Rafaela 02

1264 Words
Depois que acertei o carreto para sábado às três da tarde que é a hora que já vou estar em casa Menor me deixa na barreira e eu sigo paro o ponto de ônibus tenho que pegar Manu na creche, sai mais cedo do trabalho para ter tempo de ir ao morro procurar essa casa e pegar ela na escolinha. Manu está com a bola toda como diz seu Pedro, ela me conta sobre o dia dela e os seus problemas de criança enquanto vamos para casa minha pequena não para de tagarelar um minuto se quer ela me lembra muito a criança que eu fui quando meu pai era vivo, Manu não se parece comigo fisicamente ela é ruiva igual o desgraçado do meu padrasto mas isso não muda o amor que eu tenho por ela. Minha filha não tem culpa da forma que ela foi concebida e nem por ter a aparência parecida com a daquele monstro, nunca vou deixar de dar todo o amor que ela merece por causa disso o que ele fez comigo me dói e me machuca até hoje, mas ela nunca vai deixar de ser o bem mais precioso que eu tenho. A semana passa rápido, depois do dia que aluguei a casa voltei no morro para ver se tinha vaga na creche e para a minha sorte tinha não perdi tempo e pedi a transferência da Manu que a partir de segunda já começa na escolinha nova. Sábado amanheceu daquele jeito numa chuva que eu achei que não ia conseguir mudar, deixei a Manu com a moça que cuida dela aos sábados e fui trabalhar preocupada, minhas coisas estão todas em caixas é só chegar e mudar só espero que a chuva dê uma trégua. As três em ponto o moço do carreto está na porta da casa onde eu morava com os pais do Lucas, a casa foi colocada à venda e eu tinha que desocupa-la antes que fosse vendida, graças a Deus que eu consegui porque eles precisam do dinheiro dessa casa para comprar outra em São Paulo. A chuva passou e como eu não tenho muita coisa deu para levar tudo em uma única viajem, seu Antônio e o ajudante dele descarregaram o carro e eu pergunto se eles montam os móveis ou conhece alguém que faz ele me respondeu que ele montava, mas que tinha outro carreto e que só poderia fazer isso na segunda, eu não tinha muito que fazer então eu disse que na segunda quando eu voltasse do meu trabalho passaria na casa dele para chama-lo já estava fechando o portão quando o NC apareceu com um outro cara bem parecido com ele, loiro tatuado e bem bonito. - Está tudo certo por aqui? Ele pergunta e eu assinto. - Está sim, conhece alguém que monta móveis por aqui? - Só o Antônio, ele não montou as suas coisas? - Não, ele só pode fazer isso na segunda e eu queria montar pelo menos a cama da minha filha. Digo e ele fica me olhando e sua resposta me surpreende. - Se quiser o VN e eu montamos as suas coisas. O tal VN o olha meio que surpreso chega a ser engraçado mas ele não fala nada. - Claro, eu tenho uma caixa de ferramentas aqui. Fui logo dando espaço para eles entrarem antes que desistissem, assim que o NC entra ele da de cara com a Manu que está parada na porta com o seu dinossauro de pelúcia me esperando. - Oi Pinguinho! Ele fala se abaixando para ficar na altura da minha filha me surpreendendo mais uma vez pela forma como ele fala com ela. - Qual o seu nome? - Manuela, mas me chamam de Manu! Ela responde toda sorridente. - Eu posso te chamar de Manu? Ele pergunta carinhoso e ela vira a cabecinha de lado e sorri para ele. - Pode como é o seu nome? - NC, mas só princesas lindas podem me chamar de Nicolas e princesinhas em miniatura assim como você pode me chamar de Nick. Ele fala fazendo cócegas nela que ri. - Eu sou uma pincesa! Manu fala rindo e ajeitando seus cabelos atrás da orelha. - Então pode me chamar de tio Nick! - Tá tio. Ela responde toda meiga. - E ele? Manu aponta para o tal VN que sorri para ela. - Tio Vini para você! Ele fala bagunçando os cabelos dela que gargalha. - Parabéns, ela é uma garotinha linda! Nc fala se levantando e eu sorrio para ele. - Obrigada! NC e VN começam a montar os móveis da cozinha o que eu acho ótimo e assim que eles terminam eu vou arrumando as coisas que estão em caixas que tem o nome bem grande escrito COZINHA e vou fazendo janta, as primeiras caixas que abro são as térmicas que tem as coisas da geladeira para que nada estrague. Faço uma comida rápida um macarrão ao molho banco com presunto e queijo e asso um frango que eu já tinha temperado, bato rapidinho umas goiabas que estão bem maduras e faço um suco natural para não desperdiçar nada. Quando os rapazes acabam de montar tudo já passa das sete da noite, eu já tinha arrumado a cozinha e feito janta e arrumado boa parte da sala estava colocando a comida na pequena mesa quando eles apareceram, tive que colocar uma mesa pequena de 4 cadeiras na sala porque a Manu não sabe comer com o prato na mão, a casa vai ficar apertada mas antes isso do que ter que limpar o chão toda noite de comida derramada. - Vamos jantar! Os convido e VN nem responde só vai puxando a cadeira. - Demoro, estou numa fome da p***a! NC fala se sentando também e pegando o seu prato, os dois começam a se servir e ainda bem que Manu e eu não comemos muito porque os dois praticamente acabam com o macarrão. - p***a morena isso aqui tá muito bom! VN elogia e eu espero que esteja mesmo eles me salvaram de dormir no chão hoje. - Obrigada, quanto vocês vão cobrar pelo serviço! Pergunto esperando que não seja mais do que eu tenho na minha carteira. - Tá de boa morena, fica na paz! NC responde e eu é que não insisto. - Obrigada! Agradeço e ele só assente, eles jantam em meio as perguntas da Manu e respondem achando graça e quando terminam colocam as coisas na pia e se despedem. - Aí morena, valeu pelo rango! NC fala e então vai até a Manu e bagunça os cabelos dela. - Tchau Pinguinho. - Tchau pincipe! Ela responde rindo e tirando os cabelos do rosto, levo os dois até o portão NC se vira para mim e beija o canto da minha boca me deixando totalmente sem graça, sinto como se uma corrente elétrica passasse pelo meu corpo. - Falou morena! - Tchau! É tudo o que eu consigo dizer a minha voz quase não sai, tranco tudo e vou arrumar o resto das coisas amanhã é domingo e eu quero e preciso descansar um pouco mando uma mensagem para dona Fátima avisando que já me mudei quando eu termino de arrumar tudo passa das duas da manhã. Desligo a TV e levo uma Manu capotada para o quarto pego uma toalha e uma camisola fresquinha e vou tomar um banho, quando deito na minha cama respiro fundo e peço a Deus que ele me abençoe e proteja a mim e a minha filha nessa nova faze das nossas vidas.
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