— Que nostalgia. — A voz grave foi irônica. Olhei para o playboy e revirei os olhos. — Espero que não me chute outra vez, ou vou ter que te processar.
Incrível como ele gosta de me provocar. As vezes parece que sou uma i****a que ouve todas as besteiras da boca dele e deixa para lá. Acredite, tenho vontade de chutar as bolas dele.
— Giovanni, você não me conhece, mas sabe do que sou capaz, então, por que ainda me provoca? — Falei com um falso sorriso no rosto.
Não está claro? ele adora me ver furiosa, a ponto de dar outro chute em suas bolas.
— Vamos! — Ele pegou na minha mão, praticamente me arrancando do lugar.
— Wow! — Parei, puxando o braço. O loiro me encarou, impaciente. — Quem pensa que é para me puxar assim?
E cada vez mais eu desgosto desse homem. Como pode ser tão... arrogante. Ainda mais comigo, que estou gravida, de um filho dele, infelizmente.
— Vamos ter essa conversa outra vez? — Ele se irritou. — Temos que conversar. E não pretendo fazer isso aqui no meio da rua.
É, na verdade, aqui e nem em lugar algum é um bom lugar para conversar com esse i****a.
— Querido, se me puxar desse jeito outra vez, vou arrancar suas bolas.
Falei, dando um sorriso maléfico e falso. Pessoas passavam por nós, enquanto estávamos encarando um ao outro, tão sério que poderia m***r.
— Querida, se não me obedecer, vou colocá-la em meus ombros e carregá-la até o carro.
Há não! Ele me fez rir. Uma piada. Só pode ser uma piada e um pesadelo maluco. Então, Beatriz, acorda agora!
Estávamos em uma batalha de provocações e olhares, em frente ao prédio onde minha vida acabou de mudar para sempre. Algumas pessoas notaram o clima tenso.
Meu coração começou a bater forte, as emoções à flor da pele estavam me deixando nervosa e com vontade de chorar sem motivo aparente.
Hormônios. Essa era a palavra que justificava tudo.
— Não me chame de querida, pois não sou sua querida! — Comecei a me abanar. — Segundo, não vou a lugar algum com você.
— Sim, você vai! — Os olhos azuis eram como uma tempestade no mar aberto. — Meu filho, ou filha, está dentro de você. Como se não bastasse eu ter um bebê com uma estranha, essa mulher é o meu pior pesadelo. Deus só pode estar me punindo por tudo o que fiz de errado.
Não! Ele está punindo a mim. Acho que por causo do que faço sem que minha mãe saiba.
Ela é uma mulher muito religiosa. A ponto de justificar tudo o que acontece, como se fosse a vontade de Deus. E eu não duvido, afinal, ele é quem rege nossas vidas, contudo, ela leva isso ao extremo. Vê tudo apenas de uma forma. O que é certo e permitido por Deus, e o que é do d***o. E aposto que ela vai pirar quando souber que o d***o é pai do meu filho, ou filha.
— Acha que estou feliz? — O desespero bateu. Não foi como eu descobri, mas também foi r**m. — Eu odeio você. É uma pessoa insuportável, arrogante e egocêntrica, meu bebê terá o DNA de um b****a.
Quanto mais me abanava, mais calor eu sentia. Giovanni me olhava como se eu fosse a coisa mais bizarra que ele já viu.
— Certo, fiquei calma. — Dessa vez o arrogante diminuiu o tom ríspido. — Você não pode ficar exaltada. Não se aborreça.
Do nada, uma crise de risos me bateu e logo se juntou ao desespero, o que me levou a chorar como uma i****a.
Se concentra, Beatriz, ou vai acabar no sanatório.
— Como não quer que eu me aborreça se você é um i****a arrogante? — Eu quis parar de chorar, mas foi o gatilho para me desmanchar em lágrimas.
Hormônios, parem de lutar contra a minha sanidade.
— Por favor, não chore, não sei o que fazer quando isso acontece.
Seu i****a, você não sabe como lidar com nada. Porque está surpreso?
— Porque você é um egoísta. – Disparei, sem piedade. Eu queria era cravar as minha unhas no pescoço dele.
— Sou tudo de r**m, pelo que parece, mas não pode se alterar. — O homem se aproximou, sem saber o que fazer. — Vamos... sair... desse lugar.
— Não quero ir com você. — Deus, por que não paro de chorar?
Mesmo parecendo um príncipe, ele vestia a pele de cordeiro por debaixo de um lobo. Um lobo bonito e sexy, que, agora estou notando, que mexe comigo. d***a, estou excitada?
— Beatriz — Notei o quanto odiou falar o meu nome. Limpei as lágrimas, respirando fundo, pois parecia que não iria ter fim. — Eu não gosto de você, você me odeia, nós dois já sabemos disso, porém, vamos ter um bebê e teremos que fazer isso juntos.
— Só pode ser punição divina. — Murmurei.
— Não podemos conversar no meio da rua, então... por favor, entre no meu carro e vamos para um lugar onde podemos conversar.
— Você me irrita, não posso ficar ao seu lado, o bebê sente.
O loiro revirou os olhos e respirou fundo.
— Por favor!
O tom de voz mudou, parecia cansado de lutar, assim como eu. Tenho que facilitar as coisas. Não estou mais por conta própria e ele era o pai do bebê.
Pensei e acertei. Querendo ou não, estamos no mesmo barco e não posso ser tão dramática. Afinal, ele é o pai do bebê que eu não escolhi ter, e aparentemente, o homem não pode ter mais filhos.
— Certo.