude pra ver se estava bem, que não passava de uma mentira, mas ao chegar no local só encontrei casas queimadas, pessoas mortas para todos os lados, pessoas vivas procurando algum rastro de suas conquistas ou de seus familiares. — Fechou os olhos com força. — Entrei em desespero e fui ao castelo, mas não encontrei nenhum sinal de você ou de seu irmão. Me culpei por algo que não nada a ver comigo. — Encarou a janela e ficou em silêncio por segundos. — Naquele dia, aos prantos de lágrimas, encontrei uma empregada e ela disse que você e seu irmão tinham fugido antes do ataque! Era incrível como mesmo passar de décadas, me lembrava do que havia acontecido naquele dia. Meu pai morreu por velhice, meu irmão e eu não ficamos tão triste, pois desde a fuga de Jimond ele nos tratava como lixo. Dois dias depois, em meu sonho, apareceu uma mulher e ela me disse que tínhamos que fugir do reino, pois ele seria atacado ao anoitecer. Quando contei ao meu irmão, ele pensou que era brincadeira e eu também, mas quando vimos o primeiro inciso de fogo juntamente com gritos, concluímos que era verdade. Guardas apareceram e nos guiaram para fora do reino com segurança, mas na metade do caminho eles foram atacados e mortos enquanto nos protegia. Naquele momento em diante era somente Edwon e eu, sem saber para onde iriamos, completamente sozinhos, com medo e desesperados. Continuamos o caminho, de mãos dadas, com medo do que iria aparecer em nossa frente, no meio daquela enorme floresta com grandes árvores, barulhos de animais que nos assustavam, pedras que quase nos derrubava. Olhava para trás todo instante, vendo o brilho do fogo a distância de nós. Passou-se três dias, estávamos famintos, com sede e ainda no meio da floresta. Não tínhamos familiares pra poder nos acolher e nem pegamos dinheiro pra poder comprar comida ao sair da floresta. Quando estávamos pensando em desistir nossa tia, Jey .... , nos encontrou. Ela estava indo ao reino para ver se era verdade, com medo de que a gente estivesse morto, quando viu nós naquele estado, presta a desistir da nossa vida, começou a chorar e dar agradecer a Merlin por estarmos salvos e bem. Se não fosse por ela, eu não teria uma segunda chance de me encontrar com o Jimond e me desculpar pelo o que eu disse. Edwon e eu devemos muito a nossa tia, até mesmo nossas vidas. — Saeyon? — Jimond tocou minha mão suavemente tirando-me de meus devaneios. Pisquei algumas vezes e o encarei. — Desculpa, eu devo te feito lembrar de coisas horríveis! — Lembrou não! — Menti e ele franziu o cenho desconfiado. — Continue com a sua explicação, quero ouvir ela detalhadamente. — Depois que soube que você tinha fugido e estava bem, não consegui acreditar e procurei nas cidades mais próximas por você, mas não tive nenhuma resposta. E eu só iria parar de te procurar se soubesse que estava viva, bem e feliz. Em cada reino, cada cidade espalhada no mapa te procurava, mas nenhum sinal de você. — Sorriu olhando em meus olhos. — Comecei a te procurar em cada país existente no mundo, e com isso, as décadas foram se passando e minhas esperanças de te encontrar também. Até que eu encontrei vestígios no país em que eu jamais teria imaginado. Coréia do Sul. — Minha mãe era uma feiticeira sul-coreana! — Exclamei rindo e ele concordou umedecendo os lábios. — E você sabia disso Jimond, como não pensou nesse local de primeira? — Me pergunto isso até hoje. Acho que não pensei nesse país por que você não parece absolutamente nada daqui. — Resmungou fazendo uma breve careta. Realmente não tinha nenhum traço de pessoa asiáticas, a única coisa que tinha, era o nome. — Eu vim pra cá e te procurei, mas novamente não tive sucesso e quando novamente estava perdendo as esperanças... Te vi rapidamente dentro de um carro, e te reconheci no mesmo instante. Segui o carro que estava, ele parou na frente desse colégio e eu rapidamente me transferi do que eu estava frequentando pra esse. Demorou uma semana pra eles aceitarem, mas durante esse tempo, te observava de longe e te admirava vendo o quão perfeita e linda tinha se tornado, enquanto controlava a minha vontade de correr em sua direção, te abraçar tão forte e dizer que... “Eu te amo, minha princesa”. Me vi completamente sem ações, palavras e atitudes perante sua fala. Ao ver que estava em choque, ele se levantou da mesa corando e sorrindo de leve enquanto andava na sala, mas sem sair do meu campo de vista. — Ufa, venho guardando isso a muito tempo. Como é bom falar em voz alta! — Ele disse soltando uma risada anasalada voltando a se aproximar de mim. — Não precis... — Eu também te amo! — Exclamei e ele arregalou os olhos corando ainda mais enquanto sua orelha se tornava vermelha juntamente com seus olhos. — Igual a você, venho guardando isso comigo. — Ah merda... — Xingou colocando a mão no rosto sorrindo largamente. — Sonhava com isso a muito tempo! — Abraçou-me fortemente. — Minha princesa, só você pra me fazer sentir nas nuvens com apenas quatro palavras! — O que ainda estão fazendo aqui? — Uma voz soou na sala, fazendo eu e Jimond se afastar. Era o segurança do colégio. Ele nos encarou e franziu o cenho. — Ainda por cima, sozinhos. — Estamos de saída! — Jimond disse rapidamente pegando minha mochila juntamente com a sua. — Estamos? — Indaguei em um tom que somente ele ouvisse, descendo da mesa. Ele concordou e eu não questionei mais. Sua mão entrelaçou na minha e nos caminhamos em direção a porta, onde o segurança ainda estava parado. Observei Jimond parar em sua frente e então, seus olhos do tom castanho, se tornou completamente vermelho. — Não se lembrará de ver nós aqui! — Ele disse enquanto o segurança, com os olhos arregalados e fixos no de Jimond, concordou. Saímos da sala e eu senti sua mão em minha cintura. Em um piscar de olhos não estava mais no corredor do colégio, mas sim em meu quarto. No mesmo instante comecei a me sentir tonta e enjoada. — Desculpa, eu esqueci de avisar! — Exclamou rapidamente ao ver-me segurar forte seu ombro pra não cair por conta da tontura. — É que eu pensei que você não se sentiria assim, pois quando fiz isso décadas atrás, você não ficou assim... — Jimond, naquele momento eu estava preocupada em outras coisas! — Murmurei sentando na cama respirando fundo. — Não prestei atenção no que fez, só prestava atenção no que eu estava sentindo. — Encarei ele. — Entendeu o que quero dizer? — Concordou sorrindo maliciosamente. — É melhor vim aqui quando está claro! — Ele disse olhando em volta com atenção, fixando seu olhar no meu mural de fotos próximo da minha escrivaninha. — Parece que você está feliz. Levantei-me da cama e me aproximei dele. Ele olhava fixamente para as fotos, analisando de um em uma. E eu via seus olhos se tornando vermelhos novamente. Não entendi, mas achava estranhamente atraente. — É... — Murmurei com o olhar ainda fixo nele. — Agora estou ainda mais feliz. — Ele se virou para me encarar. — Com você ao meu lado, tudo está da maneira que desejo e que sonhei! — i****a! — Revirou os olhos corando pegando uma foto minha com meu irmão em um parque de diversões. — Jimond, posso fazer uma pergunta? — Indaguei e ele concordou colocando a foto no mesmo local de antes. — Seus olhos, eles mudam de cor em determinados momentos pra vermelho, porque? — Então eles realmente estavam mudando. — Resmungou estralando a língua. — Meio que, quando eu fico e******o, nervoso ou muito feliz, eles mudam de cor. — Gargalhou baixo. — Consigo controlar, mas acho que meus hormônios estão desregulados com a sua presença! — E o que isso significa? — Segurei a sua mão e o guie em direção a cama. Ele me olhava curioso com o que iria fazer em seguida. — Eu te desejo Saeyon! Te desejo em meu quarto, gemendo meu nome enquanto arranha minhas costas pedindo por mais. Por isso que eles estão desregulados. É vergonhoso dizer isso em voz alta, principalmente porque você sabe. — Fiz ele se sentar na beirada da cama e me sentei em seguida em seu colo. Ele ia dizer mais alguma coisa, porém ficou em silêncio. — Saeyon, Saeyon! — Sorriu de maneira maliciosa e aproximou seu rosto do meu para selar nossos lábios. Antes de selarmos nossos lábios escutei passos subindo a escada. Era minha tia pelo o fato de estar ouvindo um salto alto batendo no chão. — Minha tia... — Exclamei saindo do seu colo rapidamente enquanto Jimond arregalava os olhos. — Ela é tranquila, não se preocupe. Bem, espero que hoje ela seja tranquila! — Piscou algumas vezes, era perceptível que estava com medo. — Querida, você usou portal pra volta pra casa? Seu primo e seu irmão estão em uma lanchonete. — Ela disse abrindo a porta. Seus olhos se arregalaram ao ver o Jimond e eu no quarto, sozinhos. — Ele me trouxe! — Exclamei para a minha tia apontando pra o Jimond. Rapidamente ele se levantou e realizou uma reverência, estilo medieval, em direção a minha tia. — Então esse é o famoso Pryce Jimond? — Indagou e eu pude ver Jimond me olhar de lado com um largo sorriso assim que arrumou sua postura. — E foi você que curou as feridas dela né? — Concordou rapidamente. — Eu verifiquei a barreira e fiquei surpresa ao ver vestígios de sua presença nela! — Gargalhou. — Enfim, amor da vida de minha sobrinha é parte da família, então seja bem-vindo e volte quando quiser! — Dito isso fechou a porta enquanto eu corava com suas palavras e a maneira lerda que Jimond que me encarava. — Primeiro: você falou bastante de mim aos seus familiares; segundo: eu sou o amor de sua vida, de acordo com a sua tia; terceira e última questão; se já disse isso tudo, tenho uma dúvida, já se tocou pensando em mim? — Engasguei com minha própria saliva corando ainda mais do que antes. — Não precisa ser tímida, sou super tranquilo. Já estava pensando em propor você fazer isso em minha frente? — Pryce Jimond! — Repreendi-o com meu rosto super quente. — Cala boca! — Apontei minha mão em sua direção, em seguida, passei na frente de meus lábios. Ele tentou abrir seus lábios, mas eles se encontravam fechados. — Sabe as horas que são? O seu tio vai te matar! — Uma voz masculina soou no quarto assustando-me. Virei-me no mesmo instante no lugar em que a voz soou. Cruzei minhas mãos e apontei a direita no local, atingindo a pessoa que tinha invadido meu quarto. Estreitei meus olhos e encontrei a pessoa, completamente assustada, prensada na parede, impossibilitada de se mover. Não sabia quem era. Era um homem algo de pele preta, cabelos pretos e, algo que me atraiu ainda mais, seus olhos azuis. Ele era baixo, mas seu corpo era forte na medida certa. Senti a mão de Jimond em meu ombro, o encarei e ele apontou para o feitiço em sua boca. Estalei os dedos e ele abriu e fechou a boca, relaxando seus músculos. — Pode soltar ele. — Disse por fim se aproximando do homem. — É conhecido meu! — Concluiu ao ver-me franzi o cenho. — Movi minha mão esquerda da direita para a esquerda e esse homem caiu no chão. Observei Jimond ajudando-o a se levantar. — Desculpa, esqueci de avisar que chegaria tarde! — Essa feiticeira é bastante forte pra usar magia sem qualquer tipo de fala, apenas com gestos! — O homem disse olhando pra mim com expressão de surpresa em seu rosto. — Ela me parece familiar... ESSA É A SAEYON? — Já falou de mim para seus familiares? — Debochei da mesma maneira que ele. Sua língua umedeceu seus lábios e ele não respondeu, mostrando que já tinha falado de mim. — Desculpe a falta de educação... — O homem se desculpou rapidamente sorrindo largamente. — Sou Zaid. Milles Zaid! — Se apresentou — Prazer e sinto muito pela maneira que te tratei! — Exclamei e ele balançou a cabeça mostrando que não era nada. — Eu vou voltar pra casa e recomendo você fazer o mesmo! — A última coisa antes de sumir do quarto. — Se já falou de mim, então significa que já se masturbou pensando em mim! — Repeti na mesma ousadia que ele antes de seu parente chegar. — E se eu disser que sim, o que vai fazer? — Olhou-me intensamente me deixando completamente sem palavras. Ele soltou uma risada anasalada. — Vamos comigo em um local. — Franzi meu cenho. — Relaxa, não vou fazer nada que não peça! — Me aproximei dele sentindo suas mãos em minha cintura e novamente, em um piscar de olhos meu, não estava em meu quarto, mas sim em frente a uma porta. — Avisando, que eles são um pouco doidos! — Colocou a mão na maçaneta e girou. — É-É sua casa? — Indaguei hesitando entrar. Ele concordou esticando sua mão em minha direção. — E-Eu nem estou vestida direito pra conhecer eles. — E desde quando precisa? — Gargalhou entrelaçando nossas mãos e puxando-me para adentrar a casa. Olhei em volta sentindo-me meio nervosa. Não sabia o que eles iriam pensar de mim e temia que pensassem coisas ruins. No topo da escada, apareceu um menino. Ele encarou Jimond e sorriu largamente enquanto desci as escadas correndo na direção do mesmo. — VOCÊ CHEGOU! — Gritou se jogando nos braços dele em um abraço repleto de saudades. — Estou de volta. Você se comportou? — Apenas observava Jimond com aquele menino. Era uma cena que se eu estivesse com celular, teria gravado pra guardar de recordação. — Sou um bom garoto! — Sorriu, mas logo ficou sério ao olhar pra mim. — Quem é ela? — Apontou para mim e eu sorri sem mostrar meus dentes. — Uma pessoa muito especial pra mim! — Jimond o respondeu com o olhar fixo em mim. — Olá, eu me chamo Saeyon! — Agachei-me em sua frente podendo analisar o melhor. Seus cabelos eram loiros, seus olhos negros iguais aos meus, pele pálida. Aparentava ter uns 5 anos e era bastante inteligente para sua idade. Ele era um feiticeiro! — Hm... — Analisou-me dando um passo para trás. Estiquei minha mão em sua direção e ele a encarou fixamente por alguns segundos e logo em seguida, sorriu largamente. — ELA É IGUAL A MIM! — Pulou em meus braços, deixando-me surpresa e sem atitude. — Nem precisou se esforçar para conquistar ele, acredito que com os outros vai ser da mesma maneira! — Jimond disse encarando-me fixamente enquanto abraçava o menino. Corei sorrindo de lado acariciando as costas da criança.
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