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Amanda - Parte I

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Blurb

Ser feliz é uma questão de escolha, exige um exercício diário de desapego e de tomada de decisões nem sempre fáceis de fazer. As amarras que nos prendem são muitas e desatá-las é um processo longo e por vezes doloroso.

Até onde você está disposto a ir para ser feliz? O que você está disposto a deixar para trás? Para ganhar é preciso perder e você está disposto a perder?

Antes de ser uma história de amor essa história aqui é sobre força, coragem e amizade. Uma garota de vinte e três anos aprendendo a ser a mulher da sua própria vida e lutando pelo direito de escolher o que é melhor pra si. Nem sempre as lutas são justas, mas ela aprendeu a lutar.

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Capítulo 1
Olho-me no espelho depois de um dia desgastante, pareço cansada e suada. Não quero ir à academia hoje, andar de um lado ao outro nessa cidade já foi exercício suficiente pra mim. Depois do banho visto pijama, ainda é cedo, mas nada é mais confortável do que meus pijamas nesse friozinho que faz em Belo Horizonte em junho. Quando estou terminando de secar meus longos e pesados cabelos meu telefone toca mostrando o nome da minha mãe na tela. - Oi mãe! - Oi Amanda, como foi seu dia? - Cansativo como sempre. - Imagino. Você está se lembrando do casamento da sua prima no próximo mês, não está? - Sim, mãe. Não me esqueceria. - É bom que você se programe, sua tia planeja essa festa há muito tempo! - Ok, eu já estarei de férias de qualquer jeito. - Que bom! Seu tio Augusto vem pra festa também. - Sério? Não o vejo há anos... - É eu sei, também estranhei. Bom, preciso ir agora. Se cuida. Desligo o telefone. A relação entre a minha mãe e eu é bem superficial, somos de uma cidade muito pequena em que as pessoas se preocupam muito com a vida dos outros e com o que os outros pensam de nós, o passatempo preferido dos pais é exibir as conquistas dos filhos e esses tipos de coisas. Bom, eu não ajudo muito minha mãe com isso, mas dona Ângela Cestari está sempre criando expectativas para sua única filha. Ela engravidou no fim da adolescência de um turista qualquer e foi difícil pra ela enfrentar o falatório que aconteceu. Meus avôs chegaram a manda-la para outra cidade e espalharam que ela tinha se casado com um ricaço e quando ela voltasse comigo eles diriam que ela tinha ficado viúva, mas o boato não colou, muita gente já sabia da verdade para acreditar nessa versão dos meus avôs, e até onde eu sei a família Cestari ficou na boca do povo por muito tempo. Nós nunca conversamos sobre isso e tudo que eu sei dessa história foram outras pessoas que me contaram. Aliás, minha mãe continua me dizendo que meu pai morreu quando ela estava grávida e por isso não tenho o nome dele na minha certidão.   Volto a me lembrar do telefonema e do que ela me disse sobre meu tio Augusto ir ao casamento da Olívia, na verdade ele não é meu tio, é primo da minha mãe, mas pela idade eu me acostumei a chama-lo assim. Eu não o vejo há o quê, uns dez anos? Eu devia ter uns doze anos quando ele foi promovido e transferido para algum lugar da Ásia. Ainda me lembro bem dele, ele era bastante sisudo, mas muito carinhoso. Mas a verdade é que eu me lembro melhor do filho dele Davi, ele era minha paixão de infância e eu tinha vivido alguns momentos bastante constrangedores com ele. Será que ele viria também? Minha mãe não disse nada a respeito, mas fico imaginando como seria reencontrá-lo, será que ele se lembraria? Meu telefone toca de novo e vejo a foto do Lucas, meu namorado, na tela, logo sinto a saudade que estava dele depois desse dia corrido e atendo rápido. A conversa também não demora muito, o suficiente para convencê-lo a ir à exposição de cultura popular que está rolando esse final de semana, ele não curte muito essas coisas, mas prometeu me acompanhar. O Lucas é da mesma cidade que eu e nossas famílias são muito amigas, mas foi só quando mudamos pra cá que começou a rolar um clima entre a gente e começamos a namorar. Depois de desligar o telefone, decido pegar os livros da faculdade pra colocar meus estudos em dia e acabei adormecendo em cima deles. *** A quinta feira chegou e acabou assim como a quarta comigo acabada com essa vida dividida entre a faculdade de moda e o estágio, a diferença é que hoje eu me forcei a ir à academia, por mais que a faculdade e o meu trabalho me deixem exaustas nenhum dos dois vão deixar minha b***a dura. Quando voltei pra casa encontrei Rebeca, minha amiga com quem divido o apartamento. Ultimamente a gente quase não tem se visto já que ela passa a maior parte do seu tempo envolvida em romances calientes, sempre intensos e eternos enquanto duram, uma pena que sempre duram muito pouco. Nós duas nos conhecemos desde crianças, sempre estudamos juntas e frequentávamos os mesmos lugares, com o tempo ela passou a ser essencial na minha vida. Dividimos os dramas da adolescência e sempre fomos confidentes uma da outra, a primeira paxonite, o primeiro beijo, a primeira transa tudo foi compartilhado entre nós duas. Parecia óbvio para gente nos mudarmos juntas pra mesma cidade, entramos na faculdade juntas e a companhia dela tornou mais fácil a mudança de cidade. Rebeca Bandoli é minha melhor amiga e me divirto muito com os seus romances, ela sempre faz questão de me atualizar sobre cada detalhe e eu já me acostumei com os "finalmente achei o cara da minha vida" e "acabou, não era o cara certo pra mim", mas eu ainda faço meu melhor pra parecer empolgada com seus novos amores e consolá-la com suas desilusões como se fosse a primeira vez. - Finalmente te vejo em casa! - Digo a ela. - Também estava com saudades. - Ela me diz com uma cara séria me revelando que não foi a saudade que trouxe ela de volta essa noite. - O que aconteceu? - Perguntei enquanto me aproximava dela e parava ao lado do balcão da cozinha onde ela preparava alguma coisa. - Eu e o Bernardo terminamos. - Quem é Bernardo? - O carinha com quem eu estava saindo. - Nossa, essa foi rápida! Não tenho ideia de quem seja esse garoto! - E você está m*l? - Pergunto sem saber o efeito desse término na minha amiga tão linda e tão azarada no amor. - Mais ou menos. Acho que não durou o suficiente pra eu me sentir apegada a ele. - Ela diz e eu não consigo evitar rir, nós nem tínhamos passado pela etapa em que ela me listava todas as qualidades dele e gastava horas me dizendo o quanto ele era perfeito, então é obvio que não tinha durado o suficiente pra nada! - Porque você está rindo? - ela pergunta e eu posso perceber o leve tom de raiva em sua voz, acho que hoje eu não estou fazendo o meu melhor. - Acho que dessa vez foi seu recorde... - eu digo ainda sorrindo, acho que dessa vez eu não consigo evitar achar graça dessa situação. Pra minha salvação ela também começa a rir. - Será que eu estou em uma visível decadência amorosa? - ela me pergunta deixando claro o motivo da sua preocupação. - Claro que não, Beca! Você só tem tido azar em cruzar com as pessoas erradas! - tento consolá-la. - Isso não é azar é trabalho de feitiçaria! - ela diz genuinamente revoltada e eu solto uma gargalhada que não pude evitar e ela acaba se juntando a mim e ficamos as duas amigas de infância rindo na cozinha. Quando eu finalmente me recupero pergunto: - O que você está fazendo? - Brigadeiro. - O alimento da fossa sentimental! - Eu digo em tom de escárnio. - Sempre! - Ela diz parecendo mais divertida agora. Depois que ela termina de fazer o brigadeiro, ficamos as duas comendo, sentadas no sofá e assistindo nossas séries prediletas até o cansaço bater e minha cama se tornar tudo o que eu precisava. *** Finalmente a sexta chegou! Quando saí de casa a Rebeca ainda estava dormindo e acho que ela vai ficar na cama o dia todo de ressaca amorosa. Depois da aula corro pro meu estágio como sempre, a faculdade fica bem longe da agência de pesquisa em que eu trabalho, mas eu amo o que faço e isso facilita as coisas pra mim. Na hora do meu intervalo pego meu celular e vejo uma ligação perdida do meu namorado, corro pra fora do prédio e ligo de volta pra ele. - Alô - Oi Lindo! Você me ligou? - É, liguei. Acho que não vai dar pra a gente sair hoje. Estou com muita dor de cabeça, aqui no trabalho está cheio de pepino pra eu resolver e não posso ir embora. Quero muito chegar em casa e dormir. - Está tudo bem, não se preocupe. Porque você não vai lá pra casa, eu posso cuidar de você. - digo preocupada com ele, não queria que ele ficasse sozinho em plena sexta feira a noite. - Não, eu vou ficar bem. Vou tomar um remédio aqui e tentar dormir até meio dia de amanhã, essa semana foi muito estressante, mas tenho certeza que amanhã eu já vou estar pronto pra próxima. - Ok então, qualquer coisa me ligue, eu posso ir até sua casa pra ficar com você se você quiser. - Obrigado, linda, mas acho que não sou uma boa companhia dormindo. Amanhã quando acordar eu te ligo e aí a gente programa alguma coisa. - Então tá, amanhã a gente se fala. Se cuida, viu! Te amo. - Também, tchau. Odeio essas despedidas secas dele, mas parece que é inevitável para homens que estão em um relacionamento sério há mais de dois anos, apesar de que no começo ele também não era o mais caloroso do mundo. Parece que vou passar sexta a noite com minha amiga comendo brigadeiro e assistindo TV, assim como na quinta. Quando saio do estágio vou direto pra academia ali perto, se é pra afundar nos doces vou ter que compensar com alguns agachamentos. Depois de uma hora e meia faço meu caminho pra casa desejando loucamente meu chuveiro, mas quando passo um quarteirão acima do apartamento do Lucas me sinto culpada por deixa-lo sozinho doente, será que ele tem o que comer lá? Será que ele já está em casa dormindo? Eu não quero acordá-lo acho que é melhor ir pra casa tomar meu banho. - Ora ora ora você em casa em plena sexta feira? Não ia sair com o bofe? - Rebeca me pergunta assim que fecho a porta do apartamento. - Ele está com dor de cabeça e cansado, vou passar a noite com você! - respondo com um sorriso no rosto. - Uau que programão, heim! - ela ironiza. - m*l posso esperar! Mas primeiro eu quero um banho. Banho de sexta tem algum poder mágico, parece que todo o cansaço da semana desce pelo ralo e no lugar fica uma disposição pra enfrentar uma noite inteira dançando. Mas nessa noite vou ter que guardar a disposição pra alguma maratona de série com a Beca. Troco de roupa e encontro a Rebeca na cozinha fazendo pipoca, mais gordices pra hoje. - Estou com a consciência pesada de deixar o Lucas sozinho e doente. - digo me lembrando do meu namorado doentinho e só com aquele seu companheiro de apê inútil. - Eu duvido que seu namorado seja capaz de tomar um remédio sozinho. - Rebeca também o conhece desde criança, na verdade ela o conhece a mais tempo do que eu, mas é claro que eu o conheço muito melhor. O que ela me diz acaba me deixando ainda mais culpada. - Vou ligar pra ele. - digo já saindo da cozinha em busca do meu celular. Duas tentativas e nada de resposta, ele deve estar dormindo ou será que ele piorou? Ahh eu não vou conseguir ficar sem saber notícias dele, vou até lá. Troco de roupa em dois minutos, pego minha bolsa, despeço da Rebeca e vou em direção ao apartamento que fica a 5 quadras do meu, uma das maravilhas que nos aconteceu foi termos nos mudado para tão perto um do outro quando viemos pra cá, isso facilita muito as coisas. O porteiro já me conhece e abre assim que me vê, eu o cumprimento e depois entro no elevador, quando o elevador para no sétimo andar vou direto para o tapete que esconde a chave reserva da porta, o amigo dele vive perdendo as chaves quando fica bêbado e a chave reserva virou obrigatória por aqui. A chave estava lá como deveria, entro no apartamento e as luzes estão todas apagadas. Ele deve estar dormindo mesmo. Vou andando o mais silenciosamente possível até o quarto dele, à medida que eu me aproximo ouço o barulho do chuveiro, será que ele está tomando banho? Abro a porta do quarto dele e acendo a luz, a cama está mesmo vazia e desarrumada, mas QUE MERDA É ESSA??

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